O Ceará tem grande potencial arqueológico e contava 528 sítios cadastrados até dezembro de 2014. Há uma significativa ocorrência de sítios arqueológicos pré-coloniais, com uma grande quantidade de sítios cerâmicos e líticos, além de notável presença de grafismos rupestres. Dentre as áreas de interesse arqueológico, destacam-se os sítios litorâneos com vestígios históricos e pré-coloniais, identificados nas proximidades de rios como o Jaguaribe e o Acaraú. Nas regiões do centro-norte do Estado (Forquilha, Sobral e Iraçuba), a região de Cariri (Crato e Nova Olinda) e o sertão central (Quixadá e Quixeramobim), destacam-se algumas manifestações rupestres que foram objeto de estudos acadêmicos.
Nos municípios de Tauá, Arneiroz e Morada Nova, foram identificados numerosos sítios líticos formados por grupos caçadores-coletores, enquanto no município de Mauriti, na porção leste do Cariri, foram localizadas aldeias ceramistas, com destaque para a aldeia Tupi-Guarani Anauá, datada do século XIV. Parte significativa dos sítios arqueológicos do Estado foi descoberta em projetos de licenciamento arqueológico, fato que alertou para o potencial das pesquisas preventivas na região. O Iphan tem investido em projetos de etnoarqueologia, na identificação e no registro de coleções particulares de bens arqueológicos.
O Iphan financiou, em 2012, escavações arqueológicas na comunidade da Serra do Evaristo, localizada no município de Baturité (área do Maciço do Baturité). Um conjunto de urnas funerárias encontrado parcialmente na superfície motivou a pesquisa e o projeto de escavação do sítio funerário para atender à comunidade quilombola da Serra do Evaristo, certificada pela Fundação Palmares. A importância social e o significativo potencial informativo desse enclave arqueológico da Serra do Evaristo atraíram interessados em parcerias futuras para continuidade da pesquisa, como a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que atua na região desse Maciço.
O Museu de Paleontogia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN) está localizado na cidade de Santana do Cariri, sul do Ceará e foi inaugurado em 26 de julho de 1998. Esta instituição foi criada com o objetivo principal de proteger o patrimônio fossilífero da Bacia do Araripe, muitas vezes contrabandeado pela falta de informação do valor científico que esses fósseis representam. O MPPCN tem hoje uma missão científico/cultural na região do Cariri, fortalecendo a pesquisa científica e o turismo nesta região.
O Museu de Paleontologia mantém projetos de escavações permanentes de fósseis em toda a Bacia do Araripe, bem como coleta sistemática de fósseis nas frentes de escavações do calcário laminado, nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri.
Fonte: Iphan / Mapa Cultural Secult Ce
Jaqueline Aragão Cordeiro