Karim Aïnouz nasceu em Fortaleza, no dia 17 de janeiro de 1966. Filho de mãe cearense com pai argelino. É um roteirista, diretor de cinema e artista visual, mais conhecido pelos filmes Madame Satã, O Céu de Suely e Praia do Futuro.
Karim Aïnouz iniciou sua carreira no cinema como co-roteirista de filmes nacionais, como Abril Despedaçado (2001) de Walter Salles, Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes, e Cidade Baixa (2005), de Sérgio Machado.
O primeiro longa-metragem de Aïnouz, Madame Satã (2002), estreou na mostra Un Certain Regard do Festival de Cinema de Cannes em 2002. Como palestrante, Aïnouz já foi convidado a participar de eventos na Universidade de Princeton (Estados Unidos); Birkbeck College (Londres); Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Estados Unidos); EICTV (Cuba) e San Francisco Art Institute (Estados Unidos), entre outras.
Em 2008, Aïnouz escreveu e dirigiu a série de televisão Alice, em parceria com Sergio Machado, para a HBO América Latina. Seus curtas-metragens e instalações foram exibidos em inúmeras mostras e museus pelo mundo, incluindo no Whitney Museum of American Art, MoMa Nova York, Bienal de São Paulo, Bienal de Sharjah, Museu de Arte Contemporânea de Fortaleza e Festival Videobrasil.
Depois de Madame Satã, seus longas seguintes foram O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (co-dirigido com Marcelo Gomes) que estrearam no Festival de Veneza na Mostra Orizzonti em 2006 e 2009 respectivamente. Em 2010, o diretor foi homenageado na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes e teve retrospectivas na Espanha, Suíça, França e Estados Unidos.
Em 2011 o filme O Abismo Prateado teve sua estreia mundial no Festival de Cannes, na Quinzena dos Realizadores, e recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio. Aïnouz realizou, a convite da Sharjah Art Foundation, o filme Sonnenallee, exibido na Bienal de Sharjah de 2011.
Em 2012 Aïnouz foi convidado a integrar o júri da Cinéfondation e da Competição de Curtas-metragens do 65° Festival de Cannes. No mesmo ano participou do projeto Destricted.br, — inspirado no projeto Destricted de Larry Clark — com Adriana Varejão, Janaína Tschäpe, Julião Sarmento, Lula Buarque de Hollanda, Marcos Chaves e Miguel Rio Branco.
Foi convidado para o júri do Heiner Carow Award durante o 63° Festival de Berlim e em 2014 foi presidente do júri do Festival do Rio. Seu último trabalho de documentário experimental, Domingo, é resultado da parceria com o artista dinamarquês Olafur Eliasson durante o 17° Festival Videobrasil, teve sua estreia mundial no Festival do Rio 2014.
Em 2014 Aïnouz lança o filme Praia do Futuro, foi filmado no Brasil e na Alemanha, a produção estreou na Competição Oficial do 64° Festival de Berlim e é um de seus trabalhos mais conhecidos. Ainda em 2014 ele participa como co-diretor de Cathedrals of Culture, obra que explora como seis edifícios significativos e diferentes refletem nossa cultura, o filme tem como produtor executivo Wim Wenders e estreou no Festival de Berlim na seção Berlinale Special daquele ano.
Seu trabalho mais recente, Velázquez ou o Realismo Selvagem, um documentário para a televisão, teve sua estreia em março de 2015 no Grand Palais em Paris e foi exibido no canal francês ARTE.
Morando em Berlim, perto do aeroporto de Tempelhof, usado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial e como parque desde 2010, após seu fechamento em 2008. Em setembro de 2015, o lugar começou a receber refugiados do Oriente Médio e da África que chegavam aos milhares à Europa. Tornou-se um abrigo temporário. Aïnouz sentiu a urgência de registrar esse momento. Assim nasceu o documentário Aeroporto Central (ou Zentralflughafen THF no original), exibido na mostra Panorama do 68º Festival de Berlim.
“Aeroporto Central” usa como eixo narrativo o depoimento de Ibrahim Al Hussein, jovem da cidade de Aleppo, na Síria, que tinha acabado de completar 18 anos quando chegou a Berlim. O rapaz morou no abrigo por pouco mais de um ano, antes que conseguisse regularizar a sua situação como refugiado no país. O filme se vale do testemunho poderoso de outros moradores temporários do Tempelholf, como o iraquiano Qutaiba Nafea, que estudava medicina em sua cidade de origem e acabou funcionando como tradutor do ambulatório e dos escritórios do abrigo.
PRÊMIOS
– Segundo Prêmio Coral no Festival de Havana por O Abismo Prateado (2011)
– Prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio por O Abismo Prateado (2011)
– Grand Prix Coup de Coeur, 22º Rencontres Cinémas d’Amérique Latin (Toulouse/France), por Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo (2010)
– Prêmio de Melhor Fotografia no Festival do Rio por Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo (2009)
– Prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio por Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo (2009)
– Prêmio FIPRESCI no Festival de Havana por Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo (2009)
– Terceiro Prêmio Coral no Festival de Havana por Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo (2009)
– Prêmio FIPRESCI, 47º Thessaloniki International Film Festival, por O Céu de Suely [Love for Sale](2009)
– Grand Coral no Festival de Havana por O Céu de Suely (2009)
– Prêmio de Melhor Filme no Festival do Rio por O Céu de Suely (2006)
– Prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio por O Céu de Suely (2006)
– Prêmio de Melhor Diretor na Associação Paulista de Críticos de Arte por Madame Satã (2002)
– Prêmio de Melhor Direção no Festival de Biarritz por Madame Satã (2002);
– Gold Hugo no Chicago International Film Festival por Madame Satã (2002);
– Prêmio de Melhor Curta-metragem no Ann Arbor Film Festival, em Michigan, por Seams (1997);
– Prêmio Vito Russo Award no New Festival, em Nova York, por Seams (1994)
– Prêmio de Melhor Curta-metragem no Atlanta Film Festival por Seams (1994)
Fonte: Wikipedia / Revista Veja / O Globo / Cine Festivais
Jaqueline Aragão Cordeiro
COISA DE CEARENSE