Fortaleza – 287 anos

Jaqueline Aragão Cordeiro

Brasões de família

Um brasão de armas ou, simplesmente, brasão, na tradição europeia medieval, é um desenho especificamente criado, obedecendo às leis da heráldica, com a finalidade de identificar indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações. O desenho de um brasão é normalmente colocado num suporte em forma de escudo que representa a arma de defesa homônima usada pelos guerreiros medievais. No entanto, o desenho pode ser representado sobre outros suportes, como bandeiras, vestuário, elementos arquitetônicos  mobiliário, objetos pessoais, etc. A partir do século XIX, com a ascensão ao poder da Burguesia e o declínio da Aristocracia, o brasão foi perdendo a sua importância.  A Continue lendo Brasões de família

Pereira Filgueiras e Tristão Gonçalves

Tristão Gonçalves era um entusiasta e revolucionário idealista. Participou da revolução pernambucana em 1817, foi preso, juntamente com sua mãe Bárbara de Alencar, por forças do governo provincial, sob o comando do capitão-mor Pereira Filgueiras, obedecendo as ordens do Gov. Sampaio. Filgueiras era leal a coroa e considerado por muitos uma pessoa cruel. Em 1817, após haver prometido a Martiniano de Alencar que não iria interferir nos planos da revolução pernambucana, chegou de surpresa na reunião organizada por Martiniano e prendeu a todos. Após a proclamação da Independência no dia 7 de setembro de 1822, Filgueiras parte de Barbalha para combater as tropas portuguesas de Fidié. Continue lendo Pereira Filgueiras e Tristão Gonçalves

Fortificações Cearenses

Desde a incursão de Pero Coelho de Sousa ao Ceará em 1603, vários fortes foram construídos em nosso território para a proteção dos desbravadores. O primeiro, foi o fortim de São Tiago, construído em taipa, na foz do Rio Ceará, por Pero Coelho de Sousa em 1604. Foram seus comandantes: Pero Coelho (1604), Cap. Simão Nunes Correia (1604/1605) e novamente Pero Coelho (1605). Após o retorno de Pero Coelho para o Rio Grande do Norte, as ruínas do forte desapareceram. Em 1612 foi construído o Forte de São Sebastião, também na foz do Rio Ceará e também de taipa, pelo Continue lendo Fortificações Cearenses

Os Mendes e os Cavalcantes

Por causa de uma nota contra o Imperador Pedro I, publicada em um “pasquim” no dia de seu aniversário, começou a intriga entre João André Teixeira Mendes e os Cavalcantes, da Vila de Icó, intriga essa que causou umas 20 mortes, muita violência e processos. O sargento-mor João André Mendes, era chefe de uma antiga família de origem baiana, criador e negociante, era um homem que falava muito, se irritava facilmente e muito violento. Sua primeira vítima foi o negociante Francisco Cavalcante de Albuquerque. Em 1823 o partido patriota do Icó, minoria fraquíssima na luta contra os portugueses, era composto Continue lendo Os Mendes e os Cavalcantes

José Pereira Filgueiras

José Pereira Filgueiras nasceu na Bahia em 1758. Era filho do português José Quezado Fylgueiras Lima e da baiana Maria Pereira de Castro. Mudou-se para o Cariri cearense aos seis anos de idade. Casou a primeira vez com Joaquina Parente, filha do mestre de campo baiano, Manuel Gonçalves Parente, e passou a residir no Sitio São Paulo, em Barbalha, herdado do sogro. Em 1803 casa-se novamente com Maria de Castro Caldas, e substitui o primeiro Capitão-Mor do Crato, Arnaud de Holanda Correia. Uma grande seca gera instabilidade e a rivalidade com o Sargento-Mor José Alexandre Correia Arnaud, causa a morte Continue lendo José Pereira Filgueiras

Sociedade Coluna do Trono

O imperador, D. Pedro I, perdera a simpatia do povo por vários motivos, entre os quais: a Guerra da Cisplatina, com seu resultado negativo; a inquietação trazida pela revolta de três batalhões estrangeiros, que durante dois dias de junho de 1828, agitaram a Corte com sua resistência armada contra a disciplina militar e a ameaça de bombardeio do Rio por uma esquadra francesa, comandada pelo Almirante Roussin, que veio reaver navios franceses apresados na Campanha Cisplatina. Paralelamente, animaram-se o espírito liberal e o nativista: criou-se uma sociedade secreta chamada Colunas do Trono, cujo objetivo era o restabelecimento do absolutismo no Continue lendo Sociedade Coluna do Trono

A cachaça no Brasil e no Ceará

Segundo fontes documentais dos anos de 1762 e 1817, eram obtidos dois tipos de bebidas destilada: uma provinha do caldo de cana fermentado e se chama aguardente de cana; a outra era obtida a partir do que restava nas caldeiras dos engenhos e se chamava aguardente de mel ou cachaça. Auguste de Saint-Hilaire, em viagens pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, registrou o gosto geral pela aguardente, incluindo brancos, mulheres, índios e negros. É evidente em seus registros, o vício dos dois últimos pela bebida. Diante da predileção popular pela bebida, os engenhos passaram a produzi-la mais Continue lendo A cachaça no Brasil e no Ceará

