Pau de arara

Pau de arara é o nome dado a um meio de transporte irregular, e ainda utilizado no Nordeste do Brasil. Consiste em se adaptar caminhões para o transporte de passageiros, constituindo-se em substituto improvisado para os ônibus convencionais. usa-se também para vender frutas.

O termo pau de arara designa uma vara utilizada no interior do país para o transporte de araras, papagaios e outros pássaros. Segundo o folclorista Câmara Cascudo, o termo migrou para designar o meio de transporte improvisado em razão da algazarra feita pelas aves, similar à dos passageiros que usam tal veículo, em precário arranjo, promiscuidade e desasseio.

Sobre a carroceria do veículo são colocadas tábuas, que servem de assento, e a instalação de uma lona como cobertura a proteger das intempéries completam a adaptação deste para o transporte.

Suas origens remontam aos tempos em que não havia outras formas para o transporte de maiores quantidades de pessoas, além de estadas bastante precárias, na Região Nordeste, além da instalação, no país, da fábrica de caminhões FNM, que popularizaram este veículo de carga, capaz de vencer os terrenos mais difíceis.

Os paus de arara foram bastante utilizados durante o êxodo de nordestinos para o sul do país, mormente o estado de São Paulo, ganhando também, entre os sulistas, as acepções do passageiro destes veículos e, de forma pejorativa, a todo nordestino.

O músico Luiz Gonzaga, emigrado do Nordeste ainda nos anos, compôs a canção Pau de arara, em que retrata essa peregrinação de seus conterrâneos. Já em Último Pau de arara, de forma poética, Gonzaga canta que só deixará o sertão quando partir o último deles.

Também o poeta Vinicius de Moraes, em parceria com Carlos Lira, compôs uma canção intitulada Pau de Arara, em que usa o termo nas duas acepções: a do veículo e do seu passageiro.

Conquanto proibida pela legislação brasileira de trânsito, esta forma de transporte é ainda tolerada em muitos lugares e situações excepcionais, como durante as romarias a Juazeiro do Norte e São de Francisco de Canindé, no Ceará, e ao Bom Jesus da Lapa, na Bahia.

Seu uso tem sido coibido de forma paulatina, no país, por não oferecer as mínimas condições de segurança e conforto e contrariar o Código de Trânsito Brasileiro. Sua “flexibilização”, entretanto, foi decidida pelos responsáveis do trânsito no Nordeste, nas situações excepcionais.

Esse meio de transporte ainda é muito usado no interior cearense, além de ser a única forma de transporte em algumas localidades longínquas, é comum também pelo baixo custo, apesar do grande risco que correm os usuários.

Fonte: Wikipédia
Jaqueline Aragão Cordeiro

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