Conrado Jacob de Niemeyer nasceu, na Cidade de Lisboa, em 28 de outubro de 1787. Ainda jovem, com 22 anos de idade, veio para o Brasil, onde se encontrava a sua irmã Maria Antônia de Niemeyer. Niemeyer saiu, em 1809, do porto de Portsmouth, e chegou ao Rio de Janeiro no mês de julho daquele ano, a bordo do brigue “Destemido” com a patente de Cadete de Artilharia.
Em 1803, havia assentado praça de Cadete, em Lisboa. Ao chegar no Rio de Janeiro, ficou adido ao Regimento de Artilharia da Corte como 2.º Tenente e, ao que parece, em 1811, se matriculou na Escola Militar, onde, segundo o Livro de Matrículas do 2.º, 3.º e 4.º ano, do período de 1811 a 1822, o encontramos cursando o 2º ano, em 1812. Em 1815 foi promovido a 1º Tenente do Real Corpo da Engenharia. Em 1817, completou o seu curso da Escola Militar.
Em 1824, combateu em Pernambuco a “Confederação do Equador”, que proclamou a união republicana de todas as províncias do Norte do Brasil. Chegou ao Ceará em 15 de dezembro de 1824, onde era presidente da provícia Pedro José da Costa Barros, no dia 23 do mesmo mês, foi mandado para Sobral a fim de prender os revolucionários cearenses da Confederação do Equador e logo depois foi nomeado presidente da comissão militar que julgaria os revoltosos, o que resultou na morte de Azevedo Bolão, Feliciano Carapinima, Francisco Ibiapina, Padre Mororó e Pessoa Anta. Com a posse de José Feliz como presidente, Conrado assumiu todo o poder, com a conivencia do mesmo.
Conrado aproximou-se sempre dos homens mais violentos, em Sobral era Francisco Joaquim de S. Campello, que de Cap. de Milicias foi promovido a Cel, de 2ª linha e comendador; em Imperatriz, Gonçalo de Andrade Sampaio, o flagelo daquele povo; Em Icó, o Cap. de ordenanças do rio do peixe, Agostinho José Thomaz de Aquino, que também foi promovido a coronel e comendador; no Crato o famoso Joaquim Pinto Madeira e em Jardim, Miguel Torquato e toda a câmara composta de absolutistas dirigidos pelo vigário Antonio Manoel.
Enquanto durou o governo de José Félix, Conrado não encontrou oposição aos seus desmandos e violência, mas desde o dia 04 de fevereiro de 1826, quando tomou posse o presidente Antonio de Salles Berfort, começaram os conflitos que duraram mais de dois anos, até que Joaquim d’Oliveira Alveres assumiu como ministro da guerra e finalmente Conrado foi demitido em 30 de maio de 1828. Insatisfeito com esse fato, organizou uma revolta em 30 de agosto de 1828 para depor o presidente e o ouvidor, mas não surgiu o efeito desejado.
Foi um dos precursores da Cartografia Nacional, e, entre os seus trabalhos, temos: “Memória hydrográphica sôbre a represa do Rio Barberibe” (1823), “Carta chorográphica da Província do Rio de Janeiro”, feita juntamente com seu sobrinho Pedro Bellegarde (1863), “Carta chorográphica do Império do Brasil” (1846), “Carta Chorographica… contendo as prov. de Alagoas, Pernambuco, Parahiba, Rio Grande do Norte, e Ceará…” (1843), “Planta de reconhecimento feito nas Capitanias de Pernambuco & Alagoas…” (1819), “Mapa topographico de Pernambuco, Alagoas e Parahiba…”, junto com o Engenheiro Moraes Âncora (1823), “Planta do Rio Uruguay do Porto de S.Borja ao Passo dos Garruchos.” (1866), etc.
Foi Dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro, Comendador da Ordem de Cristo, Comendador da Ordem de São Bento e Aviz, e Membro Efetivo do Instituto Histórico.
O Coronel Conrado Jacob de Niemeyer faleceu no Rio de Janeiro, em 05 de março de 1862. Foi casado, segundo Luiz Gonzaga Duque Estrada, três vezes. Casou primeiro, por volta de 1825, com D.Thereza Xavier de Mendonça; casou pela terceira vez na Capela de N. Sra. da Glória, em 26 de junho de 1830, com Olympia Estelita de Aguiar Giffenig, nascida no Maranhão e, filha do Tenente-Coronel João Benedicto Gaspar Giffenig e de D.Apolônia da Luz de Aguiar.
Fonte: http://www.geni.com
Revista do Instituto do Ceará – “Juízo histórico do Senador Pompeu sobre factos do Ceará”
Jaqueline Aragão Cordeiro