Chamou-se primitivamente Rio Arabê ou das baratas, segundo versão tupi, havendo como referência o riacho (Século XVII). Nessa época, tinham-se por habitantes somente Tapuias, marcando um dos principais agregamentos indígenas.
Desse referencial se tem notícia a contar do ano de 1604, quando Pero Coelho de Souza, após subjugar os Tabajaras da Ibiapaba, estendeu suas conquistas ao longo da Grande Serra da Ibiapaba, montando seu quartel-general nesse local. Comandou, então, o restante de suas operações de conquista, reunindo os principais Morubixabas, deles exigindo obediência, fidelidade reinol, além de aprisionar duzentos índios, torná-los escravos e remetê-los algemados para Pernambuco.
Cessado o terrorismo aventureiro, cada Tuxaua procurou o seu domicílio, ficando no Arabê os nativos que lhe eram vinculados. Pouco mais de um século se passou. Em 1759, quando da expulsão dos Jesuítas, da Ibiapaba, coube ao Índio Jacob reunir o contingente de sua obediência e buscar refúgio no referido Rio Arabê, onde instalou sua aldeia. Logo em seguida, grupos dispersos se acercaram do reduto, montaram suas casas e formou-se assim, o povoamento.
Criou-se inicialmente o Distrito Policial conforme Lei Provincial nº 527, de 6 de dezembro de 1850, modificando o nome para São Benedito da Ibiapaba. Criou-se em seguida a primeira escola, conforme Lei nº 685, de 20 de outubro de 1854. Sua elevação à categoria de Vila provém da Lei Provincial nº 1.470, de 18 de novembro de 1872, tendo sido instalada a 25 de novembro do ano seguinte, simplificando a denominação para São Benedito. Instalou-se igualmente nessa data a Câmara Municipal de São Benedito.
A elevação da Vila à categoria de município provêm da Lei nº 1.850, de 30 de agosto de 1921.
As primeiras manifestações religiosas foram por iniciativa do Índio Jacob, devoto de São Benedito e a quem recorria em seus monumentos de aflição. O primitivo templo, construído em taipa, chão batido e cobertura de palhas, foi feito pelos próprios nativos em 1759. Cerca de oito décadas se passaram e em 1841, erigiu-se em a primeira igreja, tendo como assistente o pároco de Viçosa do Ceará, padre Filipe Benício. A igreja foi reformada e ampliada pelo padre João Crisóstomo de Oliveira Freire, cujas obras se iniciam em 23 de agosto de 1850. A inauguração aconteceu em 21 de dezembro de 1851.
Em 29 de agosto de 1970, numa ação guerrilheira controversa, a Ação Libertadora Nacional (ALN, grupo da esquerda armada de tendência cubana) assalta no município o estabelecimento do comerciante José Armando Rodrigues, candidato a vice-prefeito pelo ARENA (Aliança de Renovação Nacional, partido de sustentação do regime militar), que foi sequestrado, torturado e assassinado com 4 tiros, seu cadáver foi encontrado no dia seguinte pelo pai da vítima. A barbárie provocou o maior cerco policial da História do Ceará, sendo quase todos os envolvidos neste ato terrorista em São Benedito foram presos e alguns condenados a prisão perpétua pela Justiça Militar.
A execução de José Armando Rodrigues é um tabu entre os veteranos da esquerda armada porque entre os motivos de seu assassinado estão várias versões que seria um caso extraconjugal da filha de José Bento, um militante da ALN e ex-membro do PCB, que após o desenlace, o pai “quis lavar a honra com sangue” ou que o comerciante teria uma lista de guerrilheiros na região que seriam denunciados as autoridades competentes, tanto que esta morte não foi divulgada nos jornais da ALN ou manifestos foram deixados a população para explicar os motivos do assassinato, como de praxe. A barbárie provocou o maior cerco policial da História do Ceará, praticamente, desmantelando a ALN no Ceará. Em memória de José Armando Rodrigues, uma rua da cidade tem seu nome.
São Benedito se destaca como um dos maiores produtores de flores, do Brasil. Leia mais AQUI.
Data da Criação: 18 de novembro de 1872
Instalação: 25 de novembro de 1873. Desmembrado de Viçosa do Ceará.
Padroeiro: São Benedito. Dia: 01/01
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Fonte: Wikipédia
Imagens: Arquivo Pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro