Museu Senzala do Negro Liberto

Situado em Redenção, a 50 km. de Fortaleza, fica “O Museu Senzala do Negro Liberto” no Engenho Livramento. A Fazenda data de 1750 e teve como primeiro proprietário o português Simão Jurumenha, depois passou a pertencer ao Sr. Juvenal de Carvalho e hoje pertence a família Muniz Rodrigues já na sua 5ª geração. O Engenho Livramento, em 25 de março de 1883, alforriou a todos os seus escravos, cinco anos antes da decretação da Lei Áurea.

Pintura retratando a moagem
Pedras originais de 1873

A casa grande guarda todas as características originais e ainda mantém no local, vários objetos para visitação.

Inicialmente a moagem da cana-de-açúcar do engenho era feita de forma artesanal pelos escravos e em 1913 deu um grande salto para o progresso com a aquisição de uma máquina de moagem fabricada na Escócia.

Pilão em pedra, fincado na cozinha – No detalhe ler-se “J. CARVº”
Documento alforriando todos os escravos da fazenda
Máquina adquirida na Escócia em 1913

A Senzala está localizada no subsolo da casa grande e desde 2003 passou a ser o “Museu Senzala do Negro Liberto”. Teto baixo, mal cabe um homem em pé, o espaço repleto de morcegos é preservado em todos os seus ambientes e nos remota a uma era negra da humanidade.

Nessa espécie de sótão, os negros ficavam presos pelos pés e punhos com esse instrumento abaixo, era uma forma de castigo
“SOLITÁRIA” – O espaço era tão pequeno, que os escravos ali castigados, escavavam as paredes com as próprias mãos para terem um pouco mais de espaço
Tronco original
O tronco negro é original, o mais claro, foi colocado em substituição ao outro que se desgastou. A grande mancha no chão, é onde supostamente está enterrada a escrava

Conta uma lenda, que uma escrava cuidava de um filho de Simião e por descuido, deixou a criança cair, como consequência dessa queda, pouco depois a criança veio a falecer. Então, o senhor revoltado com a escrava, espancou-a no canavial, em seguia a levou para a cozinha onde a torturou com fogo durante dias. Com seu corpo inteiramente queimado mas ainda respirando, foi enterrada viva nesse local da senzala, próximo aos troncos.

Hoje, revendo as fazendas antigas e suas senzalas, os guias tentam romantizar a crueldade com que eram tratados os escravos. Dizer que foi a primeira fazenda a libertar os escravos, não apaga a crueldade que que eles eram tratados antes disso. Provas irrefutáveis estão aí: a solitária, a tortura da escrava, os troncos e os espaços apertadíssimos em que viviam.

Fonte: Visitação ao Museu
Imagens: Arquivo pessoal

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