Descartes Gadelha nasceu no dia 18 de junho de 1943 em Fortaleza, é um pintor, desenhista, escultor e músico. Participou de importantes mostras coletivas, destacando-se “A Paisagem Cearense”, no MAUC/UFC (Fortaleza – CE 1963), “Pintores do Nordeste”, no Museu do Unhão (Salvador – BA, 1963), “Lirismo Brasileiro” (Tel-Aviv ,Israel, 1965), “O Circo”, no Paço das Artes (São Paulo – SP, 1978) e “12 Artistas de Seis Países Latino-Americanos”, na Casa do Congresso de Angostura (Caracas –Venezuela,1982).
Obteve prêmio no XIV Salão Municipal de Abril (Fortaleza – CE,1964), no I e II Salões Nacionais de Artes Plásticas do Ceará e no 1º Salão de Artes Plásticas do BNB-Clube, todos em Fortaleza (CE), nas décadas de 70 e 80.
Individualmente, realizou diversas exposições, destacando-se em importância: Galeria Goeldi (Rio de Janeiro – RJ 1966), Galeria Samambaia (São Paulo – SP 1968), Instituto Goethe (Salvador – BA, 1974) e as expressivas mostras “Catadores do Jangurussu”, no MAUC-UFC (Fortaleza – CE 1986), “De um Alguém para Outro Alguém”, também no MAUC-UFC (Fortaleza- CE 1990) e a mega-exposição “Cicatrizes Submersas” – com mais de 100 pinturas a óleo de média e grande dimensões, além de esculturas, cerâmicas, gravuras e desenhos, retratando a saga do beato Antônio Conselheiro nos sertões do Nordeste do Brasil e seu epílogo em Canudos, realizada no Palácio da Abolição (Fortaleza – CE 1997) e posteriormente, em 1999, na reinauguração do Museu de Arte da UFC, local onde as obras se encontram, incorporadas ao acervo do museu por doação do próprio artista.
Numa linguagem expressionista, Descartes Gadelha retrata em sua obra a cultura, a religiosidade e os problemas sociais comuns ao Ceará, sua terra natal, e ao Nordeste do Brasil.
Descartes se marca pela expressiva retratação dos sentimentos em rostos regionalizados, notadamente do povo nordestino. Hábil com as cores, harmônico e real na composição dos cenários, tanto nas séries das crianças com pipas ou dos catadores de lixo, quanto nas agruras dos infantes cheiradores de “cola”.
Descartes realiza profundo estudo historigráfico antes de iniciar suas séries, como na “Antônio Conselheiro” vista na sala especial que leva o nome do artista no MAUC – Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, ou “Tropas de Pero Coelho”, onde reproduz com riqueza a interação dos portugueses e dos silvícolas com as paisagens cearenses durante a Invasão Francesa que tomou o Maranhão chegando até a Serra da Ibiapaba, no Ceará.
“A profundidade da alegria, da ingenuidade, da esperança, da melancolia, da angústia ou do escárnio da vida humana demonstra um singular talento de um artista que deixa claro o quão absorto fica quando da produção das suas obras.”
Fonte: Secult-Arte UFC
Jaqueline Aragão Cordeiro