Com arquitetura inspirada nos cemitérios franceses e inaugurado em 1866, o cemitério São João Batista tem 95 mil m² em 2019, completa 153 anos. Sua administração fica a cargo da Santa Casa de Fortaleza que, por lei provincial de 1860, já era responsável pela gestão do São Casimiro. Poucos sabem, mas quem visita o São João Batista tem a possibilidade de aprender muito sobre a história de Fortaleza. Barão de Studart, Frei Tito, Tristão Gonçalves e Virgílio Távora, além de famílias tradicionais como Jereissati e Vidal Queiroz, são apenas algumas entre as personalidades sepultadas no local.
Datas comemorativas como Dia dos Pais, Dia das Mães e até Dia das Crianças costumam encher o cemitério de visitantes, mas o Dia de Finados é disparado o mais frequentado. Ponto positivo para os comerciantes que vivem do consumo desses visitantes em suas lanchonetes. Semanalmente o cemitério abre às 7h e fecha às 17h. Depois desse horário não é mais possível visitar o local, por qualquer que seja o fim da visita.
Com tantos anos de existência, o Cemitério São João Batista não podia deixar de ter suas lendas, uma delas é o da Lúcia, que morreu com 2 anos de idade. irmã da ex-primeira dama Luíza Távora. A morte tem duas versões: fome e sede ou atropelamento, para uns é um túmulo assombrado, para outros, é a alma de uma criança milagrosa, por isso, seu túmulo possui doces, pipoca e balões como decoração. Nesse jazigo também está enterrada sua irmã, Luíza Távora.
Outro túmulo bem visitado é o da Cleidemar, pessoas afirmam que o local é santo, e após alcançarem as graças, os visitantes retornam para agradecer. Os dois casos são conhecidos como milagrosos. Os túmulos são procurados principalmente às segundas-feiras, no Dia das Almas.
Há ainda a lenda de que uma das crianças enterradas no local transformou-se em uma serpente. De acordo com o homem que visita o túmulo constantemente, a menina de 12 anos “dava muita língua para a mãe”, por isso, quando morreu, teria se transformado em uma cobra. Segundo disse, ela também faz milagres.
O túmulo de José de Mendonça Nogueira, construído em 1915 (um ano após a morte do jovem e desenhado provavelmente pelo pai), exibe em alto relevo dois corações enegrecidos que antes eram trespassados por uma espada, representando a dor dos pais. Dos corações jorra o sangue que forma as palavras “meu filho” e o rosto de José. Morto aos 22 anos, com cinco tiros, José era fotógrafo amador, editor de revistas e membro da elite fortalezense. O crime figurou nos jornais, rendeu artigos e livro, mas permanece sem solução ao longo destes 104 anos.
Pessoas famosas enterradas no cemitério
– Antônio Rodrigues Ferreira de Macedo, boticário Ferreira – Ex-prefeito de Fortaleza
– Barão de Aquiraz
– Barão de Aratanha
– Barão de São Leonardo
– Barão de Studart
– Barão de Santo Amaro
– Francis Reginald Hull (Mister Hull)
– Carlos Jereissati – Foi deputado federal e senador, pai do senador Tasso Jereissati
– Carlos Virgílio Távora – Ex-deputado federal do Ceará
– Caio Prado – Advogado, jornalista, foi presidente da província do Ceará, de 21 de abril de 1888 a 25 de maio de 1889
– Cego Aderaldo, poeta cantador e rabequista
– Cônego Bessa, religioso e político
– Demócrito Rocha- Telegrafista, odontólogo, escritor, poeta e jornalista
– Francisco de Meneses Pimentel – Ex-interventor federal no Ceará, advogado e professor
– Franklin Gondim – Comerciante, ex-interventor federal do Ceará
– General Sampaio – Militar brasileiro, herói da Guerra da Tríplice Aliança.
– João Brígido dos Santos – Jornalista, escritor e historiador
– Parsifal Barroso – Ex-deputado, ex-governador, ex-ministro e escritor
– Perdigão Sampaio – Padre
– Plácido Castelo – Jornalista, advogado, político e professor
– Quintino Cunha – Advogado, escritor, humorista e poeta cearense
– Rogaciano Leite – Escritor e jornalista
– Soares Bulcão – Jornalista, poeta, historiador e político
– Frei Tito – Padre
– Tristão Gonçalves – Filho da heroína Bárbara de Alencar, foi um revolucionário que participou da Revolução Pernambucana
– Virgílio Távora – Militar e político
Fonte: Jornal Tribuna do Ceará / Wikipedia / Jornal O Povo / Jornal Tribuna do Ceará / Santa casa de Fortaleza
Jaqueline Aragão Cordeiro
COISA DE CEARENSE