A origem da fogueira nas festas juninas

fogueira

O uso de comidas, bebidas e danças, presentes hoje nas festas juninas, deve sua origem – dentre outros fatores – ao sincretismo feito entre o culto cristão e o culto a Dionísio (deus grego da alegria e do vinho, e também das colheitas, chamado Baco entre os romanos). Nos cultos populares que os gregos e os romanos ofereciam a Dionísio, verificavam-se farta alimentação e bebidas, música, danças, com uma forte tendência à sensualidade, o que era geralmente feito à noite. Ocorriam também adivinhações para o casamento, prognóstico para o futuro e banhos coletivos pela madrugada.

Quando o cristianismo se tornou religião oficial do Império Romano no século IV, multidões aderiram à fé cristã, intensificando um processo de sincretismo. Desta forma, por exemplo, antigos deuses foram substituídos por santos (apóstolos e mártires) cristãos, tornando-se, assim, os santos padroeiros das cidades greco-romanas, o que também ocorre até hoje em nosso país. O uso de fogueiras em homenagem a estes santos aparece com notabilidade no período medieval, quando na Europa se desenvolve o feudalismo – sistema esse em que a sociedade concentra-se basicamente na zona rural, vivendo da agricultura. Assim, nos meses de junho e julho, com a proximidade das colheitas, acendiam-se fogueiras para afastar os maus espíritos da esterilidade e repelir as pestes dos cereais. Neste período, os camponeses realizavam danças ao redor do fogo, e saltos sobre as chamas, para afugentar os espíritos da fome, do frio e da miséria. O ritual de pisar sobre as brasas com os pés descalços é nesse momento reinventado, pois já era praticado no século I da era cristã pelos fiéis da deusa Diana, em Éfeso.

Referência: www.ftsa.edu.br
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Jaqueline Aragão Cordeiro

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