Centro de Turismo do Ceará

O centro de Turismo é a antiga cadeia pública de Fortaleza, que teve suas obras iniciadas em 1850, com supervisão do Engenheiro Manoel Caetano de Gouveia e foi finalizada em 1866.

A construção do prédio foi aprovada pela lei 454 de 04/08/1948 com orçamento de 40 contos de reis, durante os 3 anos que ficou no papel, o projeto aumentou de 40 para 50 contos de reis. Ao ser concluída, em 1866, no governo de Inácio Francisco da Silveira Mota, a construção havia consumido 156 contos de reis.

A cadeia pública foi uma das primeiras edificações do país a atender as exigências impostas pela nova legislação penitenciária imperial. Possuía uma capela, onde hoje é o museu, e o salão de visitas, no andar de cima. Possui uma muralha de 5 metros de altura.

Por lá passaram milhares de detentos, dentre eles, os perigosos bandidos: Lampião Balão, Gengibre e Cansansão, e no pavilhão feminino, ficou presa Marica Lessa. A cadeia tinha quatro salas grandes de oficinas para os presos trabalharem e começou a funcionar com 143 presos. 

Existe ainda supostos fantasmas e vibrações malignas no local, além da máxima popular que foi encontrada em uma das celas e foi reproduzido em uma placa que se encontra no prédio, onde se lê: “Triste vida a vida do homem que tem a vida envolvida na vida de uma mulher da vida.”

Com o crescimento da cidade ao redor da cadeia, salienta-se a estação ferroviária João Felipe e a Santa Casa de Misericórdia, somadas a superlotação do prédio, de forma que no dia 19 de dezembro de 1967, a casa de detenção foi sendo desativada e os presos transferidos para o IPPS, inaugurado na gestão do Governador Plácido Aderaldo Castelo. O presídio foi esvaziado completamente em 1970.

No mesmo prédio, foi criada em EMCETUR, Empresa Cearense de Turismo, em 13 de setembro de 1971, pelo governador Dr. Cesar Cals Filho. O primeiro presidente da EMCETUR foi Eliezer de Sousa Teixeira, de 13/01/71 a 16/06/74. Diante da incerteza do que fazer com o local, pois alguns pensavam em transforma-la em hospital e outros e demoli-la, Eliezer Teixeira teve a ideia de transforma-la em centro de turismo. As celas passaram a ser usadas como boxes para comercialização do artesanato local. O pavimento térreo foi utilizado para a instalação do Museu de Arte e Cultura Popular e a outra parte para o setor administrativo, que funcionou de 1973 a 1991. O projeto de adaptação procurou manter a arquitetura original.

Dois anos após as atividades do centro de turismo, surge o Teatro Carlos Câmara, inaugurado em 05 de outubro de 1974. Em 17 de junho de 1982 a antiga cadeia pública foi tombada pelo estado. Em 1992, é transferido para o centro de turismo, o Museu de Mineralogia, já na gestão da CODITUR, Companhia de Desenvolvimento Industrial e Turismo do Ceará criado em 22 de maio de 1991, pela lei 11.809.

O prédio abriga 104 boxes onde comercializa além do artesanato, castanha de caju de produtos típicos.
O Museu de Arte e Cultura Populares e o auditório, estão instalados no salão do andar superior, que tem uma área de 525m2. O Museu reúne amostras de cerâmica, vidro, madeira e toalhas bordadas por escravas, ao todo são 1.500 peças.

O centro de turismo conta ainda com a Associação dos Servidores do Cetro de Turismo (ACENTUR) e atualmente a Secretaria de Turismo do Ceará assumiu a direção do local e realizou algumas reformas.

Fotos: Arquivo Pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro

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