Folclore Cearense – Parte 4

DESAFIO – É um gênero da poesia popular, entoada ao som das violas. Dois cantadores, violas em punho, versejam provocações mútuas, improvisadas com métricas rigorosas, de silabações variadas, a receberem denominações próprias, tais como: moirão, martelo, o martelo agalopada, o galope, a ligeria, o quadrão, a embolada, etc. FESTAS JUNINAS – Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Continue lendo Folclore Cearense – Parte 4

Folclore Cearense – Parte 3

TIRAÇÃO DE REIS – Aqui estou em vossa porta… / em figura de raposa, em figura de raposa / nós queremos qualquer coisa… Cantando assim, grupos de pessoas, no Dia de reis – 6 de janeiro – percorrem as cidades, ao som de instrumentos musicais, pedindo prendas e comes-e-bebes das famílias conhecidas em meio a grande dosagens de bebidas. Há famílias que abrem as portas para confraternizarem com aqueles que estão “tirando reis”. Há grupos que se fantasiam, com cores berrantes, oferecendo assim um colorido espetaculoso, que só mais caráter festivo acrescentam. CANINHA VERDE – Dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil Continue lendo Folclore Cearense – Parte 3

Folclore Cearense – Parte 2

CHEGADA DOS CABOCLOS – A Igreja Matriz de Parangaba, distrito de Fortaleza, construída no início do século XIX, ainda hoje cuida por realizar, próximo a comemoração do Natal, a festa da “Chegada dos caboclos”. Trata-se de uma peregrinação, durante a qual esmolas são pedidas, em nome do Bom Jesus, padroeiro da Vila, e cuja imagem teria sido doada, segundo a tradição local, por D. João VI, aos índios porangabas (ou parangabas). Eles vêm de longe e chegam festivos na sede do distrito fortalezense, por entre foguetórios e cânticos de louvação, conduzindo a coroa de espinhos do Bom Jesus dos Aflitos. Continue lendo Folclore Cearense – Parte 2

Folclore Cearense – Parte 1

A formação etnográfica e cultural do cearense é obra do índio e do europeu. É mínima a participação do negro. E daí se explica que a quase totalidade das manifestações do folclore cabeça chata, só esporadicamente (caso dos “congos”) mostre alguma procedência africana. BUMBA-MEU-BOI – Tem como figura central, evidentemente, o boi. Representa-o um arcabouço de madeira coberto de pano ordinário e colorido, com uma pessoas recurvada dentro e que, no desenrolar do drama pula, dança e berra. Quase todos os municípios cearenses o encenam, como igualmente, na periferia da capital, onde se fixam os sertanejos que para aqui migraram. “O Continue lendo Folclore Cearense – Parte 1

As Benzedeiras ou Rezadeiras

O ritual se reveste de mistérios. Símbolos sagrados, rezas, rosários, sal, água benta, cordão e nomes de santos envolvem o solo sagrado da casa das rezadeiras. Nos remete às divindades protetoras de origem africana, indígena e europeia. Imagens de santos espalhadas pelas paredes mostram o sincretismo religioso. Mãos ágeis sustentam ramos verdes e pequenos. Traçam no ar cruzes sobre a cabeça do doente. Tecem um fio invisível, poderoso, unindo as dores dos homens, mazelas sem fim à magia do benzimento. Ramos murcham, absorvem o espírito da doença. As orações invocam a santíssima trindade, não permitem cruzar pés e mãos para Continue lendo As Benzedeiras ou Rezadeiras

Reizado

Luís da Câmara Cascudo, no seu Dicionário do folclore brasileiro, diz que Reisado é a denominação erudita para os grupos que cantam e dançam na véspera e Dia de Reis. O Reisado chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses, que ainda conservam a tradição em suas pequenas aldeias, celebrando o nascimento do Menino Jesus. Em Portugal é conhecido como Reisada ou Reseiro. No Brasil é uma espécie de revista popular, recheada de histórias folclóricas, mas sua essência continua a mesma, com uma mistura de temas sacros e profanos. O Reisado é formado por um grupo de músicos, cantores e dançarinos Continue lendo Reizado

Incelenças

As Incelenças são Cantigas de Guarda, Cantigas de Sentinela ou Benditos de defuntos. Derivada da fusão entre certos rituais fúnebres lusitanos e cantigas de origem cristã-nova, o uso das Incelenças remonta aos primórdios da colonização brasileira. Suas matrizes portuguesas remontam uma forma similar de expressão oral denominada Excelência, que, por sua vez, provém de antigas tradições mouriscas, adaptadas à realidade católica. Constituem uma forma de expressão musical típica de localidades do Ceará, Sertão Nordestino, cidades do Vale do Paraíba e, em escala maior, em outras regiões do Brasil. O termo Incelença remete a uma ampla coletânea de pequenos cânticos executados Continue lendo Incelenças

