PIRATA BAR
Criado em 1986 como Pirata Bar e Restô pelos sócios Júlio e Rodolphe Trindade, pai e filho, o Pirata Bar é um empreendimento cultural e turístico que incorpora, com ecletismo e irreverência, a festividade brasileira, tradições locais e a identidade cultural do Ceará.
A proposta, aliada à originalidade da casa, não demorou a chamar a atenção do público fortalezense, que elegeu o Pirata como o local preferido no bairro boêmio da cidade, a Praia de Iracema. No palco, artistas como Leila Pinheiro, Belchior, Oswaldo Montenegro, Edson Cordeiro, Adriana Calcanhoto, Gonzaguinha e mais de 50 grandes nomes da música brasileira. Era o projeto Piratas da MPB. Também passaram pelo Pirata peças de teatro, exposições, desfiles, o I Festival de Música Brega, premiado com o Nobel de Medicina Ortopédica graças à Almofadinha Contra Dor de Cotovelo, e o I Campeonato Mundial de Futbar (futebol praticado em bar), entre mil e outras brincadeiras realizadas no Pirata.
A Segunda-feira Mais Louca do Mundo, famosa no mundo inteiro, surgiu de um acontecimento comum ao Pirata: agradar seus clientes. Era dia 5 de janeiro de 1987. Uma senhora da sociedade local quis comemorar seu aniversário com as amigas no Pirata. Apesar de ser uma segunda-feira, Júlio Trindade abriu a casa com todo o staff e empolgação dos dias normais do Pirata.
Ao som de forró de LP, fita cassete e vitrola, o singelo aniversário – com direito a chapeuzinhos da Turma da Mônica e a presença de um casal de palhaços holandeses que estava pela Praia de Iracema – tomou ares de festa. No entanto, havia poucos homens entre os convidados. Não se tinha com quem dançar! Júlio Trindade não pensou duas vezes: chamou garçons, seguranças e até o cozinheiro para o salão e todos se fizeram pares de dança.
Resultado? A noite foi um sucesso! Tanto que os convidados quiseram repetir o “aniversário” na semana seguinte. O encontro, com o tempo, foi batizado de Chá Dançante da 2ª-feira. Em fevereiro do mesmo ano, a segunda-feira passou a contar com o forró pé-de-serra do sanfoneiro Azeitona e, no dia 12 de junho, para completar a festa, foi chamada uma segunda banda, a Alta Tensão, do cantor Armando Telles, atual líder vocalista da Banda do Pirata.
E assim, pouco a pouco, de boca-em-boca, se foi criando a tradição de ir ao Pirata Bar na segunda-feira, onde a noite é mágica e só termina quando o último “sobrevivente” deixa o salão.
A fama da casa correu o Brasil e o mundo, sendo notícia no jornal The New York Times. É por isso que se diz: “Vir ao Ceará e não conhecer o Pirata é como ir a Roma e não ver o Papa”
Jaqueline Aragão Cordeiro