José Pereira Filgueiras nasceu na Bahia em 1758. Era filho do português José Quezado Fylgueiras Lima e da baiana Maria Pereira de Castro. Mudou-se para o Cariri cearense aos seis anos de idade.
Casou a primeira vez com Joaquina Parente, filha do mestre de campo baiano, Manuel Gonçalves Parente, e passou a residir no Sitio São Paulo, em Barbalha, herdado do sogro. Em 1803 casa-se novamente com Maria de Castro Caldas, e substitui o primeiro Capitão-Mor do Crato, Arnaud de Holanda Correia. Uma grande seca gera instabilidade e a rivalidade com o Sargento-Mor José Alexandre Correia Arnaud, causa a morte de seu sobrinho Gonçalo de Oliveira Júnior. “Gonçalinho” estava cercado pelas tropas do cabo Francisco Calado, então mandou o cunhado, Joaquim Inácio, pedir ajuda ao tio Filgueiras. Quando estes chegaram, Gonçalinho estava amarrado, começa uma discussão, e Joaquim Inácio salta do cavalo para soltar o cunhado, quando é atingido por um tiro de bacamarte. Houve troca de tiros, morreram três capangas de Calado e os demais fugiram. José Alexandre Correia Arnaud deu apoio aos assassinos de Joaquim Inácio, aumentando a tensão entre ele e Filgueiras.
Nessa disputa, Filgueiras foi apoiado pelo Governador Manuel Inácio de Sampaio. Jose Arnauld consegue da corte, no Rio de Janeiro, a criação da capitania-mor de Jardim, com metade da jurisdição sobre a região do Cariri. Ele mesmo foi nomeado primeiro capitão em 1816, mas morre antes de assumir a função.
Durante a revolução pernambucana de 1817, José Martiniano de Alencar, acompanhado por Miguel Joaquim Cesar, entrou em contato com Filgueiras, considerado pela população local, uma pessoa cruel. O Capitão-Mor recusou-se a participar da revolta, mas prometeu não interferir. Confiantes, os revolucionários reuniram-se para planejar o ataque a Fortaleza, quando surgiu Filgueiras, os presentes amedrontados, trataram de se retirar, enquanto Martiniano procurava acalmá-los, acreditando na palavra de Filgueiras, mas, seguindo as ordens do Governador, este prende os principais rebeldes, entre eles, Bárbara de Alencar, e os envia para a prisão em Fortaleza.
Com a proclamação da independência em 07 de setembro de 1822, os portugueses tentaram em vão retomar o norte da colônia. A Vila de São João da Parnaíba ficou sitiada pelos portugueses, e sem meios para resistir, mandaram pedir ajuda a Filgueiras, que sob o comando de dois mil homens, formados por jagunços, camponeses, índios e escravos, armados com bacamartes, espadas e peixeiras Do lado português, uma pequena tropa de soldados profissionais bem armados e treinados, sob o comando do Major João José da Cunha Fidié. Fidié se rendeu em troca de salvo conduto e Filgueiras voltou para Barbalha como herói nacional.
A corte havia prometido um título de nobreza ao vencedor de Fidié, mas não cumpriu o prometido e concedeu o título de marques ao estrangeiro Lord Cocharane, enfurecendo Filgueiras. A nova constituição imposta por Pedro I, provocou a “Confederação do Equador”, insatisfeitos com o governo, Tristão Gonçalves e Pereira Filgueiras aderiram a revolução. Com a derrota do movimento, Tristão foi morto e Filgueiras preso e levado para a capital do Império, onde veio a falecer de malária em São Romão-MG.
Fonte: Wikipédia
Jaqueline Aragão Cordeiro