A epidemia de cólera de 1862

Em fevereiro de 1862, o Ceará foi invadido por uma epidemia de cólera que matou grande parte da população. Foram acometidas as cidades de Icó, Lavras (Lavras da Mangabeira), Maranguape, Crato, Várzea Alegre, Tauá, São Bernardo de Russas, União, Poço da onça, Passagem de pedras (Itaiçaba), Aracati, Iguatu, Sucatinga, Pacatuba, São João do Príncipe, Acarape (Redenção), Arneiróz, Marrecas, (Parambu) Fortaleza, Milagres, Jardim, Jubaia, Tabatinga, Sapupara, Jereraú, Limão, Urucará e Boa Vista. O número de mortos ultrapassou 1000 pessoas: Em Aracati: 65 óbitos; Em Icó: 421 mortos até maio, existem relatos que 1/3 da população morreu; Em Arneiróz e Marrecas, 45 Continue lendo A epidemia de cólera de 1862

A epidemia de varíola de 1877

A varíola foi trazida para Fortaleza por passageiros de duas embarcações oriundas do Pará. Ao constatar que a doença já atingia 19 pessoas na cidade, o inspetor de saúde pública, João da Rocha Moreira, determinou que os variolosos fossem “sequestrados e levados para o Lazareto da Lagoa-Funda, distante uma légua d’esta cidade“, onde já se encontravam isolados os tripulantes dos navios. Essas medidas, recomendadas pelos partidários da teoria contagionista, evitaram a disseminação da varíola pela cidade naquele momento. Nas províncias vizinhas o quadro era bem diverso: a epidemia se alastrava. O presidente José Júlio, preocupado com o perigo iminente a Continue lendo A epidemia de varíola de 1877

O Ceará e a mortalidade infantil

No Ceará, em 1997, a cada mil crianças nascidas vivas, entre zero a um ano de vida, 32 faleciam. No ano passado, a Taxa de Mortalidade Infantil no Estado já estava em 15,3. Mesmo com a queda, o índice ainda continua elevado, concordam as autoridades de saúde. Contudo, já se destaca como a menor do Nordeste e sinaliza acertos em ações na área de atenção básica. No que se refere à Taxa de Mortalidade Neonatal, o decréscimo no período é menos acentuado, uma vez que, em 1997, a cada mil nascidos, até o 28º dia de vida, 15,8 morriam e, Continue lendo O Ceará e a mortalidade infantil

Êxodo Rural e Migração

A migração nordestina, teve grande relevância na história da migração no Brasil desde a época do Império de D. Pedro II. Com o início do Primeiro Ciclo da Borracha em 1879, os nordestinos migraram para a Amazônia, fato que se repete com o Segundo Ciclo da Borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Com o auge da industrialização no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa. As capitais destes estados tornaram-se “terras de oportunidades”. No ano de 1877 o nordeste Continue lendo Êxodo Rural e Migração

“Relação do Maranhão” – Breve resumo – Parte 2

Relação do Maranhão é o nome do relato do jesuíta padre Luiz Figueira onde narra sua passagem pelo Ceará, de 1607 a 1608, juntamente com o padre Francisco Pinto com a missão de catequizarem os índios. Foram informados que para seguir caminho a partir dali, teriam que enfrentar várias tribos Tapuias selvagens com histórico de canibalismo, pelas quais só se passaria derrotando-os em luta ou subornando-os com presentes. Estes encontravam-se da serra da Ibiapaba até o Maranhão, sempre armados com arco e flecha, eram violentos, desconfiados, matavam ou escravizavam qualquer mensageiro que lá chegasse. Tinham ainda por costume comer a carne dos seus mortos Continue lendo “Relação do Maranhão” – Breve resumo – Parte 2

“Relação do Maranhão”- Breve Resumo – Parte 1

Relação do Maranhão é o nome do relato do jesuíta padre Luiz Figueira onde narra sua passagem pelo Ceará, de 1607 a 1608, juntamente com o padre Francisco Pinto com a missão de catequizarem os índios Tapuias, inimigos dos portugueses e aliados dos franceses. O padre Francisco Pinto e o padre Luiz Figueira partiram de Pernambuco para o Ceará, com a missão de chegarem até o Maranhão, em janeiro de 1607, na companhia de 60 índios catequizados e foram por mar até o rio Jaguaribe  Ao iniciarem a caminhada pela mata, alguns nativos da missão se embrenharam procurando por parentes, vindo a encontrar alguns escondidos, fugindo Continue lendo “Relação do Maranhão”- Breve Resumo – Parte 1

Martim Soares Moreno: “O fundador do Ceará”

Martim Soares Moreno, Capitão-mor do Ceará, nasceu em Santiago do Cacém, c.1586 e faleceu em Portugal, após 1648), foi um militar português que defendeu os interesses da coroa lusitana no Brasil, tendo durante décadas combatido piratas franceses e invasores holandeses. É considerado o fundador do Ceará, pois aqui iniciou a colonização portuguesa. Martim Soares Moreno nasceu em 1586 (ou talvez 1585) na cidade de Santiago do Cacém em Portugal. Era filho dos portugueses Martim de Loures e Paula Ferreira. Seu tio, Diogo de Campos Moreno diz que “mui pequeno o havia mandado com Pero Coelho de Sousa, para que servindo Continue lendo Martim Soares Moreno: “O fundador do Ceará”

