Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza

No dia 13 de maio de 1947, saindo da Cova da Iria, onde a Senhora aparecera aos três pastores, dá-se inicio à peregrinação da imagem de Nossa Senhora, a qual foi oferecida pelo Bispo de Leiria, e esculpida de conformidade com a descrição de Lúcia.

Após percorrer vários países da Europa, e alguns estados do Brasil, a imagem peregrina chega a Fortaleza. Era o dia 09 de outubro de 1952. A recepção foi a maior até hoje havida em terras cearenses. Faixas, ruas enfeitadas, bandeirinhas aos milhares tremulando ao vento, casas ornamentadas com flores, para saudar a Rainha do Céu, no seu trajeto. Gente de todas as partes, de todo o interior. De Baturité, por exemplo, vieram setecentos homens num trem especial, é o que registra o livro do tombo da Igreja dos Remédios, onde a imagem peregrina esteve no dia 12, domingo, trazida de Maranguape, onde estivera na véspera.

Da Igreja dos Remédios, a imagem foi transportada para a Igreja de Nossa Senhora da Salete, no Montese. Ficou na cidade até o dia 16. Na tarde desse dia, houve procissão e a benção dos doentes na Praça José de Alencar, onde se reuniram, mais ou menos, cem mil pessoas. No fim dessa solenidade, a imagem foi acidentada, ao cair. Resolveram os promotores do evento, interromper o programa, regressando a Portugal. Mas prometeram voltar no ano seguinte, reiniciando a peregrinação no sul do país e encerrando a visita em Fortaleza.

Assim, nasceu a ideia da construção de um santuário para homenagear Nossa Senhora de Fátima, quando do retorno a Fortaleza. O motivo determinante da concretização do sonho foi sem duvida a visita de imagem peregrina que acendeu em todos os corações uma chama vívida de fé e de devoção à Mãe Santíssima.

Antes, a paróquia dos Remédios pelejara por construir uma matriz no Alto da Paz, cuja igreja tomaria o nome de Igreja de Nossa Senhora da Paz. Surgiu, porém, a feliz ideia de construir um santuário de N. S. de Fátima, em vez de N. S. da Paz, que estava projetada, porque a obra da construção não cabia mais a uma paróquia, mas à cidade toda e também o titulo era mais simpatizado. Conseguiram logo um terreno de 100 x 100 do Cel. Pergentino Ferreira.

Uma comissão formada pelo então prefeito Paulo Cabral de Araújo, dos monsenhores José Mourão Pinheiro e André Viana Camurça, de João Jacques Ferreira Lopes e do médico Aníbal Santos, bem como Pari passu, um grupo de senhoras autodenominadas Operarias de Fátima tratou de angariar meios para a construção do novo templo.

O engenheiro Luciano Ribeiro Pamplona, prontificara-se a elaborar o projeto, enquanto Mons. Mourão supervisionava os trabalhos da construção do Santuário, ajudado pelo seu irmão Antônio Augusto Mourão Pinheira, já falecido. Outro que muito ajudou na construção do Santuário foi o Mons. André Viana Camurça.

Após contribuições valiosas do povo, incluindo as classes mais abastadas, no dia 28 de dezembro de 1952, após uma missa campal celebrada pela manhã por D. Antônio de Almeida Lustosa, foi lançada a pedra fundamental do novo templo consagrado a Nossa Senhora de Fátima.

Durante mais de um ano, a imagem de N. Senhora de Fátima percorreu o Brasil. O encerramento, conforme fora prometido, e ocorreu, durantes os dias 14, 15, 16 de dezembro de 1953, a imagem ficou exposta no Santuário em construção. Verificou-se na ocasião da visita, o Tríduo nacional de Fátima, que reuniu em Fortaleza clero e visitantes de diversos estados, inclusive arcebispos e bispos. A solenidade transcorreu na praça fronteiriça, antes um imenso areal.

O Santuário de Fátima passou à categoria de paróquia, mudando a denominação para Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em 14 de setembro de 1955.

Naquele dia, através do Decreto nº 105, D. Antônio de Almeida Lustosa, Arcebispo Metropolitano de Fortaleza, erigia a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. O território da nova paróquia era construído por partes desmembradas dos territórios das paróquias de São João do Tauape, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora dos Remédios e Nossa Senhora de Nazaré.

Fonte: www.igrejadefatima.com.br (Fontes, Eduardo – As pouco lembradas igrejas de Fortaleza)
Fotos: Arquivo pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro

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