GAIATICE – COISA DE CEARENSE (4)

A Igreja dos Albanos

A igreja situada em frente ao parque da criança, era um belíssimo templo. A primeira pedra dessa edificação foi assentada em 25 de setembro de 1878, por iniciativa do Barão e Baronesa de Aratanha e recebeu o nome de “Igreja do Sagrado Coração de Jesus”, mas era conhecida como “A Igreja dos Albanos”. A seca que durou de 1877 a 1879, trouxe os sertanejos para a capital e acumulavam-se aos milhares. A mão de obra era baratissima, e aquela construção era um meio de proporcionar trabalho aos infelizes famintos. O governo contribuiu com metade dos tijolos fabricados pelos flagelados que Continue lendo A Igreja dos Albanos

A cachaça no Brasil e no Ceará

Segundo fontes documentais dos anos de 1762 e 1817, eram obtidos dois tipos de bebidas destilada: uma provinha do caldo de cana fermentado e se chama aguardente de cana; a outra era obtida a partir do que restava nas caldeiras dos engenhos e se chamava aguardente de mel ou cachaça. Auguste de Saint-Hilaire, em viagens pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, registrou o gosto geral pela aguardente, incluindo brancos, mulheres, índios e negros. É evidente em seus registros, o vício dos dois últimos pela bebida. Diante da predileção popular pela bebida, os engenhos passaram a produzi-la mais Continue lendo A cachaça no Brasil e no Ceará

Major Capote

Antonio Vieira Capote nasceu em Aracati, no dia  14 de junho de 1828. Era filho de Antonio José Pereira Capote e de Maria Joaquina Capote. Na adolescência foi para Fortaleza, onde começou a trabalhar na loja de Vitoriano Augusto Borges. economizando parte do seu salário, certo dia, compra um carro-de-bois, pois observara a deficiência de transportes de cargas entre o centro comercial da cidade e o ponto de embarque e desembarque. Continuou economizando e logo comprou outro carro, depois, mais meia dúzia, e logo se tornou o primeiro naque negócio. Enriqueceu e montou lojas de tecido na Praça do Ferreira. Mudou-se para Recife e em 1857, Continue lendo Major Capote

GAIATICE – COISA DE CEARENSE (3)

Os barcos de São Francisco de Canindé

Nas horas de necessidade e dor, o cearense, residente em sua terra natal ou emigrado, aonde que que vá, leva no coração a fé na proteção do seu grande santo, como os humildes soldados feridos nos campos de batalha da guerra do Paraguai, nas selvas amazônicas  nas minas do Amapá, nos seringais do Acre, nos confins do Mato Grosso ou em qualquer outro lugar que se encontre, ao sofrer um golpe do destino, moral ou físico, volta-se para o milagroso padroeiro: “Valha-me São Francisco das Chagas do Canindé”. Faz uma promessa e religiosamente a paga, seja como for.   Dentre os milhares de Continue lendo Os barcos de São Francisco de Canindé

A origem da guerra entre os Montes e dos Feitosas

Os Montes apareceram na história do sertão cearense com o Capitão-Mor Geraldo do Monte. Vindo de Cotinguiba em Sergipe, funda uma fazenda no vale do rio Jaguaribe, no lugar chamado Boqueirão dos Orós, tendo conseguido grande sesmaria de terras devolutas, entre 1717 e 1718.Mais ou menos nessa época, Lourenço Alves Feitosa, conhecido como “Comissário”, vem de Sarinhaém, em Pernambuco, e se estabeleceu no mesmo vale, um pouco mais acima, na região dos índios Inhamuns. A princípio aliaram-se para vencer os índios “bárbaros”, e graças a força armada, tornaram os Cariús, Capixabas, Inhamuns, Jucás, Anacés e Jaguaribaras, seus subordinados. Mais tarde, Continue lendo A origem da guerra entre os Montes e dos Feitosas

GAIATICE – COISA DE CEARENSE (2)

