Cônego Antonio Pinto de Mendonça

Antonio Pinto de Mendonça nasceu em Aracati em 1803. Era filho de Joaquim Bernardo Mendonça Ribeiro Pinto e de Francisca Nunes de Bulhões. O pai era natural da freguesia de Frei S. Pedro Gonçalves, do Recife, e a mãe do Aracati. Era neto paterno de Antônio Ribeiro Pinto de Mendonça, natural de Lisboa, e Maria Joaquina de Jesus, de Pernambuco, e materno de João Damasceno Ferreira, natural de Goiânia, Pernambuco, e Francisca Xavier de Assunção, de Aracati. 
 
Foi ordenado no Seminário de Olinda, em 02 de fevereiro de 1827. Nomeado Vigário Colado de Quixeramobim em 29 de novembro de 1834, onde faleceu no dia 15 de abril de 1872. Tinha sido antes, vigário de Fortaleza, de 15 de novembro de 1827 até 1831. Nomeado Visitador Diocesano, tomou posse em 10 de janeiro de 1844. 
 
Criado o Bispado do Ceará, pelo papa Pio IX, foi nomeado Bispo, Dom Luis Antônio dos Santos (Marques do Monte Pascoal), este, nomeou Pinto de Mendonça seu procurador, e neste caráter, como Governador do Bispado, inaugurou-o solenemente, em 16 de junho de 1861, permanecendo no Governo até 29 de setembro, quando se deu a posse do bispo diocesano.
 
Era Cônego pregador da Capela Imperial, e teve a mercê de cavaleiro da Ordem de Cristo. Como político foi deputado em dois biênios: 1840/1841 e 1850/1851. Deputado Geral (Federal) 5 vezes. Governou a Província como 1° vice-presidente de 9 de abril a 6 de maio de 1861. Eleito Senador em 1868, cuja eleição foi anulada em 1869.
 
Convenceu o governo imperial em 1858, a iniciar a criação de dromedários no Ceará, e estando em dificuldades para a escolha de um lugar que lhes fosse propício, o cônego Pinto de Mendonça pôs à disposição sua fazenda em Quixeramobim, para onde, entretanto, não foram os animais. Os camelos eram 14, desembarcaram em 24 de julho de 1859, na barca francesa “Splendide”, procedente da Argélia, e conduzidos por tratadores árabes. Não se adaptaram, entretanto entre nós, e os 4 últimos sobreviventes foram leiloados em 4 de fevereiro de 1867.
 
Em 1847 fundou, com os drs. José Lourenço, Manuel Soares da Silva Bezerra e o prof. Manuel José de Albuquerque, “O Íris Cearense”, jornal político,que circulou em 16 de março, logo substituído por um novo jornal o “Imparcial”, que “por sua vez se transformou em Saquarema”. São de sua autoria as seguintes publicações: Sermão da Imaculada Conceição de Maria, pregado na Matriz de Quixeramobim no dia 8 de dezembro de 1847.
 
Passou o governo da Província a Manuel Antonio Duarte de Azevedo.
 
Fonte: Os clérigos católicos na Assembleia Provincial do Ceará, Editora INESP, 2008.
 

2 Replies to “Cônego Antonio Pinto de Mendonça”

  1. Olá Jaqueline Cordeiro, boa tarde!
    Eu li o seu texto por ocasião de uma breve pesquisa sobre Joaquim Bernardo Mendonça Ribeiro Pinto. Fiquei surpreso ao ler que foi natural da Freguesia de Frei São Pedro Gonçalves, do Recife, pois, no campo da pesquisa em música, o mesmo é tido como cearense com formação pernambucana.
    Gostaria de saber se essa informação consta no livro citado, “Os clérigos católicos na Assembleia Provincial do Ceará, 1834-1889”.
    Desde já fico muito grato!
    Grande abraço!

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