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Coisa de Cearense
Jaqueline Aragão Cordeiro
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Entre histórias, cultura e os caminhos do nosso turismo, celebramos os encantos do povo cearense: saberes, curiosidades e tradições que embalam a alma do nosso lugar.

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O grande mexeriqueiro

Jaqueline Aragão Cordeiro, 5 de dezembro de 201230 de junho de 2017

CAFÉ COMERCIO – PRAÇA DO FERREIRA – 1912

João da Silva Tavares foi um mulato que viveu em Fortaleza em 1802. Era um dos raros letrados da época e exercia o cargo de professor régio da Vila de Fortaleza, sendo mestre em gramática latina. Era porém, impulsivo e briguento ao extremo. Na Vila, era apontado como o maior “mexeriqueiro” da época, e por isso, temido, e por certo temor, respeitado por isso.

Quem lhe caísse no desagrado, poderia estar certo que iria ser “escalpelado”, se a pessoa não tivesse defeitos, ele descobria ou criava com a maior facilidade.

Certa ocasião, os vereadores da capital, quase todos respeitáveis cidadãos portugueses, se recusaram a fazer o pagamento do salário de João da Silva, aí então, a picuinha começou, nas esquinas dos becos e das ruelas, por onde passava, difamava os vereadores. A coisa corria de boca em boca e tomou grande proporção, até que chegou aos ouvidos dos ofendidos, que o intimaram a comparecer à sessão da Câmara do dia 27 de novembro de 1802.

Ali, fizeram-no assinar um termo onde o advertiram: “não continuar mais no exercício de  mexeriqueiro, enredador e perturbador do público, magistrados e repúblicos, pondo fim à dissolução de sua vida e assinando termo de viver como bom vassalo de sua alteza real e bom vizinho desta vila, sob pena, se o contrário praticar, de ser na conformidade da lei, exterminado para os lugares da Africa (…)”

João da Silva, que era teimoso como ninguém, teve os seus atestados de exercício novamente negados pela câmara. Ele não se deu por vencido e agravou para o Príncipe… A câmara não teve outro jeito senão mandar prendê-lo.

A briga entre João da Silva Tavares e os vereadores durou ainda muito tempo e foi assunto nas portas das  casas e comércios da época, até que um dia, cansados de tanta briga, resolveram, finalmente, se conciliar. A história não conta se o “mexeriqueiro” voltou a hostilizar os vereadores, sabe-se apenas, que em 1810 foi sucedido no seu cargo, pelo padre João Rufo da Costa de Freitas, que viera removido de Aquiraz.

Mexeriqueiro: Pessoa que não concordava com a política da época, que desmascarava os “podres” dos políticos corruptos.

Fonte: Coisas que o tempo levou, Raimundo de Menezes, 2000.
Jaqueline Aragão Cordeiro

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