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Presidente Belfort X Comandante Conrado

Jaqueline Aragão Cordeiro, 17 de agosto de 201130 de junho de 2017

Conrado Jacob de Neimeyer foi a alma das agitações em seu tempo, e ainda responsável pelas que se seguiram após sua saída. Controlou, como um ditador, a Província durante o governo de José Félix, com a chegada de Antônio de Salles Belfort, presidente da Província do Ceará de 5 de fevereiro de 1826 a 5 de janeiro de 1829, não pode mais agir com tanta autoridade e logo se indispôs com este e começou aí, uma batalha pessoal pelo poder.

A convocação de 3.000 homens para o exército, em plena seca devastadora, causou a morte de centenas de cearenses nos porões dos navios durante o transporte, morte essa causada pela fome ou pela varíola, só aumentou as desavenças entre Belfort e Conrado, este, déspota e tirânico, controlava a administração civil e militar da província, e atribuía a si quase todo o governo, usando como pretexto seu posto de “Comandante das armas” e “Presidente da Comissão Militar”.

Foi um conflito de mais de 2 anos que causou grandes danos a província. Enquanto durou no Ministério da Guerra, o Conde de Lages, a quem Conrado fez Senador no lugar do Padre Motta de Icó, manteve Conrado no cargo, apesar das repetidas queixas, das inúmeras agressões verbais e de violação da autoridade, sofridas pelo Presidente, Conrado permaneceu no cargo e cansado da impunidade do comandante das armas, Belfort pede demissão, não sendo atendido, pede afastamento por motivo de saúde em 3 de março de 1827 e reforça o pedido em 23 de fevereiro de 1828, mas sem êxito.

Assumindo, porém, o novo ministro da Guerra, Joaquim d’Oliveira Alveres, foi finalmente, Conrado demitido em maio de 1828 e ainda aberto inquérito para apurar o morticínio dos recrutas, mas Conrado deixou o cargo somente em agosto. Em junho, revoltado com sua saída, tramou uma revolta militar para depor o Presidente e o Ouvidor, reuniu a tropa armada e marchou para a sede do governo, onde estavam reunidos o Presidente e quatro conselheiros, a fim de deliberar sobre o afastamento do Ouvidor Mayer, protegido de Conrado e inimigo declarado de Belfort, e ali ficou hostilmente até o final da sessão do conselho.

O Conselho da presidência já havia com antecedência e com o aval de Conrado, designado para seu lugar, interinamente, o Cel. de 2ª linha, Francisco Joaquim de Sousa Campello, amigo pessoal de Conrado. Este, porém, se deixou influenciar pela perversidade e astúcia do Ten. Cel. do batalhão de linha Marcos Antônio de Bricio, que convenceu a Conrado ser esta atitude do presidente arbitrária e injusta, além de uma afronta aos brios militares. Então este tramou, com o apoio de Conrado, uma rebelião do batalhão de linha para se opôr ao presidente, tomar o comando, depor o presidente e nomear Machado como vice-presidente.

No dia 17 de agosto, conforme relato de Belfort ao Ministro, Conrado se afastou do cargo as 17:00 hs e por volta das 22:00 hs., revoltou-se o batalhão, que aclamou Comandante o Ten. Cel. Marcos Antônio Bricio, que se encontrava em Aquiraz mas foi chamado de imediato, convocaram a câmara composta de membros indignos de confiança, e assim, proclamaram a deposição do presidente, arrombaram o depósito de armas e roubaram o que puderam levar, mais não fizeram, graças a coragem do Major Manoel Antônio Diniz, Comandante interino do batalhão, que arriscando a própria vida, pôs fim aos excessos do grupo de revoltosos. Passaram toda a noite impasse, até que pela manhã chegou Brício, e sendo aclamado, acalmou a tropa. Diante desse fato, o conselho da presidência revogou a decisão anterior e passou o comando das armas para Bricio.

Assim, teve fim os 3 anos e 8 meses da gestão de Conrado, que governou a província como um ditador, era ele o único poder civil, militar e jurídico, onde os cidadãos podiam ser levados a esse tribunal, numa província de garantias suspensas, que condenou à morte os responsáveis pela proclamação da república, depois, quase despovoou a província com um recrutamento bárbaro. De todos os governos que contribuíram para retardar o desenvolvimento material e moral do Ceará, o de Conrado foi o mais nocivo e que mais retardou o progresso.

Fonte: Revista do Instituto do Ceará – Juízo histórico do Senador Pompeu
Jaqueline Aragão Cordeiro

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