Os Índios Jucás

Os Jucás eram índios que habitavam as terras do Ceará, nas quais atualmente situam-se os municípios de: Acopiara, Cariús, Iguatu, Saboeiro e Tarrafas. Habitavam a região dos Inhamuns. O nome desta tribo aparece, pela primeira vez, na crônica cearense, ligado como tantas outros indígenas, à história dos Montes e dos Feitosas, famílias rivais que encheram os sertões cearense com seus atos de violência. Partidários dos Feitosas, os Jucá prestavam continuada assistência na contenda. Em 1727, se agruparam, sob a direção de um missionário nas margens do rio Jaguaribe, constituindo com os Quixelô, Quixerariú, Cariú e Candandu a Aldeia da Telha Continue lendo Os Índios Jucás

Povos indígenas sobreviventes

O Estado do Ceará tem origem fortemente vinculada aos povos indígenas. O próprio nome do Estado provém de “ciará” ou “siará”, que significa “canto da jandaia”, que na linguagem em tupi é um tipo de papagaio.Um decreto da Assembléia Provincial do Ceará, em 1863, declarou que não haviam mais índios na província. Então eles passaram a ser desacreditados, perseguidos e tiveram suas terras invadidas. Somente na década de 1980, os índios cearenses começaram a revindicar seus direitos de posse de terra e o reconhecimento de suas etnias. De acordo com dados da FUNASA, o Estado  do Ceará tem 15 etnias Continue lendo Povos indígenas sobreviventes

Tribo Indígena Anacé

O povo Anacé “habita tradicionalmente um território situado em São Gonçalo do Amarante e Caucaia, municípios da Região Metropolitana de Fortaleza. Sua emergência étnica tem estreita ligação com a instalação, na mesma área, de uma série de empreendimentos que integram o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP)” (Brissac e Nóbrega, 2010). Segundo Santana (2010) os Anacé aparecem “na literatura desde o século XVII, quando o padre Antônio Vieira cita este povo em seu relato da missão na serra de Ibiapaba. O historiador Carlos Studart Filho, em sua obra “Notas históricas sobre indígenas cearenses”, documenta que os Anacé moravam junto Continue lendo Tribo Indígena Anacé

A colonização dos índios no Ceará

Dia 15 de junho de 1714, o padre jesuíta João Antônio Andreoni, escreveu aos seus superiores narrando a luta entre os índios e os portugueses. Essa luta exigia constante sacrifício dos padres residentes na Ibiapaba, a fim de manterem a calma dos índios domesticados, para não se rebelarem com os portugueses. Os chefes dos soldados residentes nas fortificações faziam dos índios seus escravos, além de os usarem como soldados para combater os inimigos nas florestas, não lhes pagavam por seu trabalho e ainda zombavam deles. Certa vez, reagindo um índio contra um de seus agressores e foi perseguido, mas como Continue lendo A colonização dos índios no Ceará

As tribos indígenas do Ceará – Parte 3

A Serra da Ibiapaba era o refúgio seguro para as tribos derrotadas. Ali, dominavam os TOBAJARAS ou TABAJARAS, viviam da pesca e agricultura, eram pacíficos e viviam em paz com os portugueses. Eram chefes das aldeias mais importantes e numerosas da tribo, IRAPUAM e JURUPARYASSÚ, o grande chefe. Em 1604, foi o grande chefe DIABO GRANDE, a alma da resistência contra Pero Coelho, mais tarde, já feita as pazes com os TABAJARAS e conquistadores, foi quem acolheu os padre jesuítas Luiz Figueira e Francisco Pinto. Em 1666, amotinaram-se contra os padres que os assistiam e derrotaram o pelotão do Cabo Continue lendo As tribos indígenas do Ceará – Parte 3