A REVOLTA DO QUEBRA-QUILOS

Em 26 de junho de 1862 foi aprovada no Brasil uma lei determinando que o sistema de pesos e medidas então em uso, seria substituído em todo o Império pelo sistema métrico francês, na parte concernente às medidas lineares de superfície, capacidade e peso. O novo sistema, entretanto, só entrou em vigor em 1872, com a promulgação do Decreto Imperial de 18 de setembro.Mas apesar dessa exigência legal permaneceram em uso no país os sistemas tradicionais de medidas expressas em palmos, jardas, polegadas ou côvados, e o peso das mercadorias calculado em libras e arrobas.  Além delas, havia ainda no Continue lendo A REVOLTA DO QUEBRA-QUILOS

A guerra dos bárbaros (Confederação dos Cariris)

A “Guerra do Bábaros”, também conhecida como “Confederação dos Cariris” foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e várias etnias indígenas no sertão nordestino. Entre os estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, muitos índios reagiram atacando e matando  os povoadores destas regiões, devastando suas propriedades e bens diversos. Isto ocorreu no final do século XVII, no ano de 1686, quando os Janduíns, índios que habitavam  o Apodi, de Açú a Mossoró se revoltaram coletivamente tomando tal iniciativa. Esta revolta coletiva se expandiu de forma mais intensa no Ceará, mais precisamente no vale Continue lendo A guerra dos bárbaros (Confederação dos Cariris)

A primeira missão jesuíta ao Ceará

Em 1607 chegaram ao Ceará os padres FRANCISCO PINTO e LUIZ FIGUEIRA, fazendo o mesmo itinerário de Pero Coelho de Sousa, que seguiu pela beira-mar, da Paraíba ao Ceará. Os padres eram acompanhados por 60 índios que rezavam o terço, cantavam a ladainha e recitavam o ofício de Nossa Senhora. O Padre Francisco Pinto nasceu em Angra. Ilha dos Açores, Portugal, no ano de 1552. Filho de pais nobres, embarcou ainda criança com a família para o Brasil. Foi criado em Pernambuco até os 17 anos, quando transferiu-se para a Bahia, onde entrou para a Companhia de Jesus em 31 Continue lendo A primeira missão jesuíta ao Ceará

Colonização portuguesa no Ceará

O Ceará era habitado ancestralmente por indígenas dos troncos Tupi (Tabajara, Potiguara, Tapeba, entre outros) e Jê (Kariri, Inhamum, Jucá, Kanindé, Tremembé, entre outros), cujas tribos ainda hoje denominam vários topônimos no Ceará. Estes povos já negociavam Tatajuba, ambar, algodão bravo e outros produtos com os estrangeiros que aportavam nas costas cearenses, antes que os colonizadores portugueses chegaram em 1603 através do litoral. O povoamento pelos protugueses foi bastante dificultado nas primeiras décadas de colonização, devido à intensa resistência dos nativos e à interveniência de secas. Os navegadores espanhóis Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe desembarcaram na costa cearense Continue lendo Colonização portuguesa no Ceará

Abafilm – O hobby de Adhemar Bezerra que registrou a história

A ABAFILM é uma empresa varejista de fotografia e material fotográfico brasileira. Foi fundada em em 1934, em Fortaleza, por Ademar Bezerra de Albuquerque. É a proprietária do arquivo do único registro fotográfico e cinematográfico sobre o cangaço, realizado pelo “turco” (sírio/libanês) Benjamin Abrahão Botto. Este registro foi apreendido pela ditadura de Getúlio Vargas, analisado e censurado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Adhemar Bezerra de Albuquerque nasceu em Fortaleza, em 19 de julho de 1892. Iniciou seus estudos no colégio do Anacleto e, posteriormente, com sua mãe, que foi a diretora do primeiro grupo escolar de Fortaleza. Tendo perdido o Continue lendo Abafilm – O hobby de Adhemar Bezerra que registrou a história

Literatura de cordel

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome originado em Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, o nome foi herdado (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura Continue lendo Literatura de cordel

O fim da era Tasso ! ?

Amado por uns e odiado por outros, esse é Tasso Jereissati, ex-governador e agora ex-senador do Ceará. Mas, polêmicas a parte, não podemos deixar de reconhecer que Tasso foi o governador que colocou o estado do Ceará “no mapa”. Desenvolveu o turismo, criou projetos para manter o agricultor em suas terras, apesar da seca, e desenvolveu o estado como nunca havíamos visto antes.   Deixando as rixas de lado, o estado do Ceará tem muito o que agradecer a Tasso Jereissati. Jaqueline Cordeiro

Academia Cearense de Letras

A Academia Cearense de Letras (ACL) é a entidade literária máxima do estado do Ceará. A ACL é a mais antiga das Academias de Letras existentes no Brasil, fundada em 15 de agosto de 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras. A História da ACL é dividida em três partes. A primeira tem início em 15 de agosto de 1894 quando foi fundada, e vai até 17 de julho de 1922, quando Justiniano de Serpa lhe promoveu a reconstituição. Esse primeiro período foi áureo para as letras cearenses, quando a inquietação de intelectuais já havia motivado a criação Continue lendo Academia Cearense de Letras