João Nogueira Jucá nasceu em Fortaleza, no dia 24 de novembro de 1941 na Casa de Saúde São Raimundo, era filho do Desembargador José Jucá Filho e da Professora Maria Nogueira de Menezes Jucá. O casal tinha mais dois filhos: José Jucá Neto e Jovina Jucá.
Seus primeiros cinco anos de vida foram passados na antiga cidade de São Francisco, hoje Itapajé, onde seu pai exercia o cargo de Juiz Municipal e sua mãe o de Professora do Grupo Escolar. Sendo seu pai promovido, teve que morar na cidade de Lavras da Mangabeira, no ano de 1946. Alfabetizado por sua mãe, iniciou o Curso primário na mesma cidade, onde ficou até 1948, quando veio definitivamente para Fortaleza.
Na Capital, continuou os estudos, frequentando sucessivamente, os Colégios Fênix Caxeiral e 7 de Setembro. O curso ginasial foi feito no Colégio Cearense, iniciando o científico no Colégio São João.
Na adolescência, relatam seus familiares, que ele tinha complexo de inferioridade por ser excessivamente magro e alto, atingindo a altura de 1,83m. A custa de constantes e religiosos exercícios e prática de esportes conseguiu quase que a perfeição corporal, tornando-se um atleta, com um biotipo de causar inveja e afastar de uma vez por todas com o complexo que tanto atormentava os jovens da época. Tinha por hábito duas vezes por semana, nadar da praia de Jacarecanga até o Cais do Porto.
Moço inteligente, tinha uma personalidade altiva e impressionante. Sua vocação, como sempre repetia quase que obsessivamente, era de ser Oficial da Marinha do Brasil. E para isso, não parava de se preparar com afinco.
Com seus projetos bem elaborados e trabalhando para atingir seus objetivos, o jovem João não imaginava que sua vida fosse mudar tão radicalmente.
O dia era 04 de agosto de 1959, por volta das 14:20hs. João Nogueira Jucá, então com 17 anos, voltava de uma aula no Colégio São João, quando ao passar próximo a Casa de Saúde Cesar Cals, percebeu um grande incêndio causado pela explosão de um depósito de éter.
O jovem não pensou duas vezes, rapidamente entrou no prédio em chamas e socorreu várias pessoas. Entre as muitas idas e vindas, ainda na tentativa de salvar mais vítimas, foi atingido pela explosão de um cilindro de oxigênio.
A partir daí, começou seu martírio pessoal. Com 80% do seu corpo com queimaduras gravíssimas, veio a falecer, no dia 11 de agosto, na Assistência Municipal, hoje, Instituto Dr. José Frota (Frotão), onde também faleceram outras 25 vítimas do incêndio. Durante o período em que esteve lutando por sua vida, recebeu a visita do Governador Parsifal Barroso, que emocionado, beijou-lhe a mão e agradeceu em nome do povo cearense, seus pais e irmãos estiveram ao seu lado todos os dias. O jovem dizia que o corpo doía como brasa, mas quando lhe perguntavam se estava arrependido do ato que o deixara naquele estado, respondia que não, e que se preciso fosse, faria tudo novamente.
Desde então, pessoas e entidades, lutam para não deixar o nome do jovem, nem o seu feito, cair no esquecimento. Todo dia 11 de agosto, data do seu falecimento, uma missa é celebrada em sua homenagem, na capela do Hospital Geral Cesar Cals.
O Corpo de Bombeiros também contribui para que João Nogueira Jucá não seja esquecido, desde 1995, realizam um tributo pela memória do jovem. O evento é organizado pela Associação dos ex-alunos do Colégio São João, Hospital Geral Cesar Cals e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, com a participação da Organização Educacional Farias Brito, Centro Educacional Estudante João Nogueira Jucá e demais entidades que levam seu nome.
Homenagens:
– Na Praça da Lagoinha, tem um busto do jovem
– Tornou-se o primeiro Bombeiro honorário do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará
– Deu nome a medalha que homenageia atos de bravura, concedida pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará
– Recebeu o título de Herói do Ceará
– Membro honorário da Associação dos ex-alunos do Estado do Ceará
– Patrono da Campanha Contra a Pena de Morte no Ceará
Fonte: Portal Militar / Jornal O Povo / ceara.gov.br / hgcc.ce.gov.br / www.apeoc.org.br
Jaqueline Aragão Cordeiro
O único título que eu não gostei foi o que “patrono contra a pena de morte”.