As tribos indígenas do Ceará – Parte 2

Em 1671, Jorge Correia da Silva, atende as solicitações dos JAGUARIBARAS e outros indígenas ameaçados pelos PAIACÚS, e decide combatê-los na tentativa de extermina-los. Para essa missão, envia o sargento reformado Jorge Martins, foi tão terrível a guerra, que em 07 de janeiro de 1672, um Tapuia foi pedir paz. Não viveram, porém, muito tempo quietos. Em 1693 assolaram mais uma vez as ribeiras do Assú e Jaguaribe, e são combatidos pelo então Governador Fernão Carrilho. Em 1695, nova sedição (Crime contra a segurança do Estado, revolta, motim, perturbação da ordem pública) e ainda mais terrível, pois quase aniquilaram os Continue lendo As tribos indígenas do Ceará – Parte 2

As tribos indígenas do Ceará – Parte 1

Na época da colonização, o território cearense era habitado por grande número de indígenas descendentes dos TUPIS-GUARANIS e CARIRIS. Grupos distintos na língua e cultura. Os Cariris dominavam a orla cearense e o sertão nordestino às margens do rio São Francisco. Quando Pero Coelho, em 1603, veio tentar a conquista da serra da Ibiapaba, esta era dominada quase toda por povos TUPIS, que derrotados pelos portugueses no Rio Grande do Norte e Paraíba, fugindo e enfraquecidos pela guerra, invadiram o litoral cearense, expulsando para o interior os CARIRIS-TREMENBÉS. Divididos em grupos, fragmentados em tribos numerosas, os Carirís e Tupis viviam Continue lendo As tribos indígenas do Ceará – Parte 1

Alguns Índios e a fé

Caso 1 Em 1744 faleceu na aldeia de Parangaba uma índia chamada Bárbara, mulher de bons costumes. O padre Rogério Canísio lhe assistiu na hora da morte e lhe administrou os sacramentos, que ela recebeu com toda humildade. 3 dias depois do falecimento, ela apareceu à Suzana da Silva, mulher do índio Manoel de Almeida, esta também, uma índia muito devota e honesta, pedindo-lhe que dissesse ao padre da missão que rezasse mais uma missa em intenção de sua alma, pois precisava para sair do purgatório. No mesmo dia a missa foi celebrada, então, estando dormindo a índia Suzana, lhe Continue lendo Alguns Índios e a fé

A índia Luzia

Em 1744 vivia na aleia dos Caucaia uma índia chamada Luzia. Sua principal ocupação era ajudar nos trabalhos da igreja, onde muito devota, assistia a todos os ofícios. Sua perseverança e devoção despertou o interesse dos padres jesuítas, que sondaram seu comportamento e concluíram que ela era uma criatura tão pura quanto uma flor do campo. Seu desejo era conservar-se virgem, mas sujeitando-se a vontade de seu pai e do pároco de sua aldeia, casou-se com um índio de sua mesma etnia. Era um exemplo de mulher casada para os costumes da época, amava e respeitava o marido que lhe Continue lendo A índia Luzia

O Índio Antonio Paraupaba

Antônio Paraupaba nasceu no primeiro quarto do século XVII, não se sabe ao certo se no Ceará ou Rio Grande do Norte e faleceu em entre 1656/1657 na Holanda. De origem Potiguara, era filho de Gaspar Parupaba. Em 1625, foi juntamente com outros índios Potiguara para a Holanda, onde aprendeu a língua. Em 1631, voltou ao Brasil, onde atuou como interprete entre os holandeses e os indígenas. Chegou a ser capitão da aldeia de Aabaú em 1639. Com a saída definitiva de Maurício de Nassau do Brasil em 1644, Paraupaba voltou a Holanda fazendo parte da comitiva deste. Em novembro Continue lendo O Índio Antonio Paraupaba

A guerra dos bárbaros (Confederação dos Cariris)

A “Guerra do Bábaros”, também conhecida como “Confederação dos Cariris” foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e várias etnias indígenas no sertão nordestino. Entre os estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, muitos índios reagiram atacando e matando  os povoadores destas regiões, devastando suas propriedades e bens diversos. Isto ocorreu no final do século XVII, no ano de 1686, quando os Janduíns, índios que habitavam  o Apodi, de Açú a Mossoró se revoltaram coletivamente tomando tal iniciativa. Esta revolta coletiva se expandiu de forma mais intensa no Ceará, mais precisamente no vale Continue lendo A guerra dos bárbaros (Confederação dos Cariris)