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Estrada de Ferro de Camocim

Jaqueline Aragão Cordeiro, 5 de janeiro de 20194 de janeiro de 2019

A estrada de Ferro de Camocim originalmente foi o trecho inicial da Estrada de Ferro do Sobral (Camocim-Sobral), aberto nos anos 1881 e 1882. Em 1909, toda a E. F. de Sobral foi juntada com a E. F. de Baturité para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal. A linha da antiga E. F. de Sobral chega a seu ponto máximo em Oiticica, na divisa com o Piauí, em 1932, mas, em 1950, com a ligação de Sobral a Fortaleza pelo ramal de Itapipoca, o trecho Sobral-Camocim passou a ser um ramal apenas, saindo da linha Norte, formada a partir de então. Trens de passageiros percorreram o ramal até agosto de 1977. A linha foi então desativada e, embora oficialmente tenha sido erradicada em 1994, seus trilhos foram retirados bem antes dessa data.

“A 3 de outubro de 1857, foi concedido a Tomas Dixon Lowden, pelo Governo Imperial, privilégio por 50 anos para construir uma estrada de ferro de Camocim até Ipu. Em 19 de junho de 1878, o Governo Imperial voltou a olhar o problema da construção da estrada de ferro, autorizando os estudos e construção do trecho de Camocim a Sobral. À tarde do dia 24 de julho do mesmo ano, os habitantes de Camocim foram agradavelmente surpreendidos com a entrada, no porto, do vapor Guará, conduzindo a ilustre comissão de engenheiros encarregada dos trabalhos da estrada referida.

A população camocinense recebeu a comissão aludida com grande demonstração de alegria e, em favor da deficiência de domicílios, algumas famílias cederam os seus, para abrigar os engenheiros e foram habitar em palhoças. A 5 de agosto de 1878, tiveram início os estudos para a construção da estrada de ferro. A 26 de março de 1879, realizou-se com assistência do Presidente da Província e solenidade de estilo, o assentamento do primeiro trilho da estrada de ferro em Camocim, sendo convidado, pelo Dr. Rocha Dias, para bater o primeiro grampo, o Dr. José Júlio de Albuquerque. Compareceram ao ato todas as autoridades de Granja e Camocim, além de elevado número de pessoas gradas.

A inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro de Sobral, entre Camocim e Granja, numa extensão de 24,5 quilômetros, ocorreu no dia 15 de janeiro de 1881, dois anos após o início dos trabalhos. A antiga capela de Camocim, que por muitos anos serviu de matriz, foi iniciada em 1880 obedecendo à planta e direção do Engenheiro José Privat, primeiro diretor da Estrada de Ferro de Sobral (…)” (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XVI, IBGE, 1959).

A estação de Camocim foi, então, inaugurada em 1881 como ponto inicial da E. F. de Sobral. O município havia sido criado em 1879. Seu porto se desenvolveu mais ainda com a ferrovia. Porém, em 1977, o porto já estava decadente e foi quando passou o último trem de passageiros na estação e no ramal, em agosto. No início de 1950, consta que o governador do Ceará tentou extinguir o ramal de Camocim e houve um levante popular contra essa atitude, acabando por adiar a extinção do ramal, se é que realmente era esse o objetivo do Governador. Na verdade, parece que o que ele queria era fechar o porto, o que acabaria por levar à supressão do ramal, que perderia muito movimento, e, na época, a ferrovia era praticamente a única fonte de suprimentos e de transporte para Camocim.

“O dia 24 de agosto de 1977 marcou a morte definitiva do ramal. O movimento cívico de 1950 não pôde se repetir e a bravura de outrora do povo camocinense se resumiu em acorrer à estação para se despedir do último trem e manifestar seu descontentamento com alguns poucos cartazes para serem mostrados pela televisão. Ironia do destino, o acervo da Estação foi transportado por via rodoviária para Sobral e todo o patrimônio foi relegado ao abandono e à intempérie dos tempos. Os reflexos da desativação na economia foram imediatos nos municípios beneficiados pelo ramal, como Camocim, Granja, Martinópole, Uruóca, Senador Sá e Massapê”.

Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br
Jaqueline Aragão Cordeiro

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