Igreja do Rosário

Em 1730 um negro escravo africano tomou a iniciativa de erguer uma capelinha de taipa e palha no mesmo lugar da atual. Em 1742 o Padre Gomes Correia recomendou que os senhores de escravos permitissem que estes trabalhassem na manutenção e fizessem devoções na igrejinha. Em 27 de outubro de 1747 foi realizada ali a  primeira festa da padroeira. Em 1848, houve eleição dentro da Igreja do Rosário, com conflito grave que resultou em derramamento de sangue dentro do recinto.

Em 1855 foi restaurada novamente pois estava deteriorada e em 1872 foram necessárias novas obras e como estavam esgotados os recursos da irmandade, o Presidente José Wilkens de Matos concedeu-lhe uma ajuda. Em 1892 na revolta contra o governo uma bala de canhão de 11 kilos utilizada no bombardeio do Palácio da Luz foi arremessada contra a porta principal e arrebentou o púlpito, 2 balaustres da mesa de comunhão e a parede que da para  o corredor esquerdo, depois destruiu o altar de Nossa Senhora das Dores, outra bala dessas desmontou o General Tibúrcio de seu pedestal, episodio mais conhecido popularmente.

Em 1929 Monsenhor Liberato Dionísio da Costa, que foi seu capelão por muitos anos fez uma pequena reforma, consistindo na abertura de janelas, na altura do primeiro andar para dar mais entrada de ar e luz também em 1935 foram construídos novos nichos ao lado do sacrário, com nossa Senhora do Rosário e Santa Terezinha.

Em 1938, repetiu-se o episodio de 1821: a Matriz de são José ia ser demolida e suas imagens transferidas para o Rosário que passou a ter as honras de catedral embora atos mais solenes, viessem a ser realizados no Pequeno Grande.

A fachada principal da igreja é composta por uma grande porta central, com duas janelas retangulares na altura do coro, encimada por uma frontispício triangular, arrematada por um cruzeiro no topo. A única torre é lateral, com dois óculos, janelas de arcos de muito ponto e um nicho com uma imagem antiga de nossa Senhora do Rosário. Existem dois altares laterais e o altar mor conservado com aparência original.

O Forro é pintado de azul trabalhado com florões e o piso é de assoalho de madeira. Há enterramento em toda a igreja e na parede na nave lateral se encontra uma lapida funerária do Major João Facundo de Castro Menezes, vice-presidente da Província, assassinado em 1841 e nascido em 1787.

Imagens: Arquivo pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro

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