Barão de Studart

Guilherme Chambly Studart, o Barão de Studart, nasceu em Fortaleza no dia  5 de janeiro de 1856 e faleceu, também em Fortaleza, no dia 25 de setembro de 1938. Foi um médico, historiador e vice-cônsul do Reino Unido no Ceará. Filho de John William Studart, comerciante e primeiro vice-cônsul britânico no Ceará, e de Leonísia de Castro Studart.

Fez os primeiros estudos no Ateneu Cearense, transferindo-se, posteriormente, para o Ginásio Bahiano. Matriculou-se, em 1872, na Faculdade de Medicina da Bahia, onde doutorou-se em 1877. Exerceu, durante muitos anos, a atividade médica, principalmente no Hospital de Caridade de Fortaleza.

Participou ativamente do movimento abolicionista no Ceará, como um dos membros da Sociedade Cearense Libertadora. Discordando dos meios defendidos por esta, desliga-se para fundar, ao lado de Meton de Alencar, o Centro Abolicionista 25 de Dezembro, em 1883. Logo depois da morte do pai, em 1878, herdou o título de vice-cônsul britânico no Ceará. Católico militante, dedicou-se à caridade e à filantropia. Como reconhecimento, o então bispo do Ceará, D. Joaquim Vieira, solicitou a autorga do título de barão da Santa Sé, concedido, em 1900, pelo Papa Leão XIII.

Foi membro de inúmeras instituições, destacando-se a Academia Cearense de Letras, o Instituto do Ceará, o Centro Médico Cearense, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, o Instituto Histórico e Geográfico Pernambucano, o Centro Literário, o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, o Instituto Histórico de São Paulo, o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o Instituto Histórico e Geográfico Fluminense, a British Medical Association, a Sociedade de Geografia de Paris e a Sociedade de Geografia de Lisboa.

Autor de inúmeros trabalhos nas áreas de Medicina, línguas (Elementos da Gramática Inglesa, 1888), Geografia e biografia. Foi na História, entretanto, que ele se destacou, publicando mais de uma centena de textos, entre artigos e livros, abordando, especialmente, a História do Ceará. Suas obras são, ainda hoje, essenciais para o estudo da matéria.

Sua batalha foi para que a memória do Ceará não se perdesse. Lutou e conseguiu desenvolver vários trabalhos, hoje fonte de pesquisas para vários historiadores do Brasil e de vários países. Uma de suas frases, proferidas diante de amigos e considerada a mais importante para muitos, foi quando já cansado pelos anos disse:

“Inicio hoje a publicação dos documentos relativos à vida do Brasil Colônia: vejo assim realizado um dos mais queridos projetos. Do que me pertence faço de bom grado, partilharem os amantes da história pátria, tendo como certo que eles encontrarão algum subsídio aproveitável ao cabedal que há anos vou acumulando e ora lhes é ofertado. A este volume muitos outros se seguirão, se as forças, já tão alquebradas mo consentirem.”

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Jaqueline Aragão Cordeiro

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