Nasceu em Canindé, no dia 28 de Março de 1889, filho do Cel. João Pinto Damasceno e de Dona Joaquina Cordeiro da Cruz Pinto.
Estudou as primeiras letras na cidade natal, como aluno da Escola Primária e depois, ingressou no Ginásio Cearense de Fortaleza. Deixando os estudos retornou à sua terra natal para dedicar-se ao comércio e foi proprietário do Sítio Jatobá.
Militou na política de Canindé, foi chefe do Partido Rabelista, vereador, presidente da Câmara, Escrivão do Cartório e por último, funcionário da I.F.O.C.S – Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca. atualmente DNOCS.
Como poeta deixou várias produções populares. Decantou os bairros de Canindé em versos e é o autor da letra do hino a São Francisco, “RAIA A AURORA”, feita no ano de 1926, sendo a música, arranjo, do maestro canindeense Josias Gondim. Clovis Pinto também é autor da canção popular sobre J. da Penha que logrou rápida e intensa popularidade em todo o estado. Casou no dia 5 de janeiro de 1916 com Dona Maria de Lourdes Holanda Pinto, filha de Ulisses Holanda de Lima e Dona Ana Gondim Holanda Lima, sendo os seus filhos: João, Cláudio, Moacir, Lourival, Iracema e Dirceu. Faleceu em Fortaleza no dia 16 de Junho de 1951 sendo sepultado no cemitério São João Batista, na capital cearense. (Do livro do saudoso escritor canindeense Helio Pinto Vieira, “Cronologia Canindeense”).
Quisera eu haver nascido na “Época Clovispintiana”. O talentoso poeta de Canindé, quando jovem foi, como todos os rapazes contemporâneos, um boêmio sadio, de espírito brincalhão, irreverente, satírico, porém sempre respeitador e respeitado. Ele adorava participar dos chamados “sambas”, (hoje forrós) na zona rural, acompanhado de um verdadeiro batalhão de amigos simples e alguns poucos elitizados e boêmios como ele.
Clóvis Pinto fundou o “Grupo do Vira”, composto por dez companheiros mais destemidos. Dentre eles, o nosso saudoso Mestre Isaías Honorato, seu fiel escudeiro, aliás, que me repassou essa interessante história. O mestre Isaías me cantava que, quando eles participavam dos chamados “sambas”, Clóvis Pinto pagava tudo. Da “cota” para se dançar a bebida nas barraquinhas do terreiro da casa em que realizava a festa. Só havia um porém. Se algum desordeiro se metesse à besta, logo entrava em ação o “Grupo do Vira” para aplicar o devido corretivo, que consistia em pegar o cabra pelas “bitacas” e, como em toda casa da zona rural existe um chiqueiro de porcos, imediatamente o petulante era enfiado na lama da pocilga com roupa e tudo e depois solto, sem haver levado qualquer que seja outra agressão física. Com certeza aquele valentão não voltaria mais para perturbar os dançantes. Qualquer dia desses eu vou narrar outras boas do saudoso poeta da “Terra de São Francisco”.
Quando eu fui eleito vereador, na primeira sessão legislativa,em janeiro de 1967, apresentei um projeto de lei, aprovado por unanimidade colocando o nome daquele imortal poeta numa rua do bairro São Mateus em Canindé.
Celso Góis, notável poeta canindeense da atualidade, quando assumiu a sua cadeira na ACLAME – Academia Canindeense de Letras, Artes e Memória, escolheu como Patrono CLÓVIS PINTO DAMASCENO.
Texto: Tonico Marreiro, poeta e escritor canindeense
Fotos: Arquivo pessoal