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Os barcos de São Francisco de Canindé

Jaqueline Aragão Cordeiro, 7 de dezembro de 201229 de junho de 2017

Nas horas de necessidade e dor, o cearense, residente em sua terra natal ou emigrado, aonde que que vá, leva no coração a fé na proteção do seu grande santo, como os humildes soldados feridos nos campos de batalha da guerra do Paraguai, nas selvas amazônicas  nas minas do Amapá, nos seringais do Acre, nos confins do Mato Grosso ou em qualquer outro lugar que se encontre, ao sofrer um golpe do destino, moral ou físico, volta-se para o milagroso padroeiro: “Valha-me São Francisco das Chagas do Canindé”. Faz uma promessa e religiosamente a paga, seja como for.
 
Dentre os milhares de ex-votos dados como agradecimento ao santo, o mais espantoso, foram uns barquinhos de 50 a 80 centímetros de comprimento que vinham dos mais distantes igarapés da Amazônia, pelos afluentes do rio-mar, onde eles despejam suas águas rio abaixo e pelo oceano afora, até chegar nas praias nordestinas, trazendo velas para serem acesas no altar do santo, dinheiro para as missas ou para as obras da igreja. Silenciosos e fiéis, esses barquinhos eram os mensageiros dos humildes cearenses perdidos na selva, na batalha da borracha.
 
Sabendo-se qua a água corre para o rio e o rio para o mar e sem outro meio de comunicação com sua terra natal, construiam esses barquinhos com todo carinho e os lançavam nas águas dos igarapés ou do rio amazonas, com os seguintes dizeres pintados: “Para São Francisco de Canindé”, ou ainda, “Pede-se a pessoa que encontrar este barco na beira, fazer o favor de por para o meio. Graças alcançadas deste grande santo” e ainda “Quem me encontrar parado me empurre para o meio”.
 
Canoeiros e pescadores que encontravam um desses pequenos barquinhos encalhados, libertarvam-os e empurravam correnteza abaixo. Assim, chegavam nas praias de Camocim ou Acaraú, e quem os encontrava, entregava ao primeiro viajante, e de mão em mão, os barcos chegavam nas mãos dos frades de Canindé.
 
Fonte: À margem da história do Ceará, Gustavo Barroso, 1962.
Foto: Arquivo Nirez
Jaqueline Aragão Cordeiro

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Comment

  1. Rita d’Alva disse:
    17 de dezembro de 2018 às 23:50

    Que lindas e tristes histórias devem ter sido contadas através desses barquinhos.

    Responder

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