Sebastião Grande de Arruda foi um abolicionista negro que, embora tendo nascido em Aracati, atuou durante muito tempo em Pernambuco. Serviu na Guerra do Paraguai, na Armada Imperial, tendo feito parte da guarnição do transporte de guerra “Jaguaribe”.
Após a guerra, retornou a Recife, onde passou a viver de empregos modestos, como zelador da Sociedade Recreativa da Juventude e mais tarde, sacristão da Igreja da Conceição dos Militares.
Descendente de africanos, dedicou-se com entusiasmo e abnegação à causa abolicionista, tendo sido um dos fundadores do Clube do Cupim, onde exerceu a função de auxiliar, sob o pseudônimo de “Mucuripe”. Faleceu em Recife, em 1918.
CLUBE DO CUPIM: Sociedade secreta fundada em 08 de outubro de 1884, em Recife. Essa sociedade não tinha diretoria, nem estatutos, nem escrituração. Seus membros eram correspondentes dos abolicionista do Rio de Janeiro que muitas vezes lhes remetiam às escondidas, os escravos que não conseguim libertar judicialmente. Os “Cupins” se reuniam disfarçadamente, tinham ramificações no Ceará e associados nos veleiros. Furtavam os escravos, disfarçavam-nos e embarcavam para o Ceará, já então terra livre. A sede das reuniões era chamada “Panela de Cupim” e situava-se no distrito dos Aflitos, em Recife, onde hoje se encontra placa comemorativa com inscrição alusiva.
Fonte: Dicionário da escravidão negra no Brasil, Clovis Moura.
Jaqueline Aragão Cordeiro