Antônio Rosemberg de Moura, mais conhecido como Rosemberg Cariry nasceu em Farias Brito, no dia 4 de Agosto de 1953. Desde sua infância as tradições populares e religiosas locais não só o influenciaria, mas também o marcaria profundamente através de relatos e testemunhos dos seus avós. Por esse motivo, consciente que essa cultura popular aos poucos ia desaparecendo como o contato com a modernidade, decidiu dedicar numerosos estudos, pesquisas, publicações, gravações sonorizadas, filmes documentários e de ficção a tradições nordestinas. Tudo isso o levou a exercer diversas profissões na área da cultura, é cineasta, roteirista, documentarista, produtor, poeta e escritor.
Desde os anos 70 teve uma participação importante nos movimentos artísticos do Crato, lançando a revista Nação Cariri, (de onde se originou seu pseudônimo). Nesta revista cultural, conjugava as influencias da cultura popular regional com as de uma cultura humanista clássica, Adquirida no Seminário dos Padres Franciscanos do Juazeiro do Norte, depois na Universidade de Fortaleza, onde fez estudos de Filosofia. Essas influencias, que já haviam marcado a sua poesia, suas produções musicais e ensaios, encontrarão no cinema uma forma de expressão sintética.
Filósofo de formação na Faculdade de Filosofia de Fortaleza, cineasta por vocação, começou sua carreira cinematográfica em 1975, com documentários de curta metragem sobre manifestações culturais do Ceará. No final da década de 70 realizou seus primeiros documentários profissionais.
Em 1986, dirigiu seu primeiro filme de longa metragem, o documentário, A Irmandade da Santa Cruz do Deserto. A partir daí, produziu diversos trabalhar que lhe deram fama e reconhecimento.
1986 – Caldeirão Da Santa Cruz Do Deserto
1993 – A Saga do Guerreiro Alumioso
1996 – Corisco & Dadá
1999 – A TV e o ser-Tao
1999 – Pedro Oliveira, o Cego que Viu o Mar
2001 – Juazeiro, a Nova Jerusalém
2003 – Lua Cambará, Nas Escadarias do Palácio
2006 – Cine Tapuia
2007 – Patativa do Assaré – Ave ou poesia
2008 – Siri-Ará
2013 – Os Pobres Diabos
Paralelamente à sua atividade de cineasta, Rosemberg Cariry desenvolveu todo um trabalho como escritor e poeta, tendo publicado os livros:
* Despretencionismo – Poemas, em parceria com Geraldo Urano, em 1975.
* Semeadouro – Poemas, em 1981.
* Cultura Insubmissa – Estudos e Reportagens, em parceria com Oswald Barroso, em 1982.
* S de Seca SS – Poemas, em 1983.
* A Lenda das Estrelinhas Magras – Contos, em 1984.
* Inãron ou na Ponta da Língua eu trago trezentos mil desaforos – Poemas, em 1985
Em 2008, em parceria com Firmino Holanda, lançou o livro O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – Anotações para a história.
Em 2011, organizou o livro Congresso Brasileiro de Cinema – Reflexões e Anotações para a História (dois volumes).
Participou ainda de antologias poéticas no Brasil e no exterior. Teve ativa participação nos movimentos artísticos e literários do Ceará e editou revistas literárias, com destaque para o jornal/revista Nação Cariri.
Por ter participado amplamente da preservação do patrimônio cultural do povo brasileiro, foi reconhecido, em 1995, com o “Prêmio Rodrigo de Franco Melo Andrade/ IPHAN”, outorgado pelo Ministério da Cultura do Brasil. Foi presidente da Associação Brasileira de Cinema – ABD – Ceará, na década de 80. Foi um dos fundadores e primeiro presidente da Associação de Produtores e Cineastas do Norte e Nordeste – APCNN, nos anos de 2003-2004. Foi conselheiro da Secretaria do Audiovisual do MinC. Foi eleito presidente do Congresso Brasileiro de Cinema – CBC para o biênio 2009/10. Foi delegado brasileiro do audiovisual em vários encontros na Europa e América latina.
Fonte: wikipédia
Jaqueline Aragão Cordeiro