Em 1979, durante o governo de Virgílio Távora, através do PNDA (Programa nacional do desenvolvimento do artesanato) foi doado um terreno para as rendeiras, e através da FUNSESCE (Fundação dos Serviços Sociais do Estado do Ceará), extinta em 1997, foi criado o “Centro Artesanal da Prainha”, com o objetivo de valorizar o artesanato local, melhorar a renda das artesãs, diminuir a atuação do atravessador e ampliar o mercado. O centro contava inicialmente com cem associadas, atualmente são setenta, e dessas, trinta e cinco fazem a legítima renda de bilro na almofada.
Em 2008, a prefeitura de Aquiraz demoliu o velho centro, localizado na rua Desembargador Péricles Ribeiro, com a promessa de construir um novo. As rendeiras foram deslocadas para uma barraca ao lado do restaurante “O Leôncio”. A partir daí, iniciou-se um impasse entre prefeitura a associação, pois as rendeiras achavam o local inapropriado para a acomodação de todas. Foram então transferidas para o prédio do antigo “Hotel Solar”, sendo que algumas optaram permanecer na antiga instalação.
O descontentamento da rendeiras com a atual situação é notório. Personagens importantes da nossa cultura, encontram-se alojadas praticamente ao relento e sem ajuda externa, as bravas mulheres lutam para não deixar desaparecer essa riqueza cultural que herdaram sua suas mães e avós. As rendeiras da prainha fazem parte da história do Ceará, graças a beleza da renda e trabalhos artesanais que produzem.
A associação é presidida por Cleide dos Santos, tem como secretária a sra. Olenir e como tesoureira a sra. Iracilda, com quem conversei pessoalmente. As rendeiras da Prainha já participaram do “Dragão Fashion” e do “São Paulo Fashion Week” em 2011. A CEART (Centro de Artesanato do Ceará) colabora com as rendeiras oferecendo cursos, essa é a única parceria que têm.
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Fotos: Arquivo pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro