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Entre histórias, cultura e os caminhos do nosso turismo, celebramos os encantos do povo cearense: saberes, curiosidades e tradições que embalam a alma do nosso lugar.

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Indicações Geográficas Cearenses – IGs

Jaqueline Aragão Cordeiro, 12 de março de 202512 de março de 2025

As Indicações Geográficas (IGs) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas agregam valor ao produto e ajudam a proteger a região produtora. O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e a herança histórico-cultural intransferível das IGs.

Essa herança abrange vários aspectos relevantes, como área de produção definida, tipicidade, autenticidade de desenvolvimento dos produtos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

Camarão da Costa Negra (Imagem Jornal Diário do Nordeste)

1. O CAMARÃO MARINHO PRODUZIDO EM CATIVEIRO NAS FAZENDAS DA REGIÃO DA COSTA NEGRA, no litoral Oeste do Ceará, recebeu a Denominação de Origem (DO) de Indicação Geográfica (IG) em 2011. É o primeiro Certificado de Denominação de Origem emitido no mundo para crustáceo. A espécie reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para a comissão de certificação é a Litopenaus Vannamei.

Banhada pelo Rio Acaraú, de água escura, rica em matéria orgânica, a Costa Negra, em especial a região do Baixo Acaraú, produz muitos sedimentos e é considerada a melhor área para produção de camarão do Estado. As praias da Costa Negra apresentam grandes extensões de sedimentos cinza-escuro submersos, daí a origem do nome, que conferem um visual único às suas praias no período de baixa-mar, quando afloram em grandes extensões.

Mesmo produzido em cativeiro, o fato de os tanques receberem água do mar rica em nutrientes, faz com que o camarão produzido na região tenha um sabor parecido com o do crustáceo que vive naturalmente no mar. O clima, o solo e o manejo modificam o sabor do camarão. Mais pesado, com textura consistente e sabor encorpado, por causa dos aspectos físicos da região, possui alto teor protéico, além de ser um produto totalmente natural, livre de antibióticos e quaisquer outros produtos químicos.

Beneficiados em unidades frigoríficas com Sistema de Inspeção Federal (SIF), os camarões processados atendem às exigências de segurança alimentar e recebem Certificação de Produto Orgânico. Para obter a certificação, o camarão precisa ser produzido a partir de larvas cultivadas na região. O sistema de rastreamento garante a origem do produto.

Redes de Jaguaruana (Imagem Jornal Diario do Nordeste)

2. Em 25 de maio de 2021, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) conferiu à cidade de Jaguaruana, a primeira Indicação Geográfica (IG) de Procedência do Ceará por reconhecer o caráter exclusivo, único e identitário das REDES DE JAGUARUANA produzidas na região. Atualmente, Jaguaruana abriga cerca de 200 fábricas que movimentam a economia local e agregam valor à atividade turística. O presidente da Associação dos Fabricantes de Redes de Jaguaruana (Asfarja) explica que a atividade no município é uma das mais marcantes heranças dos indígenas, principalmente a dos Tapuias. “Com a chegada dos portugueses se adaptou o fio, que era de cipó e passou para o algodão, com a tecelagem.”

Canhaça de Viçosa do Ceara (Imagem Jornal Diário do Nordeste)

3. O INPI publicou, na Revista da Propriedade Industrial (RPI) do dia 24 de abril de 2024, a concessão do registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para a CACHAÇA DE VIÇOSA DO CEARÁ. Em meados do século XIX, já se produzia na cidade a cachaça de alambique, envelhecida em tonéis fabricados com variadas madeiras nobres, que conferem aroma e sabor especial ao produto. A oxidação dos componentes devido ao oxigênio contido nos poros da madeira, a solubilização de matérias presentes nos tonéis, o tipo de levedo e o cuidado na fermentação da garapa são apontados como fatores relevantes na produção. Além disso, o envelhecimento reduz de forma lenta e contínua o volume alcóolico, sendo que tal método é utilizado há várias gerações.

