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Coisa de Cearense
Jaqueline Aragão Cordeiro
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Entre histórias, cultura e os caminhos do nosso turismo, celebramos os encantos do povo cearense: saberes, curiosidades e tradições que embalam a alma do nosso lugar.

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Ilha do Amor – Camocim

Jaqueline Aragão Cordeiro, 12 de fevereiro de 201510 de fevereiro de 2015

Camocim_Ilha do amor

A lenda da “Ilha do Amor” em Camocim, teve origem da época da invasão dos holandeses, comndados por Mauricio de Nassau. O comandante Cluyt tenta uma negociação com o chefe Tapuia Tiúma, a fim de erguer um forte na região e expulsar os insistentes gauleses (conjunto de populações celtas que habitava a Gália, isto é, o território que corresponde hoje, à França, à Bélgica e à Itália). Com a autorização do chefe, em menos de um mês, construiram um forte. Agora, o comandante Cluyt deve voltar a Olinda para dar as boas novas ao Conde Mauricio de Nassau, e deixa metade dos seus homesn sob o comando do Tenente Jacob.

Com o pacto entre a tribo e os holandeses, duas pessoas não tinham mais paz, o tenente Jacob e Natira, a filha do chefe Tapuia, seus corações foram subitamente tomados por um profundo amor, que lhes tirava o sono e consumia seus pensamentos.

Guarassy era um guerreiro da tribo e amava, em segredo, Natira. Várias mulheres da aldeia queriam ser suas companheiras, inclusive Moema, irmã de Natira, mas em seu coração só havia espaço para ela. O sentimento entre o tenente Jacob e Natira, logo foi percebido por Guarassy, que passou a viver cabisbaixo e tristonho.

A vida no forte era tediosa, e para se distrair, Jacob dava voltas pela mata, caçando passarinhos ou apenas admirando a flora, num desses passeios, quase foi pego por uma onça, mas sem que nada acontecesse, a fera se espantou e saiu correndo, tamanho foi o susto do tenente, que ainda deu tiros para cima, com a intenção que o bicho não voltasse. De repente, ouve um barulho e vira-se com a arma em punho, maior ainda foi seu susto ao ver que era Natira, parada na sua frente. O grande amor que os consumia não pode mais ser contido, e ali, no meio da mata, fizeram amor.

Tudo parecia um sonho para o casal, que há tempos se desejavam, mas para uma pessoa, esse fato era um pesadelo, era Guarassy, que escondido na mata, presenciou toda a cena. Sua vontade era matar Jacob, mas seu desespero o fez sair correndo pela selva. Depois, já mais calmo, arquitetou um plano para livra-se do rival. Juntou alguns guerreiros e seguiram para destruir o forte e matar a todos que lá estivessem. Foi uma luta injusta, já que ninguém os esperava, flexas rasgavam o ar e penetravam no peito dos soldados pegos de surpresa. Jacob pega sua arma para atirar, mas é impedido em por uma flexa em sua mão, em seguida, se vê cercado pelos indios, tenta se defender com uma agada, mas o efeito da flexa mortal já lhe tira as forças, o qu sente depois, é apenas a pandaca do tacape de Guarassy, que o faz desmaiar.

Ao acordar, se vê amarrado em uma árvore e alvo da vingança dolorosa do indio inconformado. Flexas perfuram sua outra mão, as duas coxas, e mais uma no ombro, que o fez desmaiar novamente. Com muito sacrificio, os guerreiros conseguem acordar Jacob, que recebe mais uma flexa em seu corpo. Guarassy grita aos outros que tragam “os utensilios de castração”, quando subitamente, uma flexa lhe atravessa a garganta e outra o peito. Os guerreiros viram-se rapidamente quando ouvem a voz de Natira, um ainda tenta atirar, mas as flexas dela eram mais rápidas e lhe tiram a vida, os outros saem correndo pela noite escura.

Natira retira as flexas do corpo de Jacob e limpou seus ferimentos, em seguida o deitou em seu leito, pedindo a Tupã por sua vida. Fazia unguento de aroeira para curar as feridas do doente, quando ouviu pessoas se aproximarem, rapidamente fica em pé, com seu arco retesado a ponto de atirar, mas logo abaixa ao ver seu pai, Tiúma, e o conselho da tribo. A punição para que viva, depois de ter tirdo a vida de seus irmãos, é deixar a aldeia imediatamente e jamais voltar. Em outros casos a pena seria a morte, mas por ser filha do grande chefe, sua vida foi poupada.

Natira acomoda Jacom em uma canoa que desliza pelas águas do Rio da Cruz e a tardinha, finalmente pode ver o mar aberto, era o caminho de “Juraracoara”. Um temporal se formava, rapidamente ela procura um lugar para se abrigarem e encontra uma toca, para onde arrasta Jacob que queimava com febre.

Camocim_vista da ilha do amor

Após muitos de dias de recuperação, Jacob finalmente não corre mais risco de morte. Natira o leva para caminhar dia-a-dia, gradualmente, até que ele pode andar normalmente e finalmente descobrem que aquele lugar que os abriga é uma ilha que foi batizada por Natira, de “Ypaumoraussuba” ou “Ilh do amor”. Em menos de em ano nasce seu primeiro filho, que recebeu o nome de Tremembé. Depois, vieram muitos outros filhos. Tempos depois, decidem se mudar para a outra margem do rio e deixar aquele lugar para os amantes fugitivos.

Impossível olhar para a ilha e não sentir-se dominado pelo romantismo, e sem explicação, nos vemos passeando pelo lugar, pisando em suas areias brancas e sonhando com nosso amor eterno.

Colaboração: Rodolfo Pinheiro (Estudante de turismo de Camocim)

Fotos: Arquivo pessoal

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