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Jaqueline Aragão Cordeiro
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Entre histórias, cultura e os caminhos do nosso turismo, celebramos os encantos do povo cearense: saberes, curiosidades e tradições que embalam a alma do nosso lugar.

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Jean-Baptiste Debret

Jaqueline Aragão Cordeiro, 27 de maio de 201927 de março de 2019

Jean-Baptiste Debret ou De Bret, nasceu em Paris, no dia 18 de abril de 1768 e faleceu também em Paris, no dia 28 de junho de 1848. Foi pintor, desenhista e professor.

Integrou a Missão Artística Francesa (1817), que fundou, no Rio de Janeiro, uma academia de Artes e Ofícios, mais tarde Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou.

De volta à França (1831) publicou Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839), documentando aspectos da natureza, do homem e da sociedade brasileira no início do século XIX.

Uma de suas obras serviu como base para definir as cores e formas geométricas da atual bandeira do Brasil, adotada em 19 de novembro de 1889. Exímio artista, demonstrou em suas telas não somente o cotidiano do Brasil da época que englobava tanto a aristocracia, da população em geral e a vida dos escravos, como também acontecimentos históricos do período anterior à independência do país e nos anos seguintes.

A primeira bandeira da história do Brasil independente é uma de suas obras mais importantes. Apesar de ter alegado motivos de saúde para retornar à França, há outras duas hipóteses para sua volta: deveria talvez querer o retorno para se reencontrar com familiares, além de organizar o primeiro volume de Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil.

Outra hipótese sugere que, como em 1831 tinha 63 anos, sua obra seria uma espécie de “trabalho para aposentadoria”, visto que uma tal produção (almanaques de viajantes – livros com textos acompanhando imagens) fazia bastante sucesso no início do século XIX – quando Debret partiu para o Brasil – e poderia render uma boa aposentadoria (o que de qualquer forma não foi o que acabou acontecendo: quando da volta à França, esse tipo de publicação já não fazia o mesmo sucesso e a obra causou pouco impacto na França).

Debret tenta mostrar aos leitores, em especial europeus, um panorama que extrapolasse a simples visão de um país exótico e interessante apenas do ponto de vista da história natural. Mais do que isso, tentou criar uma obra histórica; mostrar com detalhes e minuciosos cuidados a formação – especialmente no sentido cultural – do povo e da nação brasileira; procurou resgatar particularidades do país e do povo, na tentativa de representar e preservar o passado do povo, não se limitando apenas a questões políticas, mas também a religião, cultura e costumes dos homens no Brasil.

Caçador de escravos, c. 1820-1830

Por estas razões, a obra de Debret é considerada grande contribuição para o Brasil, e é frequentemente analisada por historiadores como uma representação (um tanto quanto realista, apesar de não ser perfeita) do cotidiano e sociedade do Brasil – em especial, da vida no Rio de Janeiro – de meados do século XIX.

guerreiro indígena a cavalo

Publicada em Paris, entre 1834 e 1839, sob o título Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, ou séjour d´un artiste française au Brésil, depuis 1816 jusqu´en en 1831 inclusivement, a obra é composta de 153 pranchas, acompanhadas de textos que elucidam cada retrato.

Tal estilo de obra (textos descritivos acompanhando as imagens) não era muito comum entre os artistas que vinham ao Brasil para retratar o país, o que aumenta ainda mais o destaque e importância de Debret: a obra não é considerada tão importante apenas por aspectos artísticos, mas justamente pela combinação de interesse em retratar o cotidiano, com a presença de textos descrevendo as litografias. Preocupando-se com o sentido dos textos, Debret os compara com as ilustrações contidas em seus trabalhos, e é por isso que o aspecto historiográfico é colocado em primeiro plano em relação ao aspecto propriamente artístico.

O próprio título da obra de Debret apresenta este certo compromisso que ele tentou adquirir nas representações e descrições do Brasil. O uso da palavra “pitoresca” no título Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil denota uma certa precisão, habilidade e talento; características que buscou em suas representações. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil pode ser considerada uma obra em estilo europeu, feita para europeus, visto que o estilo de livro (almanaque) fazia um certo sucesso na Europa na época.

castigo de escravo

O livro é dividido em 3 tomos: no primeiro, de 1834, estão representados índios, aspectos da mata brasileira e da vegetação nativa em geral. O segundo tomo, de 1835, concentra-se na representação dos escravos negros, no pequeno trabalho urbano, nos trabalhadores e nas práticas agrícolas da época. Já o tomo terceiro, de 1839, trata de cenas do cotidiano, das manifestações culturais, como as festas e as tradições populares.

Pouco é conhecido ou divulgado, mas Debret também foi o responsável pelos esboços daquela que seria a primeira bandeira do Brasil independente, com a colaboração de José Bonifácio. Os primeiros desenhos foram sendo já testados em 1821, na mesma época em que as tensões entre Portugal e Brasil pela volta da corte para a metrópole portuguesa estavam acirradas, e caso ocorressem, o Brasil seria rebaixado ao status de Vice-Reinado. A bandeira do Império do Brasil era de certa forma semelhante à atual, com as seguintes diferenças:
– A atual abóbada azul sob o losango amarelo com estrelas e faixa com a escrita de “ordem e progresso” dava lugar a um escudo inglês verde, e em seu interior uma faixa circular azul com estrelas que representavam as províncias, a cruz da ordem de cristo e a esfera armilar sobre a cruz. Acima do escudo inglês pairava a coroa imperial, símbolo do regime nacional, e circundando o escudo havia dois ramos dispostos como louro, de café frutificado e tabaco florido, símbolos das riquezas do país.
– O tamanho do losango amarelo d’ouro era significativamente maior, e suas pontas faziam fronteira com as bordas do plano verde da bandeira.

Diferente das atuais crenças, a bandeira com suas cores e desenhos tinham significados próprios e históricos, sendo posteriormente ofuscados pela república. Estes são:
– O verde representa a Casa de Bragança, família de Dom Pedro I;
– O amarelo é referência à Casa de Habsburgo, família de Dona Leopoldina.

Fonte: Wikipedia
Jaqueline Aragão Cordeiro

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