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A coluna Prestes no Ceará

Jaqueline Aragão Cordeiro, 9 de outubro de 2019

Comando da Coluna – Luís Carlos Prestes é o terceiro sentado, da esquerda para a direita

No ano de 1924, estouraram revoltas armadas tenentistas no Rio Grande do Sul e São Paulo, as quais acabaram sufocadas. Os “revoltosos”, contudo, unidos sob a liderança de Luís Carlos Prestes, continuaram a lutar contra as estruturas oligárquicas pelo interior do país. Esses homens – formadores da coluna prestes – percorreram mais de 24 mil Km do território nacional, tentando conscientizar as massas de sua exploração, fazendo propaganda contra contra o governo, exigindo a queda de Artur Bernardes e anistia política. A coluna enfrentou tropas regulares do Exército e da polícia e até grupos de cangaceiros e jagunços (os “batalhões patrióticos”) a serviço de coronéis. Não sofreu uma derrota sequer.

Por volta de 1925, rumores davam conta de que a lendária Coluna Prestes se aproximava do Ceará. Ao tomar conhecimento de tal fato, o Presidente da República Artur Bernardes, que se esforçava em reprimir os tenentes, convocou ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, o deputado federal Floro Bartolomeu, delegando-lhe poderes para organizar a “defesa do território cearense”. Floro recebeu vasta quantidade de armamento e recursos financeiros. Ao invés de convocar o governador José Moreira da Rocha para combater a Coluna Prestes, o presidente Artur Bernardes convocou Floro Bartolomeu, pois ele sabia que chamar Floro, era o mesmo que chamar os jagunços e coronéis do Estado para lutar a favor do Governo, uma vez que era notório o envolvimento daquele político com bandidos.

Regressando ao Ceará, Floro organizou um “batalhão patriótico”, cujos membros eram todos jagunços enviados pelos latifundiários da zona sul Cearense. O deputado teve ainda a ideia de procurar o grupo cangaceiro de Virgulino Ferreira da Silva, o “lampião”, para lutar a seu lado na “defesa da legalidade”. Para tal foi importante a figura do padre Cícero, a quem o “rei do cangaço” admirava bastante. Recebendo uma carta do padre, Lampião e um grupo de 50 homens dirigiram-se a Juazeiro(início de 1926) em total aquiescência das autoridades. Foi um acontecimento festivo. Uma multidão formou-se para vê-lo.

Existem controvérsias se de fato Pedra Cícero se encontrou com o Cangaceiro, mas o certo é que Lampião se comprometeu a combater a Coluna Prestes, recebendo uma falsa patente de Capitão do Exército e vultosa quantia de armas e munições. O “bandido” após se comprometer a “deixar aquela vida de crime” seguiu seu destino, mas para bem longe dos revoltosos. O Cangaceiro – agora definitivamente chamado de “Capitão Virgulino”. Em janeiro de 1926, parte da Coluna(cerca de 132 homens comandados pelo capitão João Alberto, atravessou a fronteira piauiense e ocupou a cidade de Ipu, onde foram saqueados os grandes latifúndios e os comércios locais.

A região ficou em pânico, propositadamente espalhado pelas classes dominantes, as quais afirmavam ser aquela uma “coluna de ateus interessados em prostituir as mulheres”. As cidades despovoaram-se. Segundo boatos, estariam os revoltosos dirigindo-se para Campos Sales, onde se reuniriam aos tenentes que ainda estavam no Piauí e marchariam sobre Fortaleza. Em consequência, o Exército e os “batalhões patrióticos” dirigiram-se para o Sudeste Cearense.

No dia 15 de janeiro de 1926, os tenentes trocaram tiros com a polícia em Crateús e de fato seguiram para Campos Sales, a 7 léguas desta localidade, no povoado de São Domingos, os revoltosos, já sob o comando de Luís Carlos Prestes, novamente entraram em choque com as forças governantes(22 de janeiro), mas na tática de evitar conflitos desnecessários, tomaram a rota de Acopiara, Iguatu e Solonópolis e entraram na Paraíba, frustrando as Oligarquias Cearenses.

Jaqueline Aragão Cordeiro

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