Pau-a-pique, também conhecida como taipa de mão, taipa de sopapo ou taipa de sebe, é uma técnica construtiva antiga que consistia no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas no solo, com vigas horizontais, geralmente de bambu amarradas entre si por cipós, dando origem a um grande painel perfurado que, após ter os vãos preenchidos com barro, transformava-se em parede. Podia receber acabamento alisado ou não, permanecendo rústica, ou ainda receber pintura de caiação.
Utilizado no repertório das construções dos séculos XVIII e XIX, período colonial. Sobretudo nas paredes internas de tais edificações. Das técnicas em arquitetura de terra é a mais utilizada, principalmente por dispensar materiais importados. Note-se que seu uso ocorre, em sua maioria, na zona rural.
A construção de pau-a-pique, quando mal executada e mal acabada pode se degradar em pouco tempo, apresentar rachaduras e fendas inclusive se tornando alvo de roedores e insetos, que se instalam nestas aberturas. Durante muitos anos, o pau-a-pique foi associado ao barbeiro (Triatoma infestans), inseto transmissor da Doença de Chagas. No entanto, quando construída de forma adequada, com base de pedra afastando-a do solo (50 a 60cm) e devidamente rebocada e coberta, não há o perigo da instalação do barbeiro nas paredes e ou mesmo da degradação do pau-a-pique.
Houve alguma evolução na forma de construir com pau-a-pique, as madeiras deixaram de ser fixadas no solo, pelo fato de apodrecerem rapidamente, suas amarrações passaram ser feitas com outros materiais, fibra vegetal e arame galvanizado. Mais recentemente, no Chile tem surgido construções utilizando uma variação desta técnica, que é chamada de quincha metálica ou tecnobarro, onde a madeira da “gaiola” é substituída por malha de ferro, preenchida com barro através de equipamento apropriado.
No nosso estado, ainda é grande o número de casas de taipa nos interiores, mas pouco a pouco vai-se vendo a substituição por casas de tijolos. Projetos de parcerias dos governos municipais, estaduais e federal, constroem casas de alvenaria e distribuem a famílias carentes.
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