Folclore Cearense – Parte 3

TIRAÇÃO DE REIS – Aqui estou em vossa porta… / em figura de raposa, em figura de raposa / nós queremos qualquer coisa… Cantando assim, grupos de pessoas, no Dia de reis – 6 de janeiro – percorrem as cidades, ao som de instrumentos musicais, pedindo prendas e comes-e-bebes das famílias conhecidas em meio a grande dosagens de bebidas. Há famílias que abrem as portas para confraternizarem com aqueles que estão “tirando reis”. Há grupos que se fantasiam, com cores berrantes, oferecendo assim um colorido espetaculoso, que só mais caráter festivo acrescentam.

CANINHA VERDE – Dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar, No Ceará começou a ser conhecida no início do presente século, nas praias de Aracati e passou a ser comum nas colônias de pescadores, estendendo-se aos festejos mominos e eventos diversos. Apresenta também elementos de outros folguedos, tais como: casamento matuto (quadrilha junina), mestres e a formação de cordões (pastoril).

DANÇA DE SÃO GONÇALO – Como parte integrante da bagagem cultural do colonizador lusitano, a dança que integrava o culto a São Gonçalo do Amarante, bastante popular em Portugal, foi introduzida no Brasil, sendo, talvez, um dos ritmos mais difundidos do catolicismo rural brasileiro. No município de São Gonçalo do Amarante (Ceará) a dança é realizada durante a festa do santo padroeiro e apresentada em nove jornadas, num ambiente de muita fé e animação. São Gonçalo é o protetor dos violeiros e das donzelas casamenteiras.

CORDEL – A Literatura de Cordel é uma manifestação folclórica ainda em divulgação plena em todo o Nordeste. Assuntos palpitantes são versejados por poetas sertanejos que os publicam em folhetos, capeados de xilogravuras referentes aos temas tratados. Como a maioria dos sertanejos é analfabeta, ele é muito lido nas feiras e concentrações outras por um declamador que, sem dúvida, contará sempre com um público atencioso e crente no que está sendo proferido.

XILOGRAVURAS – Trata-se de um artifício com que os gráficos do cordel ilustram as capas dos folhetos. A técnica consiste em, num pedaço de madeira, esculpir um alto relevo, sobre o qual o papel da capa é prensado. É uma obra de arte primitivesca, por isso mesmo a constar entre os itens do artesanato e do folclore.

Fonte: ceara.com.br
Jaqueline Aragão Cordeiro

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