O nome primitivo dado pelos índios timbiras e guaranis ao fogão a lenha que utilizavam, era Tucuruba. Nesse artefato, fogo era feito em um buraco construído diretamente no chão, protegido por algumas pedras. Sobre essas pedras se assentavam as vasilhas de barro e cerâmica. Com o passar do tempo, esse fogão foi sendo modificado e, pelo sabor singular que deixa no alimento, passou também a ganhar espaço nas cozinhas das casas dos bandeirantes.
Durante o período escravista, eram feitos em grandes tamanhos, para que fosse possível se cozinhar grandes quantidades de comida para abastecer as senzalas. Fogões menores eram feitos na casa dos senhores.
No Nordeste ainda é grande o uso desse artefato na cozinha de muitas casas no interior. Apesar de atualmente haverem modelos pré-moldados que adornam sítios feitos para o laser de famílias nos finais de semana, nada substitui o velho fogão a lenha feito com barro ou alvenaria e que se mantêm firmes até hoje.
Fonte Wikipédia
Foto: Arquivo pessoal
Quantas saudades me bateram agora da minha carinhosa mãe, Dona Laura Marreiro. Quando despertei para o mundo, a primeira visão colhida pela minha retina infantil foi a de um éden chamado “Fazenda Nova Aurora”, distante cinco ou seis quilômetros da minha Canindé. Lá, minha cara Jaqueline, a minha mãe mantinha além do fogão a lenha na cozinha, no alpendre do quintal, um forno a lenha, feito de tijolos e barro, em formato oval..
Lembrar e acrescentar, que, durante os 31 dias do mês de maio, a minha mãe, fiel devota da Nossa Mãe Maria Santíssima, com a participação de muitas mulheres circunvizinhas. rezavam ou “tiravam” as novenas. Eu criança com pouco mais de dois anos de idade, embevecido, ficava ouvindo os lindos “benditos” em louvor a Virgem Mãe, mas, confesso, torcendo inocentemente que chegasse ao final as rezas, pois, logo em seguida a minha mãe servia aos presentes, café, leite, pamonha, canjica, e o saboroso bolo de milho, assado no calor do forno a lenha, que ainda hoje eu fecho os olhos e sinto o sabor do cravo, principal tempero usado pela minha doce e inesquecível mãe. Eu era feliz e não sabia…
Parabéns Jaqueline Aragão Cordeiro, pela sua consistente defesa da nossa identidade cultural, tão massacrada por esse “lixo eletrônico” chamado televisão, quase sempre a serviço da cultura alienígena. Afinal, como a genética não faz curvas, você é sobrinha/bisneta do imortal poeta e folclorista de Canindé, Clóvis Pinto Damasceno.