Com quatro anos de idade a família se muda para a cidade litorânea de Camocim onde o pai deveria assumir as oficinas da estrada de ferro e a mãe lecionar na escola de primeiras letras. Foi aí que Raimundo Cela e seus irmãos aprenderam leitura e escrita com a mãe.
No ano de 1906 é mandado para Fortaleza a fim de estudar no conceituado Liceu do Ceará onde diplomou-se bacharel em Ciências e Letras.
Em 1910, muda-se para o Rio de Janeiro e matricula-se como aluno livre da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Teve por mestres Zeferino da Costa em modelo vivo, e Eliseu Visconti e Batista da Costa em pintura. Ao mesmo tempo, inscreve-se na Escola Politécnica pois era desejo de seu pai que se tornasse engenheiro.
Entre 1917 e 1922, viaja a Paris para aperfeiçoar-se. Quando volta ao Brasil, por problemas de saúde, reside em Camocim, no interior do Ceará, e trabalha como engenheiro. Em 1938, cria um painel sobre a abolição da escravatura para o Palácio do Governo do Estado, em Fortaleza. Volta a dedicar-se à carreira de artista plástico de forma mais enfática após 1940, quando se muda para Niterói, no Rio de Janeiro.
A partir dessa data leciona gravura em metal na Enba. Realiza a primeira mostra individual em 1945, no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, no Rio de Janeiro. São temas constantes em sua produção as paisagens, os tipos populares e o trabalho de vaqueiros e pescadores de sua terra natal. Destaca-se também sua obra gráfica, na qual retoma a mesma temática.
Após sua morte, é criada a Casa Raimundo Cela, Centro de Artes Visuais, em Fortaleza, onde ocorre, em 1970, uma mostra de artistas cearenses com o lançamento de uma monografia sobre o artista.
Em 2004, é lançado o livro Raimundo Cela: 1890-1954, de autoria de Estrigas, pela editora Pinakotheke.
Jaqueline Aragão Cordeiro