Os barcos de São Francisco de Canindé

Nas horas de necessidade e dor, o cearense, residente em sua terra natal ou emigrado, aonde que que vá, leva no coração a fé na proteção do seu grande santo, como os humildes soldados feridos nos campos de batalha da guerra do Paraguai, nas selvas amazônicas  nas minas do Amapá, nos seringais do Acre, nos confins do Mato Grosso ou em qualquer outro lugar que se encontre, ao sofrer um golpe do destino, moral ou físico, volta-se para o milagroso padroeiro: “Valha-me São Francisco das Chagas do Canindé”. Faz uma promessa e religiosamente a paga, seja como for.   Dentre os milhares de Continue lendo Os barcos de São Francisco de Canindé

A origem da guerra entre os Montes e dos Feitosas

Os Montes apareceram na história do sertão cearense com o Capitão-Mor Geraldo do Monte. Vindo de Cotinguiba em Sergipe, funda uma fazenda no vale do rio Jaguaribe, no lugar chamado Boqueirão dos Orós, tendo conseguido grande sesmaria de terras devolutas, entre 1717 e 1718.Mais ou menos nessa época, Lourenço Alves Feitosa, conhecido como “Comissário”, vem de Sarinhaém, em Pernambuco, e se estabeleceu no mesmo vale, um pouco mais acima, na região dos índios Inhamuns. A princípio aliaram-se para vencer os índios “bárbaros”, e graças a força armada, tornaram os Cariús, Capixabas, Inhamuns, Jucás, Anacés e Jaguaribaras, seus subordinados. Mais tarde, Continue lendo A origem da guerra entre os Montes e dos Feitosas

A guerra da Cisplatina e suas consequências na Província do Ceará

A guerra da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, no período de 1825 a 1828, pela posse da Província Cisplatina, região do atual Uruguai. Localizada na entrada do estuário do Rio da Prata, a Província oriental era uma área estratégica, já que quem a controlava tinha grande domínio sobre a navegação em todo o rio, acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da Prata Andina. A região era disputada pelas coroas de Portugal e da Espanha desde a fundação da colônia do Santíssimo Sacramento, em 1680. Continue lendo A guerra da Cisplatina e suas consequências na Província do Ceará

O grande mexeriqueiro

João da Silva Tavares foi um mulato que viveu em Fortaleza em 1802. Era um dos raros letrados da época e exercia o cargo de professor régio da Vila de Fortaleza, sendo mestre em gramática latina. Era porém, impulsivo e briguento ao extremo. Na Vila, era apontado como o maior “mexeriqueiro” da época, e por isso, temido, e por certo temor, respeitado por isso. Quem lhe caísse no desagrado, poderia estar certo que iria ser “escalpelado”, se a pessoa não tivesse defeitos, ele descobria ou criava com a maior facilidade. Certa ocasião, os vereadores da capital, quase todos respeitáveis cidadãos Continue lendo O grande mexeriqueiro

Os Borós

O boró, criação genuinamente cearense, nasceu há muito tempo, quando havia absoluta falta de troco. Eram pequeninos vales que circulavam, atribuindo-lhes o mesmo valor das moedas, e que eram aceitos, como se fossem, na verdade, uma moeda legal. Era uma verdadeira epidemia de boró, qualquer um podia fazê-lo, e surgiam aos montes, de todos os formatos e tamanhos, impressos e escritos a mão, bonitos e feios, coloridos ou de uma só cor, e ensaiaram resolver a difícil questão de troco. Acredita-se que o nome boró, é uma alusão a um peixinho muito miúdo do sertão, referencia portanto, às pequenas dimensões Continue lendo Os Borós

Mané Coco e o Café Java

Manoel Pereira dos Santos, o Mané Coco, era proprietário do Café Java, que em 1892, era ponto de parada obrigatório na Praça do Ferreira. Diz-se que era excelente pessoa, muito inteligente, embora não fosse desprovido de cultura e andar sempre corretamente vestido, se recusava a usar gravata, o que o excluía de todas as festas e solenidades. Espírito alegre, brincalhão e solidário, aos sábados podia-se ver na sua porta, uma fila de mendigos a quem distribuía esmolas. Era um leitor apaixonado e para tudo tinha a sua piada predileta. Nas horas vagas consertava relógios e máquinas de costura, dos quais, Continue lendo Mané Coco e o Café Java

O Cajueiro da Mentira ou Cajueiro Botador

O Cajueiro da Mentira ou Cajueiro Botador ficava na Praça do Ferreira do lado da Rua Floriano Peixoto, aproximadamente entre a delegacia de Polícia (hoje o Palacete Ceará) e a telefônica (hoje Livraria Alaor), por trás da parte urbanizada em 1902 por Guilherme Rocha, onde ficava o Jardim Sete de Setembro. Tinha esse nome porque dava frutos o ano inteiro. A foto mais antiga, que data aproximadamente de 1907, traz um dos momentos de reunião dos habitues da Praça do Ferreira que no Cajueiro da Mentira ou Cajueiro Botador, contavam suas histórias, seus “causos”, seus contos, enfim, dão vazão a Continue lendo O Cajueiro da Mentira ou Cajueiro Botador