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Mestre Juca do Balaio

Jaqueline Aragão Cordeiro, 21 de setembro de 201825 de setembro de 2018

Mestre Juca do Balaio

Joaquim Pessoa de Araújo nasceu em Iguatu, no dia 30 de janeiro de 1923. Foi criado no Crato, e encontrou o maracatu mais tarde, quando chegou com a família, que eram o pai e sete irmãos, na capital Fortaleza, depois de uma infância sertaneja de pastoril, reisado, cordéis e congos, vivida no interior do estado.

Juca do Balaio foi índio e princesa em outros maracatus, mas no Az de Ouro se descobriu balaieiro, dos melhores, e fez história. Ganhou a reverência de Mestre da Cultura Tradicional do Estado do Ceará em reconhecimento ao seu talento e à dedicação de uma vida ao maracatu. Em 1970, depois de muitos anos de instabilidade, Mestre Juca assumiu o Az de Ouro. O maracatu foi campeão de 1971 a 1976 e nunca mais deixou de desfilar. O Az de Ouro só tinha nome, não tinha estrutura. Junto com amigos ele fez muitas festas, bingos, tinha um terreno onde fez a quadra, e o maracatu foi crescendo, muitos brincantes voltaram.

Devotado ao Carnaval de rua, Mestre Juca tinha paciência, não perdia a tranquilidade nem com os recursos parcos e com os apoios institucionais que sempre chegam na última hora. Dono de dois restaurantes no Centro, trabalhava para investir na sua paixão.

“Mestre Juca era mais de perseverar do que ficar remoendo. Teve lutas históricas pra trazer dignidade à Federação das Agremiações Carnavalescas do Ceará, da qual foi presidente em duas gestões. Era um homem da luta, tinha uma força gigantesca pra tocar as pessoas, tamanha a sua generosidade. Era um sujeito simples, morava no Jereissati, andava de ônibus, visitava os amigos (Calé Alencar)”.

Em 1997, Mestre Juca numa viajou para a França, para o Festival des Floclores du Bray-Dunes, o próprio relembra com orgulho o episódio: “Foi uma coisa que nem eu entendo. Cheguei, nem sei dizer o horário, porque são cinco horas de diferença, mas estava se aproximando a noite. Quando chegamos no aeroporto de Paris e fomos pegar o ônibus – a apresentação era numa cidade perto – sem querer, botei o balaio na cabeça. Tinha uns jornalistas lá, eles tiraram muita foto. Quando foi no outro dia já, apareci com o balaio em jornal, capa de revista, foi aquele sucesso. Só se falava no Mestre Juca”.

Em 2004 foi nomeado Mestre da Cultura do Ceará.

O último carnaval foi o de 2006, justo o que prestava homenagem a ele. Aos 83 anos, Mestre Juca do Balaio – que um ano antes desfilara majestosamente, mesmo com o braço enfaixado – teve que assistir ao cortejo porque já estava fraco demais. Ele viu todas as agremiações, domingo, segunda e terça-feira. Queria estar dentro, mas a saúde não permitia. Em vez de desfilar, era o homenageado no desfile da Domingos Olímpio. Naquela última entrevista publicada no O POVO no dia do desfile, deixou seu recado: “É de agradecimento a todos os brincantes, e pedir que eles mantenham firme o trabalho. O Brasil tem gosto com o balaio”.

Mestre Juca faleceu um mês depois, aos 83 anos e após 35 destes, dedicados à tradição do maracatu.

Fonte: Jornal O Povo / Anuário do Ceará
Jaqueline Aragão Cordeiro

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