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Os Índios Jucás

Jaqueline Aragão Cordeiro, 20 de outubro de 20199 de abril de 2020

Os Jucás eram índios que habitavam as terras do Ceará, nas quais atualmente situam-se os municípios de: Acopiara, Cariús, Iguatu, Saboeiro e Tarrafas. Habitavam a região dos Inhamuns. O nome desta tribo aparece, pela primeira vez, na crônica cearense, ligado como tantas outros indígenas, à história dos Montes e dos Feitosas, famílias rivais que encheram os sertões cearense com seus atos de violência. Partidários dos Feitosas, os Jucá prestavam continuada assistência na contenda.

Em 1727, se agruparam, sob a direção de um missionário nas margens do rio Jaguaribe, constituindo com os Quixelô, Quixerariú, Cariú e Candandu a Aldeia da Telha (hoje Iguatu), sita na ribeira dos Quixelôs, então distrito da Vila dos Icó.

Os moradores nativos da Telha eram, ao que parece, ladrões violentos, pois há contra eles várias queixas do povo da região circunvizinha, à Câmara do Icó. Em junho de 1714, consta que se prevaleciam das saídas autorizadas pelo Ouvidor para as pescarias, para matar e roubar gados e pilhar o quanto achavam, fato que se devia atribuir à pouca ou nenhuma energia do missionário que tolerava esses abusos.

No ano de 1743, os Jucás, residentes na Telha, instigados pelos Feitosas, abandonaram em grande número a sua missão, retornando, com mulheres e filhos, à vida erradia e vagabunda. O Capitão-General de Pernambuco, informado do fato, deu ordens para apurar quem havia promovido a fuga dos nativos. Estes deviam voltar às suas antigas moradas, mesmo que pela força.

As providências nada surtiram, ficando a missão quase despovoada. Três anos depois, em 25 de junho de 1746, os moradores da Ribeira do Quixelô, reiterando suas reclamações contra roubos praticados pelos indígenas da Missão da Telha, roubos que tinham origem na fraqueza do seu missionário, que os deixava sair da aldeia a ponto de se achar a missão deste gentio reduzida a uns 60 homens, que poucos residiam nela.

Os apelos incessantes dos criadores motivaram uma ordem régia com data de 20 de dezembro de 1746, mandando que para prevenir semelhantes frutos se inquirisse por eles nas devassas de janeiro de cada ano.

Esses povos eram assistidos, em 1749, conforme se vê da Relação das Aldeias do distrito do governo de Pernambuco e Capitania da Paraíba, um sacerdote da ordem de S. Pedro.

Dezessete anos depois, por volta de 1761, foram os Jucás e Cariús que habitavam a a Aldeia do Brejo, antiga Missão do Miranda, hoje Crato. Pouco tempo os Jucás aí permaneceram. Movidos por natural tendência para a vida nômade, quase todos fugiram para as matas, onde passaram a viver em completo estado de barbárie.

Só dois anos mais tarde, em 1763, conseguiu o Cel. Manuel F. Ferro, por determinação do então governador do Estado do Ceará, José Vitoriano Borges da Fonseca, reconduzi-los à sua Missão.

A aldeia dos índios Jucás foi, por iniciativa do Capitão-Mór Borges da Fonseca, elevada a Vila, em 1767, com o nome de Arneirós. A 25 de novembro do mesmo ano, representava, porém, o Senado do Icó contra a criação da Vila de Arneirós, assim como de S. Mateus porque “Estes lugares são menos convenientes que Telha (Iguatu) e Mangabeira (Lavras da Mangabeira), que são lugares já povoados e onde há gente capaz de servir os empregos ao passo que nas outras é preciso mandar empregados do Icó”.

Os Jucás, voltados à sua antiga missão, em nada modificaram a existência de roubo e violência que levavam. Viviam furtando gado e assaltando moradores das adjacências. Esses crimes, incessantemente renovados, acabaram por atrair sobre eles o ódio dos Feitosas, que resolveram livrar-se dos antigos comparsas agora tão agressivos e incômodos. Cada roubo praticado pelos indígenas era imediatamente seguido à eliminação violenta de um ou de muitos de sua raça. Informado de tal fato, o Governador de Pernambuco, D. José César de Mendes, determinou ao Ouvidor-Geral do Ceará, José da Costa Dias e Barros, que retirasse os índios da povoação da Telha, levando-os para uma das vilas de índios situadas próximo à sede administrativa da Capitania. A ordem foi executada em 1780.

Em 1791 estavam ainda aldeados na missão de Telha, atual cidade de Iguatu, e mais na vila de S. Mateus sendo depois reunidos aos Kanindé, Jenipapo e Paiacu para povoarem, a vila de Monte-Mor, hoje Baturité.

Fonte: wikipedia.org/wiki/Jucas
Jaqueline Aragão Cordeiro

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Comments (2)

  1. Adriana BONFIM disse:
    13 de janeiro de 2019 às 19:07

    Isso é que dá querer aprisionar e aculturar os indígenas, donos da terra. Claro que eles queriam ser nômades. Era assim que conseguiam seu sustento. E se não conseguiam, furtavam.
    Liberdade! Liberdade!
    Até hoje clamam por liberdade e pelo direito à terra e de viver do seu modo.

    Responder
  2. DINARTE F. P. N. DE ANDRADE disse:
    3 de agosto de 2024 às 21:29

    Cara Jaqueline, como um possível descendente de índios jucás, pois meu pai, nascido em Bebedouro, atual Aiuaba, no sertão dos Inhamuns, contava que sua bisavó era Índia, gostaria de conhecer mais sobre sua história. Ficaria ainda mais feliz se retratassem esses indios no periodo colonial com uma percepção mais compreensiva de suas condições de povos que, de repente, viram suas vidas profudamente afetadas pela chegada de estranhos.

    Responder

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