Algodão dos Inhamuns (Imagem Jornal Diário do Nordeste)

4. Em um marco significativo para a cultura e a economia do Ceará, o ALGODÃO DOS INHAMUNS é a quarta indicação geográfica (IG) de procedência conquistada pelo Estado. Este reconhecimento não apenas celebra a qualidade do algodão local, mas também destaca a riqueza cultural e a identidade única dos produtos da região. O processo de indicação teve início com um diagnóstico abrangente realizado pelo Sebrae/CE, que identificou as potencialidades de diversos produtos para a indicação geográfica. Com critérios rigorosos que incluíram o método de produção, a governança e a história local, a análise revelou que todos os produtos avaliados tinham potencial para a estruturação das IGs. Essa iniciativa foi fundamental para valorizar o que o Inhamuns tem de melhor a oferecer. A Indicação Geográfica do algodão dos Inhamuns também reflete uma preocupação com a sustentabilidade e a produção agroecológica. Com a IG, o algodão dos Inhamuns não é apenas um produto; ele se torna um símbolo da identidade e do esforço coletivo dos produtores. O selo de indicação geográfica confere um novo valor ao algodão, que agora é reconhecido oficialmente como um produto de qualidade superior, capaz de se destacar no mercado e de oferecer melhores preços de venda aos produtores.

Renda Filé (Imagem Jornal Diário do Nordeste)

5. As peças artesanais em RENDA FILÉ DE JAGUARIBE, receberam o reconhecimento de Indicação Geográfica brasileira no dia 12/11/2024. É o 122º registro concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no país – sendo 93 por Indicações de Procedência e 29 por Denominação de Origem. O município de Jaguaribe concentra a produção de peças artesanais em renda filé, conhecida pela qualidade, beleza e durabilidade. A técnica de produção começou nas redes de pesca, mas passou para um bordado sobre uma rede de fios de algodão. Ainda é comum famílias inteiras sentadas nas calçadas das casas dividindo uma tela entre si para produzir peças.

As linhas usadas na confecção das peças podem ter, no máximo, 15% de poliéster. Depois da confecção da malha base ser bem esticada, é feita a marcação do bordado e o preenchimento pontos e cores elaborados pelos artesãos. O acabamento é realizado mergulhando a peça em uma solução de cola branca ou um “grude” à base de amido de milho ou fécula de mandioca. Após retirar o excesso de grude da peça, ela é colocada para secar em local limpo e seco, sob temperatura ambiente. O nome filé vem do francês filet e significa rede. O artesanato consiste em bordado sobre uma rede parecida com a da pesca.

Mel de aroeira dos Inhamuns (Imagem Sebrae)

6. O INPI publicou, na Revista da Propriedade Industrial (RPI) do dia 11 de março de 2025, o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para a região dos Inhamuns (CE), como produtora do mel de aroeira. O MEL DE AROEIRA DOS INHAMUNS é produzido no período de estiagem, quando há escassez de flores disponíveis para que as abelhas se alimentem e possam produzir seu mel. Isto porque a florada da árvore de aroeira não é afetada pela seca e, nesse período, suas flores permanecem disponíveis às abelhas. A condição permite a produção de um mel monofloral mais puro, com maior consistência e coloração âmbar mais escurecida, com elevados níveis de compostos fenólicos, sendo um mel que não cristaliza.

Um dos primeiros registros de trabalho com o mel na região é da década 1980. No entanto, há relatos que apontam para a produção antes mesmo desse período, na época em que o mel de abelha era o adoçante dos sertanejos. A partir de 2001, a atuação com as abelhas africanizadas foi estabelecida como uma atividade econômica fundamental para toda a região.

Fonte: Sebrae / Nutec CE / Sebrae / Globo / INPI / Sebrae

Jaqueline Aragão Cordeiro

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