Mainha, o maior pistoleiro do Nordeste

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Idelfonso Maia Cunha, conhecido como “Mainha”, nasceu em Alto Santo-CE, no dia 28 de outubro de 1955. Era considerado o maior pistoleiro do Nordeste, acusado de quase 100 mortes nos anos 80, nos estados do Ceará, Paraiba, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

O primeiro crime assumido por ele aconteceu em 23 de janeiro de 1982, quando foi chamado de “ladrão de cavalos” por Orismilde Rodrigues da Silva, seu vizinho. Mainha o Matou sem hesitar, alegando que nunca foi ladrão e precisava manter sua honra. Contudo, os crimes a ele etribuídos remontam a 1977.

Protegido pelo fazendeiro Chiquinho Diógenes no Ceará e por Domingos Rangel em Castanhal, no Pará, Mainha conseguia escapar das diligências chefiadas pelos delegados Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo e Luiz Carlos Dantas, e pelo Comissário José Lopes Filho, seguindo as estratégias armadas para prendê-lo pelo então Secretário de Segurança do Estado, Moroni Torgan. Foi finalmente preso em 06 de agosto de 1988 em Quiterianópolis(CE), pego de surpresa, ainda tentou reagir, mas não teve tempo.

Em 13 de fevereiro de 1977, matou o prefeito de Alto Santo(CE), Expedito Leite. A partir daí, começou o “rosário” de crimes do matador. Em 23 de janeiro de 1982 matou Orismilde Rodrigues da silva, que o chamou de “ladrão de cavalos”; Em 04 de novembro de 1982 matou Altamiro Vieira Leite e Altevir Fernandes de Sousa em Alto Santo(CE), esses, eram pistoleiros contratados por seus inimigos no Estado do Rio Grande do Norte para matá-lo, por esse crime foi absolvido por 5 x 2, por se tratar de legítima defesa; Em 16 de abril de 1983 chacinou em Alto Santo(CE), João terceiro de sousa, ex-prefeito de Pereiro(CE), sua esposa Raimunda Nilda Santos, o motorista Francisco de Assis e o soldado da PM João Odeon de Araújo, que apenas pegou uma carona com o ex-prefeito; Em 17 de junho de 1983 matou por vingança Iran Nunes de Brito, no bairro aldeota, em Fortaleza.

Em 08 de março de 1993, sofreu um atentado no Instituto Penal paulo Sarasate (IPPS), onde estava preso. Julgado em 17 de abril de 1997, foi condenado a 64 anos de prisão apenas pela chacina de Alto Santo. Depois de 12 anos de reclusão, vai para o sistema semi aberto em junho de 2000.  Em 1994, durante uma rebelião no IPPS, onde foi feito refém o então Arcebispo de Fortaleza, Dom Aloisio Lorscheider e mais diversas autoridades, Mainha ganhou destaque por defender os reféns e salvar a vida do Arcebispo. Ele disse ter levado umas 25 pessoas para sua cela, as quais protegeu dos presos rebelados. Em 03 de novembro de 2002, é novamente preso por trocar tiros com policiais em Caridade(CE), onde participava de uma festa de família.

Em 09 de novembro de 2002 foi condenado, no Rio Grande do Norte, a 28 anos de prisão pelas mortes de Sebastião Cesário do Nascimento e Manuel Duarte de Lima. Crimes que Mainha negou haver cometido. Em 25 de setembro de 2003, ganha novamente liberdade em regime semi-aberto, na colonia penal do Amanari, onde estava. Em maio de 2010 foi detido numa blitz no Municipio de Macanaú(CE), juntamente com um policial militar, por porte ilegal de arma, o PM assumiu sozinho a posse das armas e Mainha foi liberado.

Mainha sempre negou receber pagamento por seus crimes, ele se colocava como um vingador, um justiceiro que cometia crimes em nome da honra, dessa forma, ele justificava a psicopatia de seus crimes. Dizia não ter medo da morte, apenas de ser desmoralisado e ter sua honra ofendida. “Mainha não se dizia pistoleiro”, narra o professor Ricardo Arruda, do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), que entrevistou Mainha e mais de 100 pistoleiros, de várias regiões do Ceará. Na boca do criminoso, as palavras as quais se identificava eram justiceiro, vingador. “Ele dizia: ‘Só matei por questão de família ou para defender um amigo, um parente. Para fazer justiça'”. No auge de seus crimes nos anos 80, foi capa da revista “Isto É”.

Vivendo no Municipio de Maranguape(CE) há quatro anos, foi assassinado com 9 tiros de pistola ponto 40 no dia 04 de janeiro de 2011. Um verdadeiro batalhão de curiosos e policiais foi ao local do crime para confirmar o fato. Assim chegou ao fim a vida do maior pistoleiro do Nordeste. Foi enterrado na cidade de Nova Jaguaribara(CE), onde foi necessário a presença da polícia para conter a multidão de curiosos que chegava até em ônibus fretados para ver o enterro, e acalmar os ânimos da família que ameaçava os jornalistas.

VEJA ENTREVISTA DE MAINHA PARA A TV DIÁRIO

Jaqueline Aragão Cordeiro

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