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A primeira missão jesuíta ao Ceará

Jaqueline Aragão Cordeiro, 23 de outubro de 20102 de agosto de 2017

Em 1607 chegaram ao Ceará os padres FRANCISCO PINTO e LUIZ FIGUEIRA, fazendo o mesmo itinerário de Pero Coelho de Sousa, que seguiu pela beira-mar, da Paraíba ao Ceará. Os padres eram acompanhados por 60 índios que rezavam o terço, cantavam a ladainha e recitavam o ofício de Nossa Senhora.

O Padre Francisco Pinto nasceu em Angra. Ilha dos Açores, Portugal, no ano de 1552. Filho de pais nobres, embarcou ainda criança com a família para o Brasil. Foi criado em Pernambuco até os 17 anos, quando transferiu-se para a Bahia, onde entrou para a Companhia de Jesus em 31 de setembro de 1568. Passado os anos do noviciado e estudos, foi ordenado e convidado a trabalhar nas missões. Foi sacerdote adjunto, se formando em 1588. O interesse pelo trabalho de conversão das almas o levou primeiro às aldeias de índios mansos, depois seguiu pelos sertões agrestes.

O padre Luiz Figueira nasceu no Campo de Ourique, Vila de Almodavar, arcebispado deÉvora, em 1574. Entrou como noviço no colégio de Évora em 22 de janeiro de 1592. Em 1602, já formado sacerdote, seguiu para o Brasil onde dedicou-se ao apostolado como discípulo do padre Francisco Pinto, em quem descobriria o mesmo amor pela conversão e reeducação dos índios. Em pouco tempo fizeram amizade com os índios Tabajara, que chamavam o padre Pinto de “Pai Pina” ou “Amanaiara”, que quer dizer “Aquele que faz chover”. Fez amizade com caciques de várias tribos.

Em 11 de janeiro de 1608, pela manhã, numa pequena capela de madeira e palha, no alto da serra da Ibiapaba (acredita-se que cidade de Carnaubal), durante as primeiras horas da manhã, o grupo foi brutalmente atacado pelos índios “Tapuias, conhecidos como cararijús” (Relações do Maranhão, pag. 111) esse ataque brutal, resultou na morte de muitos, inclusive do padre Francisco Pinto, enquanto fazia suas orações nas primeiras horas da manhã (pag. 123). O padre Luiz Figueira escapou, e com a ajuda de  um jovem índio da aldeia. Depois de acalmare-se os gritos, voltaram a aldeia e puderam ver toda a destruição e o corpo despido e dilacerado do padre Francisco Pinto. Após o lavarem e vestirem, desceram com o corpo e o enterraram ao pé da serra (pag. 124/125). O chefe Diabo Grande e os sobreviventes choraram e puseram luto pelo padre. Partiu então, a padre Luiz Figueira para a tribo de Cobra Azul, “Negro feiticeiro e valentão”, que fica perto do mar.  Cobra Azul “o moço” (“jovem valente e bem quisto”), filho do chefe Cobra Azul, desafiou o pai e rumou com quase toda a aldeia, de volta à Barra do Ceará, pois prometera levar o padre de volta em segurança, lá chegando, construiram um povoado com o nome de São Lourenço em 10 de agosto de 1608.

Durante a seca de 1612, os índios do Jaguaribe, acreditando que por milagre, o padre Francisco Pinto, poderia fazer chover, foram a Ibiapaba e trouxeram sua ossada para as aldeias indígenas. O chefe Potiguara Felipe Camarão, beijou e abraçou os restos mortais com respeito e devoção. Mandou construir uma igrejinha, para onde seguiram em procissão e o sepultaram. Acredita-se que esta igrejinha tenha sido a primeira igreja de Messejana, onde hoje é um comércio.

Esses fatos foram narrados pelo padre Luiz Figueira, numa carta intitulada “Relações do Maranhão“. O documento foi enviado no mesmo ano de 1608 ao seu superior detal da órdem, padre Claudio Aquaviva, e publicado no 17º volume da “Revista do Instituto do Ceará” no ano de 1903, pelo Barão de Studart, que conseguiu uma cópia do cocumento através do superior geral da Companhia de Jesus, Florival Saraine, o qual çhe foi entregue pelo jesuíta P.J.B. Van Meurs, do limburgo holandês, cujo original de acha no arquivo “S. J. Romanorum”, em Roma.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste / Wikipédia

Após assassinarem o padre Francisco Pinto e saquearem a aldeia, os índios Tocarijús foram atacados pelos índios Tabajaras para vingar a morte do seu “Amanajara”, depois do ataque, levaram ao padre Luiz Figueira o altar portátil e demais ornamentos roubados da missão, exceto um cálice, que mais tarde foi encontrado entre os índios que o compraram dos Tremembés. O pau, instrumento que matou o padre Pinto, ficou num colégio da Bahia até 1624, quando a cidade foi tomada pelos holandeses e tal artefato desapareceu.

Fonte: Instituto do Ceará
Jaqueline Aragão Cordeiro

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