A escrava Romana

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Santuário de Romana (Foto Jornal Diário do Nordeste)

O ritual religioso começou no século XIX, há mais ou menos 150 anos, depois que a escrava Romana foi morta por seu dono.  Segundo relatos, a escrava foi morta por não ceder aos caprichos do filho do patrão, foi ela havia feito votos de castidade e a intenção do rapaz era possui-la. Após duas tentativas frustradas de estupro, o rapaz resolveu isola-la num local ermo, onde a colocou no tronco, e dizem que ali sofreu as mais perversas torturas, onde teve seus olhos, unhas e órgãos sexuais arrancados. Reza a lenda, que tudo isso foi presenciado, anonimamente, por um escravo amigo de Romana.

No local de sua morte foi fincada uma cruz, onde escravos, moradores a andarilhos passaram a visitar regularmente.  Muitos devotos atribuem a milagres a ela, e em 1912 foi construído o primeiro oratório de devoção a “Cruz de Romana”. Venerada pelo povo, mas não oficializada pela igreja católica, no local da veneração a Romana, foi construído o Santuário da Santa Cruz, já que os católicos acreditam que a salvação vem do sofrimento de Cristo na cruz, com isso, atendem-se as duas devoções.

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Cruz de Romana (Foto Panoramio)

O santuário de 365 degraus foi construído no local da morte de Romana, no Sitio São Braz, na serra da Meruoca. No caminho, podem ser encontradas estátuas em tamanho natural que contam a história da via sacra de Jesus.

No dia 11 de agosto de 2002 foi rezada a primeira missa no local, e hoje tornou-se referencia para romeiros, estudiosos e turistas que desejam conhecer a história da escrava que preferiu perder a vida para manter-se casta.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

Jaqueline Aragão Cordeiro

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