No contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), face à ameaça francesa na capitania do Maranhão, o governador da Repartição do Brasil, D. Diogo de Meneses (1608-1613), incumbiu o Capitão-mor Martim Soares Moreno de, na costa da capitania do Ceará, fundar uma feitoria, guarnecer pontos estratégicos, fomentar o progresso econômico e a catequese dos gentios. Acompanhado de apenas seis soldados e de um religioso, para não hostilizar os indígenas, Moreno retornou à foz do rio Ceará. Com o auxílio do chefe indígena Jacaúna, ergueu, no mesmo lugar do antigo Fortim de São Tiago, uma nova povoação, e uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Amparo (20 de janeiro de 1612).
Para a sua defesa, foi iniciado um fortim em faxina e terra, sob a invocação do Santo do dia, São Sebastião, denomina-o como Forte de Nossa Senhora do Amparo, remontando-o a 1611. Sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular regular e, em vértices diametralmente opostos, dois baluartes também quadrangulares. No seu interior abrigava alojamento “capaz de 200 homens, soldados e moradores”. Foi guarnecido por um Capitão, um Sargento e dezesseis homens, e artilhado com duas peças de ferro.
Apesar da precariedade de recursos materiais, esta fortificação repeliu os piratas franceses de Du Prat (sob a liderança do Padre Baltazar Correia, 1614). Novamente sob o comando do Capitão-mor Martim Soares Moreno, a estrutura foi reconstruída (1619-1621), com pedras soltas (“pedra ensossa”), e suas muralhas elevadas para dez pés (c. 3,30 metros) de altura. Nesse período, Moreno apaziguou dissenções entre a população, estimulou a agricultura e a pecuária. Repeliu naus neerlandesas em 1624, e, danificada, novamente em 1625. Durante a segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), Bento Maciel Parente relatou à Coroa Ibérica que este forte era em faxina e terra, artilhado com duas peças, e sugeriu o seu abandono, com o que esta concordou.
No ano seguinte, foi assaltada por uma força de quatrocentos soldados e duzentos indígenas, sob o comando do Major Joris Garstman e do Capitão Huss. Defendido por vinte e três homens sob o comando de Bartolomeu de Brito, artilhada com cinco peças de ferro (quatro de 4 e uma de 2 libras de bala), foi tomado de assalto a 25 de outubro de 1637.
Fontes dão conta de que mais uma revolta dos indígenas conduziu à destruição da fortificação, em janeiro de 1644. Os indígenas entregam a fortificação a Antônio Teixeira de Melo, a quem mandam chamar no Maranhão. Desmantelado e abandonado, seus canhões e telhas foram aproveitados mais tarde para a construção do Forte Schoonenborch, em abril de 1649.
Fonte: Wikipédia
Jaqueline Aragão Cordeiro