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Benjamin Abrahão Botto e o bando de Lampião

Jaqueline Aragão Cordeiro, 29 de dezembro de 2019

Ficheiro:Benjamin abrahão CC.jpg

Benjamin Abrahão Botto (Zahlé, Líbano, c. 1890 – Serra Talhada, PE, 10 de maio de 1938) foi um fotógrafo sírio-libanês-brasileiro, responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião. Abrahão morreu assassinado durante o Estado Novo.

A fim de fugir à convocação obrigatória pelo Império Otomano de lutar durante a Primeira Guerra Mundial, migrou para o Brasil em 1915. Foi comerciante (mascate) de tecidos e miudezas, além de produtos típicos nordestinos, primeiro em Recife, depois para Juazeiro do Norte, com dois burros (chamados Assanhado e Buril) e um cavalo (de nome Sultão), atraído pela grande freqüência de romeiros.

Abrahão foi secretário do Padre Cícero, e conheceu o cangaceiro Lampião em 1926, quando este foi até Juazeiro do Norte a fim de receber a bênção do célebre vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes, sendo que não se encontrou com Lampião em 1924, quando de outra de sua visita à cidade, apesar de estar em Juazeiro. A nomeação fora feita, a mando do padre, pelo funcionário federal Pedro de Albuquerque Uchoa, segundo uma autorização dada ao deputado Floro Bartolomeu pelo próprio presidente Artur Bernardes – ordem que em nada adiantou, pois não foi respeitada nos demais estados, resultando que Lampião e seu bando jamais efetuaram perseguição a Prestes. Em 1929 Abrahão fotografou o líder cangaceiro ao lado de padre Cícero.

Ficheiro:1886lampiao5g.jpg
BENJAMIM APERTANDO A MÃO DE LAMPIÃO

Após a morte de Padre Cícero, Abrahão solicitou e obteve do “Rei do Cangaço” a permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Para tanto teve a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso. Ao menos por duas ocasiões, esteve junto ao bando de Lampião, realizando seu intuito.

Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), um órgão de censura.

Morreu esfaqueado (quarenta e duas facadas), sem que o crime jamais viesse a ser esclarecido, tanto na autoria como na motivação, donde se especula ter sido mais uma das mortes arquitetadas pelo sistema, como outras ocorridas em situação análoga, a exemplo de Horácio de Matos (embora exista a versão de que o fotógrafo sírio-libanês teria sido alvo de roubo, por algum ladrão, apesar de com este nada de valor haver).

Para a realização do filme Abrahão contou com verdadeiro trabalho de aproximação junto ao bando, que fugia da perseguição cada vez mais feroz do governo. O encontro veio finalmente a ocorrer em um lugar chamado Bom Nome, onde o cangaceiro, desconfiado, primeiro realizou ele mesmo a filmagem do ex-mascate (em trecho que se perdeu) e só então consentiu que fosse filmado. Abrahão retorna a Fortaleza, onde este primeiro sucesso permite-lhe obter mais rolos de filmes, e voltar para registrar os cangaceiros, sendo que o resultado dessa segunda incursão também se perdeu. Abrahão passou a ser considerado suspeito, pois além das filmagens, enviava matérias aos jornais, relatando suas aventuras. O seu conhecimento do paradeiro do bando era indício forte demais, de seu envolvimento com este.

Benjamim abraão deixou para a história o maior acervo existente sobre Lampião e o cangaço. Seria impossível refazer a história com fatos tão precisos se não fossem suas fotografias.

Fonte: Wikipédia
Jaqueline Aragão Cordeiro

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