Fortificações Cearenses

Desde a incursão de Pero Coelho de Sousa ao Ceará em 1603, vários fortes foram construídos em nosso território para a proteção dos desbravadores.

O primeiro, foi o fortim de São Tiago, construído em taipa, na foz do Rio Ceará, por Pero Coelho de Sousa em 1604. Foram seus comandantes: Pero Coelho (1604), Cap. Simão Nunes Correia (1604/1605) e novamente Pero Coelho (1605). Após o retorno de Pero Coelho para o Rio Grande do Norte, as ruínas do forte desapareceram.
Em 1612 foi construído o Forte de São Sebastião, também na foz do Rio Ceará e também de taipa, pelo capitão-mor Martim Soares Moreno, com um regimento de seis soldados, vindo do Forte dos três Reis Magos (RN). A princípio o forte era guarnecido por vinte homens armados de mosquetes. Foram seus primeiros comandantes: Martins Soares Moreno, Estevão Campos e Manuel Brito Pereira.
Em 1612, Soares Moreno construiu as muralhas, que estavam em ruínas, com pedras soltas, numa altura de 3,30 metros. Esse forte repeliu piratas franceses nos anos de 1614, 1624 e 1625. Em 25 de outubro de 1637 caiu nas mãos dos holandeses, depois de uma heroica resistência. Em 1644, os holandeses são expulsos pelos índios, e o forte ficou em ruínas. Quando retornaram em 1649, o que ainda restava do fortificação semi-destruída, foi transportado para a construção do forte Schoonenborch.
Em 1613, foi construído por Jerônimo de Albuquerque, o forte de Nossa Senhora do Rosário, na ponta de Jericoacoara. Em 1641, foi construído, provavelmente pelos holandeses, o forte de Camocim, na foz do rio Coreaú.
Em 1649, foi construído pelo holandês Matias Beck o forte Schoonenborch. Foi rebatizado como Forte de Nossa Senhora da Assunção, por Álvaro Azevedo Barreto e reconstruído em 1812, por ordem do Gov. Manoel Inácio de Sampaio.
Em 1695, foi construído, por ordem do Gov. de Pernambuco Caetano de Melo Castro, o Forte Real de São Francisco Xavier, no baixo Jaguaribe. O capitão Pedro Lelou partiu da fortaleza de Nossa Senhora da Assunção com o objetivo de construir um presídio no Baixo Jaguaribe. A fortificação tinha o objetivo de estabelecer um ponto de apoio para pacificar  os índios da região e ao mesmo tempo firmar uma proteção adequada no caso de futuros ataques indígenas. Para essa missão, desembarcaram no local, 50 homens com quatro arcabuzes (arma de fogo primitiva), duas armas de pedra e muita pólvora. O forte ficava 73 km. acima da foz do Jaguaribe. Seu primeiro comandante, em 1696, foi o ajudante João da Mota, tendo sob seu comando, a guarnição de 20 soldados. No ano seguinte, esse número aumentou para 30 soldados.
Em 1700, por ordem do tenente-coronel João de Barros Braga, o fortim foi totalmente reconstruído. Foi duas vezes tomado e incendiado pelos índios. Em 1607, o Governador de Pernambuco determina o abandono do fortim e a transferência de seu último comandante, o Cabo Manoel Dias Pinheiro, para o forte do Pau Amarelo, ainda em construção, pois os índios haviam deixado a região e parado com os ataques ao fortim.
FORTIM DO MUCURIPE
Martin Soares Moreno e o capitão-mor Fernão de Carvalho, sugeriram a construção de uma fortificação na enseada do Mucuripe, que somente em 1799, foi construída. A fortificação foi feita de taipa e tinha a forma octogonal, medindo 45 metros cada lado do octógono. Em 1800, no governo de Bernardo Manuel de Vasconcelos, o forte teve seu potencial de fogo aumentado para 26 peças. Em 1801, o ten. Francisco Xavier Torres, recebeu a missão de construir três baterias de pedra e cal. Como faltava canhões para guarnecê-las, o governador mandou colocar uma peça de ferro e outras de madeira, pintadas de preto, acreditando que essa estratégia, enganaria o inimigo. Em 1802 foi construída mais uma bateria, ficando as três batizadas de “Pedro Príncipe , “São João do Príncipe” e “Princesa Carlota”. Por ficar muito próximo do porto de São Luiz, era conhecido como “Fortim de São Luiz”. Hoje, nada mais existe dessa fortificação.
Além desses, também foram construídos outros fortins. No baixo Jaguaribe, tivemos o fortim de Aracati, o reduto da Canoa Quebrada,  reduto da Barra do Aracati e nas imediações do Mucuripe tivemos os fortins de São Luiz  o São Bernardo do Governador e o fortim da Bandeira. Houveram ainda, redutos como o reduto novo, reduto da faxina e o reduto do Porto.

Em Parazinho, havia em 1829, uma bateria guarnecida por peças. Eram postos de vigilância para evitar o contrabando. Havia na época, dois presídios: o de Pernambuquinho e o de Mundaú.

Fonte: Pingos e respingos da história, Osmiro Barreto, 1982.
Jaqueline Aragão Cordeiro

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