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A Guerra do Paraguai e a Batalha de Tuiuti

Jaqueline Aragão Cordeiro, 30 de abril de 20168 de junho de 2017

A 1ª Batalha de Tuiuti travou-se em 24 de maio de 1866 nos pântanos circundantes do lago Tuiuti, em território do Paraguai, tendo envolvido mais de 50.000 homens de ambos os lados.

É considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes batalhas da Guerra da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) ou Guerra do Paraguai (1864-1870).

Solano López (Comandante das tropas e segundo presidente do Paraguai) confiava em que, nesse momento, uma esmagadora vitória pudesse empurrar o inimigo de volta ao rio Paraná, decidindo a guerra a seu favor, porém, não levou em conta que o inimigo era mais numeroso e estava acampado em um terreno mais adequado à defesa, os pântanos ao redor do lago Tuiuti.

A batalha iniciou-se por volta das 11 horas, estendendo-se por seis horas. O efetivo paraguaio atacou, distribuído em três colunas, tentaram realizar uma manobra de cerco sobre o Exército Imperial brasileiro (à esquerda) e o Exército Argentino (à direita) nos flancos do acampamento aliado.

Para os aliados houve surpresa, confusão, ausência do comandante em chefe (General Mitre), imprevidência; risco de derrota em vários momentos da luta. Porém, na medida em que se agiganta a figura do General Osório, intervindo diretamente na luta, a batalha se transforma de quase derrota em expressiva vitória.

Soldados uruguaios entrincheirados durante a batalha de Tuiuti
Soldados uruguaios entrincheirados durante a batalha de Tuiuti

A estratégia paraguaia foi bastante efetiva no início do conflito. Os cerca de 24 mil soldados, comandados pelos coronéis Marcó, Rojas, Días e Barrios, atacaram, primeiro, as forças uruguaias comandadas por Venâncio Flores, o presidente do país. Foram dizimados três batalhões uruguaios. Logo depois, foi a vez dos Argentinos, chefiados pelo general Bartolomeu Mitre. Porém, na vez dos brasileiros, comandados pelo general Francês Emílio Luís Mallet, a poderosa cavalaria cabocla chegou a ficar a 50 metros das tropas brasileiras, mas diante deles havia um fosso, que o general mandara cavar, e o fogo da artilharia dizimou os cavaleiros, que ainda tentaram uma carga desesperada contra as forças imperiais, mas acabaram sendo rechaçadas.

A batalha culminou com uma expressiva vitória dos aliados. As avaliações sobre as perdas variam de fonte para fonte, mas todas são acordes e enfáticas em apresentar Tuiuti como um túmulo para o Exército paraguaio. As suas perdas estimadas foram de seis mil homens, entre oficiais e soldados; os feridos e capturados ascenderam a mais seis mil homens. Algumas unidades, como o 40° Batalhão de Infantaria, foram aniquiladas.

Gal. Sampaio

Entre os aliados, as perdas estimadas ultrapassaram os quatro mil homens. No Exército brasileiro contavam-se entre 719 e 736 mortos, além de 2.292 feridos. Entre os mortos encontrava-se o General Antônio de Sampaio, comandante da 3a. Divisão de Infantaria. As baixas no Exército Argentino elevaram-se a 126 mortos e 480 feridos. As do Uruguai, a 133 mortos e 299 feridos. Embora diante dessa verdadeira tragédia, ao final da batalha os aliados ainda possuíam uma força de combate, ao contrário de López que, dali por diante, nunca mais conseguiu reunir uma força daquela magnitude para combater.

O livro “De Sobral a Tuiuti”, narra a trajetória do soldado Romaco Pereira Homem, um dos poucos sobreviventes da tropa cearense que lutou na batalha. Veremos a seguir, alguns relatos do mesmo:

A partida dos voluntários de Sobral, para a capital da província (Fortaleza), se deu no dia 20/03/1865 e no dia 02/05/1865, os voluntários cearenses embarcaram para a corte (RJ). Chegaram no dia 18/05/1865 e aquartelaram-se no Asilo Santa Leopoldina, na Praia Grande, em Niterói.

Ali, o frio judiou bastante com os cearenses, pois o Ministério da Guerra não havia providenciado agasalhos para protegê-los, com isso, vieram os casos de pneumonia e por consequência, as primeiras mortes. Em 06/06/1865, o 26º corpo de voluntários da pátria, composto por gente da província do Ceará, embarca com um desfalque de 20 homens, uns mortos e outros hospitalizados, vítimas da pneumonia.

A pneumonia, e agora, mais a disenteria, continuava a matar os soldados cearenses. Os remédios já haviam acabado restando-lhes apenas, recorrer ao caldeirão de ervas de “Maria Del Pillar”, amante do Sargento Sebastião Mina Figueira de Melo, comandante do 26º batalhão. Mais tarde, quando a cólera atacou as tropas, as garrafadas de “Maria Del Pillar” salvaram a vida de muitos soldados. Depois que o Sargento Sebastião Mina foi morto em combate, ela dedicou-se exclusivamente ao tratamento dos enfermos.

Depois de muitos enfrentamentos e muitas perdas, no dia 20/05/1866, as forças aliadas marcharam para o norte e acamparam perto de uma lagoa chamada “Tuiuti”. No dia 24/05, os aliados são surpreendidos pelos inimigos, que inicialmente ganham a batalha, mas avançando rumo a provável vitória, esbarram no fosso previamente aberto para proteger a artilharia, e recuam para voltarem com maior efetivo.

Nos dias seguintes veio a triste missão de enterrar os mortos, aliados e inimigos. Os encarregados não davam vencimento, pelo grande número de mortos, que já serviam de alimento para os urubus e cachorros. Em face a essa situação, o alto comando resolveu queimar os cadáveres.

A guerra do Paraguai foi a mais bárbara e sangrenta guerra da qual participou o exército brasileiro.

Fonte: De Sobral a Tuiuti, Ernesto Figueiredo / Wikipedia
Jaqueline Aragão Cordeiro

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