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O Jumento na história do nordestino

Jaqueline Aragão Cordeiro, 3 de julho de 20114 de janeiro de 2017

O asno (Equus africanus asinus), chamado ainda de burro, jumento, jegue ou asno-doméstico é um mamífero perissodátilo de tamanho médio, focinho e orelhas compridas, utilizado desde tempos pré-históricos como animal de carga. Os ancestrais selvagens dos asnos foram domesticados por volta de 5000 a.C., praticamente ao mesmo tempo que os cavalos, e desde então tem sido utilizados pelos homens como animais de carga e montaria.

Os asnos se classificam dentro da ordem dos Perissodáctilos, e à família dos Equídios, à qual também pertencem os cavalos, pertencendo ambos a um único gênero Equus. Sua origem está ligada a Abissínia, onde era conhecido como onagro ou burro selvagem. O burro é, desde tempos remotos, simultaneamente utilizado no meio rural para auxiliar nas tarefas agrícolas e para transporte.

Há séculos que é feito o cruzamento entre burro e cavalo, de que resulta um híbrido denominado muar ou mu, com características de ambas as raças: robustez, capacidade de adaptação a caminhos acidentados e a meio ambiente adverso, docilidade; pernas mais longas e, portanto, maior velocidade, maior facilidade de treino.

O antigo convívio com a espécie humana traz uma grande número de referências culturais na literatura e no folclore popular. As Fábulas de Esopo usam a figura do burrinho para representar os humildes. Apuleio tem uma obra intitulada O Asno de Ouro.

Foi por muito tempo o símbolo da ignorância, como em Sonhos de Uma Noite de Verão, de Shakespeare. Pinóquio é outro exemplo de fábula onde um menino mau é transformado num burrico. Aparece diversas vezes na iconografia cristã, como na fuga para o Egito e no Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em Jerusalém no lombo de um asno.

Chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, O nome “burro” veio do latim burrus, que quer dizer vermelho. Acredita-se que foi daí que surgiu a crença de que burros são pouco inteligentes, pois, antigamente, os dicionários tinham capas vermelhas, dando a ideia de que os burros eram sedentos de saber. Outra história diz que numa moeda antiga tinha a imagem de um rei com uma cabeça enorme que não era esperto, que se associou com a cabeça resistente do burro. Porém, também pode ter surgido da lenda grega do rei Midas, que foi tolo ao ponto de contradizer a irrevogável palavra do deus Apolo, que foi castigado pelo deus, recebendo orelhas de burro.

Jegue” veio do inglês Jackass. Jackass foi formado de duas palavras: (1) jack, aqui servindo apenas para indicar o sexo masculino do animal (Jack é apelido ou diminutivo de John e serve para designar um homem qualquer); (2) ass, burro.

Em Portugal, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral/criatividade.

Um dos maiores protetores da espécie foi o Padre Antônio Batista Vieira, ou simplesmente Padre Vieira. Ele é autor de uma das obras literárias mais comentadas, “O Jumento nosso irmão”, que lhe deu o título internacional de “Protetor do Jegue”. Nascido no ano de 1919, na Lagoa dos Órfãos, Município de Várzea Alegre, faleceu em 2003, em Fortaleza, aos 84 anos. Teve o livro lançado em 1964 e traduzido para o Inglês. Sua obra-prima publicada pela Livraria Freitas, é um tratado sobre o jumento, focalizando-o na História, Religião, Economia, Folclore e Literatura. Nesse tratado, fica-se sabendo que os primeiros jumentos aqui chegados parece terem sido trazidos por dona Ana Pimentel, esposa e procuradora de Martim Afonso de Sousa, donatário das capitanias hereditárias de São Vicente e do Rio de Janeiro.

Durante 50 anos, Padre Vieira militou em defesa dos jumentos transformando-se em seu defensor máximo, contra sua extinção. Por mais de seis décadas dedicou-se ao sacerdócio. Ele foi um dos fortes integrantes do movimento surgido na cidade do Crato, chamado “Trilogia do Ciclo do Jumento”, ao lado de Luiz Gonzaga, José Clementino, Patativa do Assaré e outros, cujo objetivo principal é a defesa do jegue.

No Ceará, destaca-se também na defesa dessa espécie a presidenta da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), advogada Geuza Leitão. Em diversos momentos, cobra das autoridades ações de combate aos maus-tratos.

Fonte: Wikipédia e Jornal Diário do Nordeste
Jaqueline Aragão Cordeiro

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