Caio da Silva Prado era filho de família rica, foi educado na Europa e fez curso de engenharia da França. De volta ao Brasil, matriculou-se na Faculdade de direito de São Paulo, graduando-se com brilhantismo. Foi eleito Deputado, dirigiu o “Correio Paulistano”, foi nomeado Presidente da Província de Alagoas e em 25 de março de 1888 foi nomeado Presidente da Província do Ceará, assumindo suas funções em 21 de abril de 1888.
Os jornais da época noticiavam o desânimo da população e o crescente êxodo para os seringais da Amazônia. As preocupações eram naturais, pois a seca dos “três oitos” assolava o Ceará.
Apesar de ter recebido do Dr. Enéas Araújo Torreão, uma Província sem dívidas e próspera, digno até dos elogios dos adversários políticos, ao assumir o governo, Caio Prado viu-se dominado por dificuldades de todos os gêneros. Na política, andava hostil com os líderes da situação, derrubou em curto prazo o partido conservador miúdo do Barão de Aquiráz e nomeou para os cargos oficiais os correligionários da facção graúdo-Pompeu. Crivado de censuras, não deu nenhuma atenção a isso e aproximou-se dos intelectuais locais. Assim, intelectualizou o palácio do Governo, abrindo seus salões para a elite que o acompanhava em grandes festas e piqueniques nos sítios de Fortaleza e Maranguape. João Brígido dizia que “O palácio da Presidência era um salão aberto a todo momento, dançava-se ao meio dia. As festas ruidosas e as recepções eram contínuas e sua casa um esplendor que deslumbrava…” Viajado, fluente em língua europeia, cobiçado pelas damas, bonito, robusto, simpático e milionário, Caio Prado era o nome mais repetido a cada momento. Foi imortalizado no livro “A normalista”, romance regionalista do escritor Adolfo Caminha, que trata dos costumes da época em Fortaleza.
A seca continuou implacável, trazendo a fome, a nudez, as doenças e a miséria, aliados a falta de visão e ao descaso da administração pública em executar medidas eficientes contra a estiagem. A ajuda chegou tardiamente, graças a falta de sensibilidade do parlamento cearense com o sofrimento dos conterrâneos. Enquanto a Administração Provincial e a imprensa sugerem soluções que minimizam os efeitos da seca, os Deputados e Senadores se calam, propagando a ideia de que o estado da Província não é tão crítico quanto se fala.
O socorro público vem em maior intensidade em forma de emigração, principalmente para o Amazonas, imigração essa, igualmente comum em outros períodos de flagelos. O presidente Caio Prado não fugiu à regra, apesar das iniciativas tomadas em socorro dos necessitados, como construções de obras de açudagem, foi muito criticado pela imprensa da época, pelas atitudes políticas tomadas e especialmente como incentivador da emigração cearense para outras regiões do País.
O jornal “Gazeta do norte” do dia 19 de janeiro de 1889 já havia citado os seguintes dados de 19 de setembro a 12 de janeiro: “Com passagens concedidas pelo governo, deixaram a província com destino ao sudeste do país, 5.641 pessoas e para o norte, 2.421 pessoas. Caio Prado continuou a incentivar a migração dos cearenses.
Para completar a tragédia da falta de chuva, proliferou-se na província uma epidemia de febre amarela, completando a miséria do povo infeliz, sem remédios e sem alimentos. O próprio presidente foi uma das vítimas da epidemia, faleceu em 25 de março de 1889. Morreu na administração de um governo cuja estrutura secular ele não conseguiu mudar, estrutura que permanece até hoje; dependência e subordinação ao poder central com uma viva tradição de uma política assistencialista acelerada nos períodos de crises. Crises que repetidas vezes impressionaram os governantes. No período imperial, D. Pedro II chegou a prometer vender joias de sua coroa em socorro dos flagelados pela fome, e repete-se nos períodos republicanos quando presidentes se comovem ao visitar os famintos nas obras públicas. As mudanças são lentas e superficiais, mas o fenômeno climático se repete e com ele a repetição de um mesmo estado de coisas: o êxodo rural para os centros mais desenvolvidos, que continuam a crescer com a mão-de-obra fornecida pelos brasileiros menos favorecidos.
Fonte: Instituto do Ceará – A emigração cearense no governo Caio Prado (1888/89)
Jaqueline Aragão Cordeiro
OLÁ!
QUE MARAVILHA ESSE REGISTRO HISTÓRICO! MORO EM CAIO PRADO/CE., QUE DISTA DE FORTALEZA APROXIMADAMENTE 122Km. VOU APROVEITAR PARTE DO TEXTO E INSERIR NO MEU BLOG QUE TEM UM RESUMO HISTÓRICO DO ‘ILUSTRE’ CAIO PRADO. GOSTEI DO BLOG E PORISSO PASSEI A SEGUIR… MEU BLOG É http://diarioonlinedecaioprado.blogspot.com/ USO MAIS PARA DIVULGAR NOSSA QUERIDA CAIO PRADO! FAÇO USO TAMBÉM DO http://everardocaioprado.blogspot.com/ e OUTROS MAIS…(RSRSRS). DESEJO FELICIDADES E TAMBÉM AGRADEÇO A VC POR REALIZAR UM BELO E INTERESSANTE TRABALHO. ABÇS FRATERNAIS. EVERARDO BEZERRA.