Testamento do Judas

Meu nome é Judas Iscariotis, o traidor de Jesus Cristo Todo ano é a mesma coisa, mas eu resisto E da tradição não desisto. Estou aqui pendurado, esperando minha hora chegar Com esse bando de interesseiro que tão a me espiar. Esses são meus pertences, que venho aqui distribuir Com esse povo todo, que veio aqui assistir Pro meu amigo Carlim Cabra fashion e esticado Deixo minhas roupas de marca E meu gel importado Pro meu amigo Lelê Que já tem no dedo um bambolê Deixo meu chapéu de palha, pra ele se entreter Pois sei que adora usar, quando Continue lendo Testamento do Judas

Queima do Judas

Malhação de Judas ou Queima de Judas é uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele. Cada país realiza a tradição de um modo. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo Continue lendo Queima do Judas

A origem da fogueira nas festas juninas

O uso de comidas, bebidas e danças, presentes hoje nas festas juninas, deve sua origem – dentre outros fatores – ao sincretismo feito entre o culto cristão e o culto a Dionísio (deus grego da alegria e do vinho, e também das colheitas, chamado Baco entre os romanos). Nos cultos populares que os gregos e os romanos ofereciam a Dionísio, verificavam-se farta alimentação e bebidas, música, danças, com uma forte tendência à sensualidade, o que era geralmente feito à noite. Ocorriam também adivinhações para o casamento, prognóstico para o futuro e banhos coletivos pela madrugada. Quando o cristianismo se tornou Continue lendo A origem da fogueira nas festas juninas

A origem das danças nordestinas

A miscigenação do Nordeste Brasileiro sofreu influência do branco, do negro e do índio. Isso também influenciou fortemente a música nordestina. O SAMBA, ritmo de origem negra e dançado com esse nome nos canaviais, pelos escravos desde os primeiros anos da colonização. A partir do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, que se tornara a capital do Império, também passou a comportar uma leva de negros vindos de outras regiões do país, sobretudo da Bahia, com isso, o samba se incorporou a cidade, onde foi difundido e é visco como um ritmo brasileiro nascido nas rodas de samba Continue lendo A origem das danças nordestinas

Papangu

Papangu é um mascarado que sai pelas ruas na época de reisado, geralmente em grupos, embrulhado de lençóis, coberto de dominós ou disfarçado de todas as maneiras; fantasia sem luxo, nem brilhos. O termo  vem de uma espécie grosseira, à espécie de  farricoco, que tomava parte nas extintas procissões de cinzas, caminhando  à sua frente, armado de um comprido relho, com que ia fustigando o pessoal que impedia a sua marcha. O papa-angu nasceu de uma brincadeira de familiares dos senhores de engenhos, que saiam mascarados e mal vestidos para visitar os amigos nas festas de entrudo (antigo carnaval do Continue lendo Papangu

Festa dos Caretas de Jardim

A festa dos caretas acontece na cidade de Jardim, durante a semana santa. O festejo teve inicio no começo do século XIX, para comemorar o inicio da colheita. Desde os anos 80, a festa é organizada pela Associação Cultural dos Caretas de Jardim, acontece durante toda a semana santa e tem seu final no domingo de pascoa. Se caracteriza pelas máscaras artesanais usadas pelos brincantes. Algumas das máscaras mais antigas da tradição, estão expostas no Museu de Jardim. Inicialmente as máscaras eram feitas com cascas de árvores e peles de animais.

Jangada: Nossa embarcação não precisa de leme

JANGADA DE PIÚBA EXPOSTA NO CENTRO DE TURISMO DO CEARÁ Uma das nossas invenções mais geniais não tem pai conhecido, muito menos patente. A jangada em si não é exatamente brasileira. Foi criada na Ásia muitos séculos atrás, e trazida para cá pelos portugueses, por volta de 1570. Aqui é usada, sobretudo, por pescadores. Sofreu adaptações até surgirem variantes tipicamente nossas, como a jangada de piúba, de origem cearense, provavelmente a única embarcação no mundo que não precisa de leme.  A jangada, que esconde extrema sofisticação tecnológica por trás da aparência primitiva, inspirou o navegador Amyr Klink a construir seu Continue lendo Jangada: Nossa embarcação não precisa de leme

Quadrilha Junina

A quadrilha é uma contradança de origem holandesa com influência portuguesa, da ilha de Açores, e também inglesa, que teve seu apogeu no século XVIII na França, onde recebeu o nome de “Neitherse”, tornando-se popular nos salões aristocráticos e burgueses do século XVII em todo o mundo ocidental. No Brasil, a quadrilha primeiro foi chamada de “Quadrilha de Arraiais”, é parte das comemorações chamadas de festas juninas. Um animador vai pronunciando frases enquanto os demais participantes, geralmente em casais, se movimentam de acordo com as mesmas, no sentido Militar, colonial. Para alguns cientistas sociais, especialmente antropólogos, tal forma de entretenimento Continue lendo Quadrilha Junina