Parque dos Pterossauros

Parque dos Pterossauros

A área do Parque dos Pterossauros pertence hoje à Universidade Regional do Cariri-URCA e é um dos principais sítios de achados de fósseis em todo o Nordeste. O geossítio localiza-se no sopé da Chapada de Araripe e oferece um belo panorama paisagístico. Lá se tem a vista para uma das partes mais férteis da Bacia do Araripe, caracterizada pela plantio de feijão e milho e criação de gado. É uma das áreas mais antigas de achados de fósseis. Já chamou a atenção de garimpeiros e cientistas, até a chegada de um empresário americano que tentou se aventurar no comércio destes achados e que adquiriu a terra de proprietários locais. Quando ficou sabendo da ilegalidade da extração e da exportação de fósseis no Brasil, resolveu doar a terra para a Universidade Regional do Cariri, que hoje administra este terreno de 18,2ha. O sítio atualmente pode ser visitado e é regularmente palco de escavações paleontológicas, reunindo especialistas de todo o Brasil.

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O Geossítio Parque dos Pterossauros apresenta elevado valor científico-didático, no território do Geopark Araripe. Neste geossítio são feitas escavações paleontológicas em rochas do membro Romualdo (Formação Santana), em busca de concreções calcárias que geralmente possuem fósseis, conhecidas popularmente como “pedras de peixe”.

As concreções calcárias existentes entre as camadas de folhelhos (lama petrificada do fundo da laguna), desta formação, apresentam tamanho e formas variadas, possuindo geralmente em seu interior macrofósseis tridimensionalmente preservados. Nestas concreções, são encontrados restos de pterossauros (variedade de réptil voador), dinossauros, tartarugas e vegetais.

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Os fósseis do membro Romualdo revelam que nesta região existia uma laguna (lagos de água salgada) que, por vezes, tinham contato com as águas do Oceano Atlântico, há aproximadamente 100 milhões de anos (Período Cretáceo). Tal fato é confirmado pela identificação de fósseis de peixes marinhos.

Neste membro geológico foi descrita uma grande variedade de pterossauros, pelo menos 21 espécies, de diferentes tamanhos e formas, com enormes cristas na cabeça ou na mandíbula. Por outro lado, os peixes constituem o grupo de organismos mais abundante no membro Romualdo, tendo sido identificadas, até o momento, 22 diferentes espécies, entre grupos ósseos e cartilaginosos, alguns alcançando 2,5m de comprimento.

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Os pterossauros surgiram há pelo menos 228 milhões de anos atrás, dividindo a ancestralidade com os dinossauros. Estes animais são de um grupo extinto de répteis alados, considerados os primeiros vertebrados capazes de planar e voar. Apesar de raros, seus primeiros registros fósseis datam do final do Triássico. No entanto, foi ao longo dos Períodos Jurássico e Cretáceo que os pterossauros tiveram uma ampla distribuição geográfica, povoando praticamente todos os locais do planeta.

Caracterizam-se pelo extremo alongamento do quarto dedo da mão, que suportava uma membrana alar. Por apresentarem estas características, esses animais foram incluídos no grupo dos mamíferos, como um grupo extinto de morcegos, e chegaram a ser considerados como aves marinhas extintas, baseado em caracteres cranianos. Cuvier (1801), pesquisador francês, foi o primeiro a propor a inclusão dos pterossauros no grupo dos répteis.

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Outra adaptação importante dos pterossauros para o voo foi o desenvolvimento de ossos com cavidades ocas. Sabe-se que criaturas aladas precisam ser leves o suficiente para levantar voo. No caso dos pterossauros, mesmo os maiores espécimes cuja envergadura alar chegava a 13m, eram pouco mais pesados do que um ser humano adulto.

Os fósseis brasileiros de pterossauros são encontrados, sobretudo, em concreções calcárias do membro Romualdo (Formação Santana), na Bacia Sedimentar do Araripe. A primeira descoberta da espécie de pterossauro descrita na Bacia do Araripe foi o Araripesaurus castilhoi (Price, 1971); posteriormente, outras vinte espécies foram coletadas no membro Romualdo e duas espécies no membro Crato (Formação Santana).

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Os fósseis de pterossauros do membro Romualdo são conhecidos mundialmente pelo seu grau de preservação único, conservando-os em três dimensões e, em alguns casos, preservando até suas partes moles.

Bibliografia: geoparkararipe.com.br

Jaqueline Aragão Cordeiro

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