A guerra da Cisplatina e suas consequências na Província do Ceará

A guerra da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, no período de 1825 a 1828, pela posse da Província Cisplatina, região do atual Uruguai. Localizada na entrada do estuário do Rio da Prata, a Província oriental era uma área estratégica, já que quem a controlava tinha grande domínio sobre a navegação em todo o rio, acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da Prata Andina. A região era disputada pelas coroas de Portugal e da Espanha desde a fundação da colônia do Santíssimo Sacramento, em 1680. Continue lendo A guerra da Cisplatina e suas consequências na Província do Ceará

GAIATICE – COISA DE CEARENSE (1)

O grande mexeriqueiro

João da Silva Tavares foi um mulato que viveu em Fortaleza em 1802. Era um dos raros letrados da época e exercia o cargo de professor régio da Vila de Fortaleza, sendo mestre em gramática latina. Era porém, impulsivo e briguento ao extremo. Na Vila, era apontado como o maior “mexeriqueiro” da época, e por isso, temido, e por certo temor, respeitado por isso. Quem lhe caísse no desagrado, poderia estar certo que iria ser “escalpelado”, se a pessoa não tivesse defeitos, ele descobria ou criava com a maior facilidade. Certa ocasião, os vereadores da capital, quase todos respeitáveis cidadãos Continue lendo O grande mexeriqueiro

Os Borós

O boró, criação genuinamente cearense, nasceu há muito tempo, quando havia absoluta falta de troco. Eram pequeninos vales que circulavam, atribuindo-lhes o mesmo valor das moedas, e que eram aceitos, como se fossem, na verdade, uma moeda legal. Era uma verdadeira epidemia de boró, qualquer um podia fazê-lo, e surgiam aos montes, de todos os formatos e tamanhos, impressos e escritos a mão, bonitos e feios, coloridos ou de uma só cor, e ensaiaram resolver a difícil questão de troco. Acredita-se que o nome boró, é uma alusão a um peixinho muito miúdo do sertão, referencia portanto, às pequenas dimensões Continue lendo Os Borós

A quinta do caranguejo

Ninguém sabe como começou, mas atualmente é famosa em toda a cidade de Fortaleza e há muitos anos, tem sido associada à barraca Chico do Caranguejo, em funcionamento desde 1987. As quintas-feiras, a cidade se transforma, as barracas da praia do futuro  são tradicionais nesse serviço, mas além delas, os bares, restaurantes e pizzarias mudam seus cardápios e ficam lotados com todos os frequentadores saboreando o famoso caranguejo. Além do tradicional, é servido também a patinha empanada e a casquinha, sempre acompanhada com farofa. Jaqueline Aragão Cordeiro

A tragédia de Antonio Gomes Grangeiro

Antonio Gomes Grangeiro era casado com D. Maria Celina e tiveram onze filhos, dentre eles, o empresário João Grangeiro. Eram proprietários do Sitio Salvaterra, cerca de 300 hectares plantados com cafezal, cana-de-açúcar e gado, na zona serrana de Brejo Santo. Antonio era grande amigo e compadre de Chico Chicote, homem corajoso e insolente, de família tradicional, controlava a pequena cidade de Brejo Santo, no Cariri cearense. Chico envolveu-se em uma briga com Zé Salviano e o matou. A família da vítima, pensando que Antonio Grangeiro teve envolvimento com a morte de Zé Salviano, se apropriaram de uma faixa de terra do Continue lendo A tragédia de Antonio Gomes Grangeiro

Quebra queixo

O quebra queixo um doce típico da culinária brasileira e muito comum no Nordeste. É feito de coco e açúcar basicamente. Durante a mastigação, o doce apresenta-se bem duro e grudento, daí o nome quebra queixo. Podemos vê-lo sendo vendido nas ruas em tabuleiros, onde corta-se o pedaço na hora, ou ainda enrolados em papel laminado. Seja como for a forma com que é comercializado, sempre lembra nossa infância no interior, onde é popular até hoje. Jaqueline Aragão Cordeiro